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ID
218461
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRE-BA
Ano
2010
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

A respeito de administração pública, julgue os itens subsequentes.

A PSO (public service orientation) resolveu um dos dilemas pós-burocráticos, que era o conflito entre a lógica fiscal e a lógica gerencial, na medida em que aproximou a administração pública do sistema de gestão vigente na iniciativa privada.

Alternativas
Comentários
  • Questão ERRADA.

    A PSO procura encontrar novos caminhos abertos pela discussão gerencial, explorando suas potencialidades e preenchendo boa parte de suas lacunas. Toda a reflexão realizada pelos teóricos do PSO leva aos temas do republicanismo e da democracia, utilizando-se de conceitos como accountability, transparência, participação política eqüidade e justiça, questões praticamente ausentes do debate sobre o modelo gerencial. É interessante notar, contudo, que o “objeto” que gerou a corrente do PSO foi “criado” pelo modelo gerencial. Trata-se da problemática da descentralização, a partir da qual foram formulados quase todos os conceitos do PSO.

    Outro conceito caro ao modelo gerencial, o de competição entre agências públicas, é repensado pelo Public Service Orientation (PSO). Não que a competição seja negada como princípio utilizável no setor público; mas o que é mais ressaltado pela PSO é a possibilidade de cooperação entre as

    agências de modo a obter um melhor resultado global na oferta de serviços públicos. Desta forma, o princípio da eqüidade, fundamental dentro do PSO,
    pode ser garantido.

    Por fim, o Public Service Orientation tem como uma de suas idéias chave a conjugação entre a accountability e o binômio justiça/eqüidade. Para
    tanto, é preciso que no processo de aprendizado social na esfera pública se consiga criar uma nova cultura cívica, que congregue políticos, funcionários
    e cidadãos.

    Fonte: O impacto do modelo gerencial na Administração Pública; Fernando Luiz Abrucio

  • O sucesso do modelo na Grã-Bretanha se deu exatamente em função das condições políticas existentes, tendo sido adotado um formato que apresentava grande poder de transformação, incorporando boa parte das críticas à sua prática, o qual tinha três correntes: Managerialism, Consumerism e Public Service Orientation – PSO, que tinham as seguintes características:


    - Managerialism – traduzido como “gerencialismo puro”, tinha como eixo central o conceito de produtividade e sua utilização visava buscar a diminuição e otimização dos gastos públicos em uma era de escassez, em um contexto que tinha como ponto central à busca da eficiência, com clara definição das responsabilidades dos funcionários, dos objetivos organizacionais e maior consciência acerca do valor dos recursos públicos.

    - Consumerism – podendo ser traduzido como “satisfação dos consumidores” introduzia a perspectiva da qualidade como uma estratégia voltada para a satisfação do consumidor, através de medidas que visavam tornar o poder público mais leve, ágil e competitivo: descentralização administrativa, criação de opções de atendimento, como incentivo à competição entre organizações públicas e adoção de um novo modelo contratual.

    - Public Service Orientation – PSO – tendo uma ótica de “serviço orientado para o público”, é um conceito que levanta novas questões e põe em xeque antigos valores, não estando, ainda, com seu arcabouço teórico fechado. Tem como uma de suas idéias-chave a conjugação entre a accountability e o binômio justiça/equidade. Embora contenha críticas ao managerialism e ao consumerism, a PSO não descarta as idéias desenvolvidas no seu âmbito. O grande problema desta corrente é ter sido pensada segundo os parâmetros do poder local, sem oferecer uma ótica em âmbito nacional.

  • Segundo Caio Marini:
    O  Public Service Oriented (PSO), está baseado na noção de eqüidade, de resgate do conceito de esfera pública e de ampliação do dever social de prestação de contas (accountability). Essa nova visão, ainda que não completamente delimitada do ponto de vista conceitual, introduz duas importantes inovações: uma no campo da descentralização, valorizando-a como meio de implementação de políticas públicas; outra a partir da mudança do conceito de cidadão, que evolui de uma referência individual de mero consumidor de serviços,  para uma conotação mais coletiva, incluindo seus deveres e direitos. Desse modo, mais do que “fazer mais com menos” e
    “fazer melhor”, o fundamental é “fazer o que deve ser feito”. Isto implica um processo de concertação nacional que aproxima e compromete todos os segmentos (Estado, sociedade, setor privado, etc.) na construção do projeto nacional.

  • Não foi o PSO que aproximou a gestão pública da gestão privada, isso já vinha do gerencialismo puro. Além disso, não foi resolvido o conflito entre as duas lógicas. A lógica fiscal reduz a autonomia do gestor público, limitando sua discricionariedade em relação aos gastos. É só lembrar da Lei de Responsabilidade Fiscal e os limites que ela impôs em termos de gastos. Já a lógica gerencial amplia a autonomia para que o gestor persiga os objetivos estabelecidos. Fonte: prof Rafael Encinas
  • A Cristiane foi perfeita, porém os demais colocaram a teoria e não resolveram em cima da questão como ela fez. Ou seja, não adianta colocar teoria e não explicar de modo que possamos entender as pegadinhas do examinador.

    Obrigado.
  • Segundo o professor Carlos Xavier:
    A  Orientação  ao  Serviço  Público  (Public  Service  Orientation)  é  uma das  vertentes  da  administração  pública  gerencial,  estando  mais  preocupada com  a  transparência  das  ações  públicas,  a  accountability  (responsabilização dos  dirigentes)  e  mecanismos  de  administração  pública  societal  (com participação da sociedade). A administração gerencial pura é que aproximou a gestão pública do sistema vigente na iniciativa privada. Além disso, a PSO não resolve conflitos entre a lógica fiscal e a lógica gerencial. 
  • A questão fala de "Consumerism" (Clientes / consumidores). Public Service Orientation fala em cidadãos.




