SóProvas


ID
2169016
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As imagens e o nosso bem-estar Por que devemos selecionar o que vemos e evitar muitos conteúdos - mesmo que sejam recordes de audiência no Youtube
FLÁVIA YURI OSHIMA
     Sabe como é embaçar a própria visão fazendo um movimento leve de estrabismo? É isso o que faço quando me aproximo dos jornais pela manhã. Meu receio é me deparar com alguma imagem forte, triste e espetacularmente desumana na primeira página. Tomo o mesmo cuidado para abrir o caderno de notícias internacionais e o de cidades, e para navegar na internet ou zapear os canais de TV. Não quero ser surpreendida com provas visuais dos crimes locais e globais ou com cenas de séries que mostram como dissecar cadáveres. Se ocorrer, será um caminho sem volta. A visão ficará gravada em minha mente por mais tempo do que sou capaz de precisar. Talvez por toda a minha sanidade.
  O cuidado para evitar conteúdos violentos não é um tipo de negação da realidade. Eventualmente, temos de nos defrontar com certas cenas para nos mobilizar. Um dos propósitos de museus como o de Hiroshima e os do Holocausto, que tentam reproduzir a atmosfera de episódios extremos, é justamente esse: nos tirar da zona de conforto. Mais do que documentar e prestar homenagem aos que sofreram, eles tentam gerar sensações que passem algum tipo de ideia do horror vivido pelas vítimas desses eventos. É uma forma de acionar nossa memória sinestésica [...].
   Uma das ideias por trás desses memoriais é não deixar que nos esqueçamos do tamanho do horror para não deixar que ele se repita. Uma diferença fundamental em relação ao que vemos numa visita a um museu desses e à avalanche de conteúdos alucinados de todos os dias é que, no primeiro caso, escolhemos estar lá – e nos preparamos para o que vamos sentir. O mesmo não ocorre com a maioria das imagens que assaltam-nos em programas sensacionalistas, filmes e internet.
     [...]
   Vários estudos analisaram o efeito das imagens em nosso bem-estar e até em nossa saúde física. Uma longa pesquisa, feita por estudiosos da Universidade da Califórnia, acompanhou 1322 pessoas por vários anos, usando imagens de alguns eventos extraordinários dos últimos 12 anos: o 11 de setembro, o tsunami da Tailândia, a guerra do Iraque, a morte de Osama Bin Laden e o tsunami do Japão. Diariamente, os voluntários acompanharam notícias com imagens, na TV ou na internet, por pelo menos uma hora, durante seis meses. Uma hora é o período de tempo regular que alguém que acompanha noticiários, pelo meio que for, fica em contato com conteúdos extremos no primeiro mês após um evento da magnitude dos analisados. Mais de 30% dos voluntários sofreram crises de dor de cabeça diárias. Do total de participantes, 13% chegaram ao nível de estresse agudo, com alterações nos batimentos cardíacos e na atividade cerebral, medidos por exames de imagem, a partir de seis semanas de exposição contínua a esses conteúdos. Os casos de estresse agudo exigiram tratamento com medicamento e terapia.
   Os pesquisadores acompanharam o grupo que desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos. Nesse período, qualquer imagem que remetesse aos eventos voltava a causar dores de cabeça, ansiedade e irritabilidade. Mesmo entre os participantes que não tiveram problemas de saúde, as imagens produziram ansiedade e desconforto no momento e por cerca de 3 horas depois de apresentadas, também durante os três anos de acompanhamento depois do experimento principal.
     Algumas religiões e filosofias orientais pregam que devemos evitar falar, ler e olhar imagens de violência e catástrofes. Ao proteger nossos sentidos contra conteúdos como esses, protegemos nosso espírito, nossa mente e nosso bem-estar, afirmam. Para quem não é monge, não dá para seguir esses preceitos sem se tornar um desconectado com a realidade. Mas é saudável e recomendável fazer uma dieta de imagens, protegendo-se de atrocidades e aberrações desnecessárias. Fotos e vídeos agressivos têm um efeito real sobre a nossa qualidade de vida.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/Flavia-Yuri-Oshima/noticia/2014/11/imagens-e-o-nosso-bbem-estarb.html

Assinale a alternativa correta em relação ao que ser afirma dentro dos parênteses quanto à colocação pronominal.

Alternativas
Comentários
  • A) Adequada - Quando(advérbio) atrai o pronome

    B) Inadequada - O que (conjunção) atrai o pronome. Então o correto seria:imagens que nos assaltam.

    C) Adequada - O que (conjunção) atrai o pronome.

    D) Adequada - não se inicia uma oração com pronomes. (...,protegendo-se de atrocidades.)

    Gabarito E

     

  • RUMO AO TRT.

  • O "que" da alternativa B não é uma conjunção,mas sim um pronome relativo, por esse motivo exige a atração do pronome "se".

    "Imagens que nos assaltam"

    "Imagens AS QUAIS nos assaltam"

     

  • Questão pro Jason responder!! mas segui aí o pensamento do amigo de dizer que pronome atrai pronome e deu certo. 

     

    PRONOME ELE atraiu o SE. Gab E.

     

    Fala sério! 

  • Galera, para a palavra atrativa atrair o pronome atono ele nao precisa estar NECESSARIAMENTE ANTES DO PRONOME, mas sim estar antes e NA MESMA ORAÇAO.

  • SUBISTANTIVO TANTO FAZ

  • Com o pronome pessoal tanto faz ser próclise ou ênclise. Não há, neste caso, fatores de atração; e sim, discricionariedade.

