A questão tomará por base a seguinte crônica, de Rose de Lima, publicada no sítio de notícias “Bahia Já” em 07/06/2015:
Retrato da 'velha Bahia mundana'
O professor e mestre Cid Teixeira diz que a literatura na Bahia é também feita por obras de autores desconhecidos do grande público e que atuam como formiguinhas editando seus próprios livros, quase sempre com tiragem que variam entre 500 e 1000 exemplares, com esforço próprio e ajuda de alguma empresa. A maioria das monografias sobre a vida dos municípios baianos foi produzida desta forma.
A propósito, chega em nossas mãos e à leitura uma dessas obras, escrita por José Grimaldi Mariano, intitulada "Histórias ao Pé da Letra" com ilustrações de Simanca, Cau e Reinaldo, selo da editora Ponto & Vírgula, 125 páginas. São crônicas do cotidiano escritas por um funcionário de A Tarde, o qual tem grande parte de sua vida dedicada profissionalmente a este jornal de longo curso, com muitas histórias, pois, centenário essa 'folha' já comemorou.
E Grimandi – assim é mais conhecido – traz aos leitores muitas dessas histórias em crônicas tecidas sem o pendor literário de um profissional, pero, de grande valia. Ou como diria o mestre Cid: – São exatamente essas pequenas histórias, os causos, o dia a dia de episódios da Bahia que compõem o cenário de nossa literatura que, infelizmente, não conta com circuitos literários, editoras de maior porte, feiras permanentes e assim por diante.
Vê-se, pois, que José Grimaldi deve ter passado pelos mesmos problemas de centenas de outras pessoas que desejam publicar um livro, possuem escritos na gaveta, mas, não têm como fazê-lo. Felizmente, Grimaldi fez e sua obra é deliciosa, singela, de uma sinceridade sem par. O autor usa uma linguagem coloquial, caseira – como deve ser a boa crônica – descrevendo os cenários e os episódios com os personagens usando as palavras que vivenciavam em seus diálogos. (...) É um painel da 'velha Bahia mundana' com papos sobre o mercado publicitário, jornalismo, música, futebol, vida alheia, a mulherada, à boa mesa e assim por seguinte.
Há quem entenda que a crônica é um dos campos da literatura mais fáceis de ser praticado. É possível. De fato, a ficção é mais complicada, mais tensa. Mas a crônica quando posta dessa forma, sem rebuscamento de linguagem, tratando o cotidiano de uma cidade é perfeita, maravilhosa. São pequenos detalhes da vida que compõem "Histórias ao Pé da Letra". Fácil de ser lido, agradável, pitoresco, um retrato fiel de parte da Bahia.
O terceiro e o quarto parágrafo terminam, respectivamente, com as expressões “assim por diante” e “assim por seguinte”. Sobre ambas, pode-se garantir que