  • Tem gente que quer ajudar comentando com conceitos importantes para o embasamento da questão, mas tem gente que, de tão preguiçosa, fica sentada analisando e criticando os que ajudam.
  • A crítica não foi relacionada à exposição da teoria. O que o(a) colega que criticou quis dizer, é qua às vezes falta objetividade no comentário.
    Isso acontece constantemente nos comentários, colaboradores que invés de comentar o erro ou o acerto, fica postanto teorias desnessárias, e isso, nos faz perder um tempo precioso, principalmente para aqueles que não tem muito tempo para o estudo.
  • ERRADO
    O  Consumerismo  (2ª fase da evolução do Gerencialismo) resolveu um dos dilemas pós-burocráticos, que era o conflito entre a lógica fiscal e a lógica gerencial, na medida em que aproximou a administração pública do sistema de gestão vigente na iniciativa privada.
    1ª Fase -  Gerencialismo Puro - foco no CONTRIBUINTE
    2ª Fase -  Consumerismo - foco no CLIENTE (visão da iniciativa privada)
    3ª Fase -  PSO - foco no CIDADÃO (accountability vertical - servidor/cidadão - e horizontal  - servidor/instituição)

     

     

  • Discordo do Junior.

    O Consumerism não resolveu esse dilema.
    Na verdade, no Consumerism  vigorava a lógica gerencial, não havia a preocupação em resolver tal dilema. A preocupação estende-se para a qualidade (efetividade). O usuário do serviço público é visto como cliente e sua satisfação vira o foco e a qualidade do serviço a ferramenta principal.

    Já no Gerencialismo Puro, as pessoas eram vistas como meros contribuintes (taxpayers), ou seja, aqueles que estão preocupados com a aplicação eficiente do recurso arrecadado, sem que isso gere desperdícios. No gerencialismo puro, funciona a lógica fiscal.

  • " Podemos dizer que o conceito apresentado na questão é a soma do Gerencialismo Puro (lógica fiscal) com o Consumerism (lógica gerencial). Não podemos afirmar que a PSO se aproxima da gestão da iniciativa privada. O ápice dessa aproximação se dá no Consumerism." 
    Fonte: Professor Vinícius Ribeiro, Ponto dos Concursos.
  • Na atual era de escassez de recursos por que passam os Estados duas lógicas antagônicas surgiram: a fiscal e a gerencial. A fiscal tem como foco o controle dos inputs do sistema a fim de evitar e controlar o aumento de custos. A gerencial busca mais efetividade e eficiência com o objetivo de obter metas, resultados e melhores outputs. A fiscal atua no curto prazo, se preocupando com o quanto se gasta no serviço, já a gerencial se preocupa com maior produtividade dentro da burocracia. A questão é errada porque a aproximação com a gestão vigente na iniciativa privada começou com o gerencialismo puro e não no PSO - a última fase do NPM. Outro aspecto errado é porque não há ainda a resolução dos conflitos entre as duas lógicas. Só observar no caso brasileiro, na qual existem contratos de gestão para órgãos públicos e agências executivas que observam a lógica gerencial e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita os gastos públicos dos entes federativos. Ou seja, esse último obedece a lógica fiscal.

  • A Orientação ao Serviço Público (Public Service Orientation - PSO) é uma das vertentes da administração pública gerencial, estando mais preocupada com a transparência das ações públicas, a accountability (responsabilização dos dirigentes) e mecanismos de administração pública societal (com participação da sociedade). A administração gerencial pura está mais ligada à visão fiscal em busca do controle de gastos em função da arrecadação (eficiência), enquanto a administração gerencial no consumerism (cliente-cidadão) está mais ligada à iniciativa privada. A PSO de fato busca combinar as duas formas anteriores, mas é difícil afirmar que ela "resolveu" o conflito entre as duas visões, Questão ERRADA !

  • ERRADA.

    O modelo que iniciou a implentação da Administração Gerencial e veio para resolver um dos dilemas pós-burocráticos foi o GERENCIALISMO PURO (lógica fiscal) e o CONSUMERISM (lógica gerencial).

  • A PSO (public service orientation) resolveu um dos dilemas pós-burocráticos, que era o conflito entre a lógica fiscal e a lógica gerencial, na medida em que aproximou a administração pública do sistema de gestão vigente na iniciativa privada. Resposta: Errado.


    Comentário: o modelo gerencialismo puro (lógica fiscal) e o consumerism (lógica gerencial) que aproximou a administração pública ao sistema aplicado na iniciativa privada, sendo esses modelos responsáveis por resolver os dilemas pós-burocráticos.


  • PSO tem foco mais no cidadão.

    A questão fiscal é respaldada no consumerismo, na segunda fase da adm pública gerencial.

  • GABARITO: ERRADO

    ACRESCENTANDO:

    Gerencialismo Puro = Superar a crise fiscal, ênfase na eficiência, fazer o + com menos, evitando o desperdício, o cidadão é visto como um CONTRIBUINTE, mero pagador de imposto.

    Consumerismo = Objetiva a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos, fazer MELHOR, ênfase na efetividade, cidadão é visto como CONSUMIDOR/USUÁRIO.

    PSO(Public service orientation) = Serviço orientado ao cidadão, equidade e justiça, gestão participativa, o cidadão passar a ser tratado efetivamente como um ativo a ser ouvido.

    FONTE: Estratégia Concursos, Prof: Rafael Barbosa.