  • sujeito explicito caso facultativo gab e

  • GABARITO E

    CASOS DE PRÓCLISE  (Pronome Oblíquo Átono antes do verbo)

      1) Palavras com sentido negativo: Não, Nem, Nunca,Jamais,Ninguém, Nenhum, ...;

     2) Advérbio curto (sem vírgula): Já, Agora, Assim, Também, Sempre, Mais, Menos, Pouco, ...;

      3) Conjunções Subordinativas: Se, Caso, Embora, Quando, Enquanto, Como, Que, ...;

      4) Gerúndio precedido de EM;

      5) Pronome Relativo: Que, O qual, Onde, Cujo, ...;

      6) Pronomes Indefinidos; Tudo, Nada, Ninguém, Qualquer, ...;

      7) Pronome Demonstrativo: Isso, Aquilo, Isto, Aquele, Este, Esse, ...;

      8) Frase Optativa (Exprime desejo);

      9) Frase Interrogativa (?);

    10) Frase Exclamativa (!).

    bons estudos

  • Pronome pessoal do caso reto , ELE, atraiu o SE (pronome pessoal do caso oblíquo átono)

  • A questão exige conhecimento da colocação dos pronomes oblíquos. Queremos encontrar a opção que faz uso correto da norma-padrão.

    a) Em "quando me aproximo..." está correta, pois temos uma conjunção temporal que atrai o pronome antes do verbo em posição procrítica. INCORRETA.

    b) Em “... imagens que assaltam-nos...” a partícula "que" atrai o pronome oblíquo para trás do verbo, por isso não está adequada a sua colocação na frase. INCORRETA.

    c) Em “... imagens que assaltam-nos...”. temos o mesmo motivo da alternativa anterior. INCORRETA.

    d) Em "...imagens, protegendo-se..." está correto o uso, a alternativa erra ao dizer que está inadequado, pois após a virgula se não tiver verbo no futuro do indicativo, usa-se o pronome após o verbo em sua forma enclítica. INCORRETA.

    e) Em “... para não deixar que ele se repita.” em orações subordinativas se usa o pronome antes do verbo posição proclítica. CORRETA.

    GABARITO E

  • A) " Quando" é conjunção subordinativa temporal que é fator de atração do POA >>Próclise (adequada)

    B) "que" é Pron relativo= as quais, fator de atração do POA >>Próclise (inadequada)

    C) "que" é conjunção integrante, introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta que é fator de atração do POA>>Próclise (adequada)

    D) Não se usa POA diante de pontuação ( exceção : interpelações, se o fator de atração estiver distante ou se o verbo estiver no futuro do indicativo, caso em que aplica-se a mesóclise. ) portanto, não cabe próclise e sim, ênclise. (adequada)

    E) " que " é conjunção integrante que introduz oração subordinada substantiva e é fator de atração do POA. Além disso, " ele" é o sujeito da oração que está explícito, o que ocasiona uso facultativo de Próclise. (adequada)

  • GABARITO: LETRA E

    ► O pronome oblíquo átono pode ocupar três posições em relação ao verbo com o qual se relaciona: a ênclise (depois do verbo); a próclise (antes do verbo); e a mesóclise (dentro do verbo). Por ser uma partícula átona, não inicia oração e, entre os verbos de uma locução, liga-se a um deles por hífen.

    PRONOMES ATÓNOS: - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s);

    PRÓCLISE

    Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem o pronome:

    1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:

    Não o quero aqui. / Nunca o vi assim.

    2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…):

    Foi ela que o fez. / Alguns lhes deram maus conselhos. / Isso me lembra algo.

    3. Advérbios ou locuções adverbiais:

    Ontem me disseram que havia greve hoje. / Às vezes nos deixa falando sozinhos.

    4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:

    Oxalá me dês a boa notícia. / Deus nos dê forças.

    5. Conjunções subordinativas:

    Embora se sentisse melhor, saiu. / Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

    6. Palavras interrogativas no início das orações:

    Quando te deram a notícia? / Quem te presenteou?

    MESÓCLISE

    Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise:

    Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei);

    Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia).

    ÊNCLISE

    Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:

    1. Verbos no imperativo afirmativo:

    Depois de terminar, chamem-nos. / Para começar, joguem-lhes a bola!

    2. Verbos no infinitivo impessoal:

    Gostaria de pentear-te a minha maneira. / O seu maior sonho é casar-se.

    3. Verbos no início das orações:

    Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. / Surpreendi-me com o café da manhã.

    TODA MATÉRIA.

  • mnemônico para saber os casos obrigatórios de próclise: NASG RID OIE

    Negativas

    Advérbios curtos

    Subordinativas

    Gerúndio + em (Em se tratando)

    .

    Relativos

    Indefinidos PRONOMES

    Demonstrativos

    .

    Optativas

    Interrogativas (?) ORAÇÕES

    Exclamativas (!)

    EM PRETO, SÃO AS ATRAÇÕES FORTES, MESMO QUE AS PALAVRAS ATRATIVAS ESTEJAM LONGE, AINDA ASSIM A PRÓCLISE É OBRIGATÓRIA

    EM VERMELHO SÃO AS ATRAÇÕES FRACAS, SE A PALAVRA ATRATIVA NÃO TIVER COLADA, A OBRIGATORIEDADE DEIXA DE EXISTIR E SE TORNA FACULTATIVA

    mnemônico e explicação da profa. Janaína Arruda - Estratégia