SóProvas


ID
2189206
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de Cláudio - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder a questão.

           Educação profissional e a lição que os jovens ensinam ao Brasil


                                                                                                          RAFAEL LUCCHESI

O dado de que emprego e profissão desejados lideram a lista de aspirações dos jovens brasileiros revela um novo Brasil em construção. Pesquisa recente publicada pelo Instituto Datafolha indica uma preocupação da juventude com o próprio futuro. Outra pesquisa, Transições da escola para o mercado de trabalho de mulheres e homens jovens no Brasil, da OIT, avalia que os jovens brasileiros são trabalhadores e parte significativa deles tem se esforçado para combinar trabalho e estudo.

Com menos experiência e, em geral, pouca qualificação profissional, eles são os que sofrem primeiro quando o mercado de trabalho piora. Essa maior dificuldade para colocar em prática projetos de vida parece ter ensinado ao Brasil uma lição: é preciso estar mais bem preparado para o mundo do trabalho. O impacto coletivo dessa mudança de percepção pode ser visto também com a nova cara dos estudantes do ensino médio.

A maior chance de conquistar um emprego e um bom salário aumentou o interesse dos estudantes em relação ao ensino técnico de nível médio. Dados do Censo da Educação Básica, analisados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), mostram aumento de 55,3% no número de matrículas nesses cursos, passando de 927.978 em 2008 para 1.441.051 em 2013.

Historicamente, a procura por cursos de formação profissional segue uma lógica anticíclica: a procura cresce mais quando o mercado de trabalho não apresentava bom desempenho. Os trabalhadores buscavam se qualificar para manter ou conseguir novo emprego, ou seja, pela necessidade de elevar/manter a sua empregabilidade.

Na última década, quando foram registrados baixos índices de desemprego no Brasil, essa dinâmica parece ter sido rompida, uma vez que a sociedade brasileira começou a mudar a sua percepção sobre a educação profissional, entendendo que ela pode ser o caminho mais curto para a inserção, com qualidade, no mercado de trabalho.

Em outras palavras, mesmo com o mercado de trabalho ativo, houve expansão significativa da procura por cursos, motivada principalmente pela falta de mão de obra especializada e pela necessidade de atualização tecnológica, além ─ é claro ─ do entendimento de que o trabalho abre a perspectiva da mobilidade social.

O aumento do interesse na educação profissional é importante e aponta que estamos no caminho certo da valorização da educação profissional, mas ainda é pouco se comparado a outras nações.

Países da União Europeia, em 2010, segundo o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional, tinham em média 49,9% dos estudantes do ensino secundário também matriculados na educação profissional.

Na Áustria, por exemplo, que registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico. Finlândia vem em seguida com 69,7% e Alemanha com 51,5%. No Brasil, esse índice alcançou os 7,8% em 2013.

A educação profissional melhora o ambiente de negócios, podendo ser um parâmetro importante para decisão de novos investimentos por empresários. Na perspectiva do trabalhador, a qualificação pode reduzir o risco de desemprego ou, ao menos, reduzir o tempo de permanência fora do mercado de trabalho.

Em um momento de arrefecimento do mercado de trabalho, como o atual, não se pode abrir mão da qualificação de trabalhadores, estejam eles empregados ou não. Essa é, inclusive, uma estratégia para facilitar a retomada de crescimento do país.

Um técnico que será contratado para preencher uma vaga em 2017, por exemplo, deve começar a se qualificar hoje. Os jovens já têm nos dado o exemplo. Agora, cabe à geração madura do Brasil nos governos e setores produtivos seguir seu exemplo e fazer a aposta correta.


LUCCHESI, Rafael. Educação profissional e a lição que os jovens ensinam ao Brasil. Folha de S.Paulo.       São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/07/1661561-educacao-profissional-a-licao-que-os-jovens-ensinam-ao-brasil.shtml>

                                                                                 Acesso em: 7 set. 2015 (Adaptação).

Assinale a alternativa em que a natureza gramatical da palavra destacada está incorretamente indicada entre colchetes.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO B

  • a) “Outra pesquisa [...] da OIT, avalia que os jovens brasileiros são trabalhadores.” (1º parágrafo) [CONJUNÇÃO INTEGRANTE]

    OIT AVALIA O QUÊ?

     

     b) “Os trabalhadores buscam se qualificar para manter ou conseguir novo emprego [...].” (4º parágrafo) [PRONOME APASSIVADOR] 

    VERBO + SE + SUBSTANTIVO

    VERBO + SE + ADJETIVO

     

     c) “Na Áustria, por exemplo, que registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico.” (8º parágrafo) [PRONOME RELATIVO] 

    A QUAL

     

     d) “[...] estamos no caminho certo da valorização da educação profissional, mas ainda é pouco se comparado a outras nações.” (7º parágrafo) [CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA]

    CONDICIONAL

  • a)  “Outra pesquisa [...] da OIT, avalia que os jovens brasileiros são trabalhadores.” (1º parágrafo) [CONJUNÇÃO INTEGRANTE]

    Outra pesquisa avalia ISSO. 

    O "que" é uma conjunção integrante introduzindo uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

     

     b) “Os trabalhadores buscam se qualificar para manter ou conseguir novo emprego [...].” (4º parágrafo) [PRONOME APASSIVADOR] 

    Os trabalhadores buscam se qualificar....

    Percebam que nesse caso o "se" poderia ser Pronome Reflexivo ou PIV ( Parte Integrante do Verbo), mas não PRONOME APASSIVADOR, pois o verbo não pede Objeto Direto. Essa é a nossa resposta.  

    No caso em questão, esse "se"  se qualifica como pronome reflexivo, pois os trabalhadores buscam qualificar a si próprios.

     

    c) “Na Áustria, por exemplo, que registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico.” (8º parágrafo) [PRONOME RELATIVO] 

    O que faz papel de pronome relativo, se referindo à Áustria, introduzindo uma Oração Adjetiva Explicativa.

     

     d) “[...] estamos no caminho certo da valorização da educação profissional, mas ainda é pouco se comparado a outras nações.” (7º parágrafo) [CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA]

    "Se" comparado a outras nações, ainda é pouco. Temos uma conjunção condicional nesse caso.

  • Este "se" da letra B é Pronome Reflexivo