SóProvas


ID
2189212
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de Cláudio - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder a questão.

           Educação profissional e a lição que os jovens ensinam ao Brasil


                                                                                                          RAFAEL LUCCHESI

O dado de que emprego e profissão desejados lideram a lista de aspirações dos jovens brasileiros revela um novo Brasil em construção. Pesquisa recente publicada pelo Instituto Datafolha indica uma preocupação da juventude com o próprio futuro. Outra pesquisa, Transições da escola para o mercado de trabalho de mulheres e homens jovens no Brasil, da OIT, avalia que os jovens brasileiros são trabalhadores e parte significativa deles tem se esforçado para combinar trabalho e estudo.

Com menos experiência e, em geral, pouca qualificação profissional, eles são os que sofrem primeiro quando o mercado de trabalho piora. Essa maior dificuldade para colocar em prática projetos de vida parece ter ensinado ao Brasil uma lição: é preciso estar mais bem preparado para o mundo do trabalho. O impacto coletivo dessa mudança de percepção pode ser visto também com a nova cara dos estudantes do ensino médio.

A maior chance de conquistar um emprego e um bom salário aumentou o interesse dos estudantes em relação ao ensino técnico de nível médio. Dados do Censo da Educação Básica, analisados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), mostram aumento de 55,3% no número de matrículas nesses cursos, passando de 927.978 em 2008 para 1.441.051 em 2013.

Historicamente, a procura por cursos de formação profissional segue uma lógica anticíclica: a procura cresce mais quando o mercado de trabalho não apresentava bom desempenho. Os trabalhadores buscavam se qualificar para manter ou conseguir novo emprego, ou seja, pela necessidade de elevar/manter a sua empregabilidade.

Na última década, quando foram registrados baixos índices de desemprego no Brasil, essa dinâmica parece ter sido rompida, uma vez que a sociedade brasileira começou a mudar a sua percepção sobre a educação profissional, entendendo que ela pode ser o caminho mais curto para a inserção, com qualidade, no mercado de trabalho.

Em outras palavras, mesmo com o mercado de trabalho ativo, houve expansão significativa da procura por cursos, motivada principalmente pela falta de mão de obra especializada e pela necessidade de atualização tecnológica, além ─ é claro ─ do entendimento de que o trabalho abre a perspectiva da mobilidade social.

O aumento do interesse na educação profissional é importante e aponta que estamos no caminho certo da valorização da educação profissional, mas ainda é pouco se comparado a outras nações.

Países da União Europeia, em 2010, segundo o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional, tinham em média 49,9% dos estudantes do ensino secundário também matriculados na educação profissional.

Na Áustria, por exemplo, que registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico. Finlândia vem em seguida com 69,7% e Alemanha com 51,5%. No Brasil, esse índice alcançou os 7,8% em 2013.

A educação profissional melhora o ambiente de negócios, podendo ser um parâmetro importante para decisão de novos investimentos por empresários. Na perspectiva do trabalhador, a qualificação pode reduzir o risco de desemprego ou, ao menos, reduzir o tempo de permanência fora do mercado de trabalho.

Em um momento de arrefecimento do mercado de trabalho, como o atual, não se pode abrir mão da qualificação de trabalhadores, estejam eles empregados ou não. Essa é, inclusive, uma estratégia para facilitar a retomada de crescimento do país.

Um técnico que será contratado para preencher uma vaga em 2017, por exemplo, deve começar a se qualificar hoje. Os jovens já têm nos dado o exemplo. Agora, cabe à geração madura do Brasil nos governos e setores produtivos seguir seu exemplo e fazer a aposta correta.


LUCCHESI, Rafael. Educação profissional e a lição que os jovens ensinam ao Brasil. Folha de S.Paulo.       São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/07/1661561-educacao-profissional-a-licao-que-os-jovens-ensinam-ao-brasil.shtml>

                                                                                 Acesso em: 7 set. 2015 (Adaptação).

INSTRUÇÃO: Leia a passagem a seguir para responder a questão.

“Em outras palavras, mesmo com o mercado de trabalho ativo, houve expansão significativa da procura por cursos [...].” (6º parágrafo)

Analise as afirmativas a seguir a respeito do emprego do verbo “houve” no trecho em estudo.

I. Apresenta-se flexionado no pretérito imperfeito do indicativo.

II. Está empregado como verbo impessoal.

III. O núcleo de seu complemento verbal é “expansão”.

Estão CORRETAS as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra c).

     

    Mnemônico para o Pretérito Imperfeito do Indicativo:

     

    "Era ele que vinha dando vaia" + punha + tinha

     

    Era = Verbo "Ser"

    Vinha = Verbo "Vir"

    Va = Verbos terminados em "ar" ou "or"

    Ia = Verbos terminados em "er" ou "ir"

    Punha = Verbo "Pôr"

    Tinha = Verbo "Ter"

     

    I) Logo, Pretérito Imperfeito do Indicativo do "haver" = HAVIA.

     

    Fonte: http://www.conjuga-me.net/verbo-haver

     

     

    II e III)  Os verbos impessoais são aqueles que não possuem sujeito. Ou seja, eles surgem em orações sem sujeito.

     

    O verbo HAVER, no sentido de “existir”, “ocorrer” ou “tempo decorrido”, é IMPESSOAL (=sem sujeito); por isso só deve ser usado no SINGULAR:

     

    “Nesta competição não HÁ titulares ou reservas.” (=existem)

     

    “Já HOUVE vários acidentes nesta curva.” (=ocorreram, aconteceram)

     

    “HAVIA meses que não nos víamos.” (=tempo decorrido)

     

    * Logo, na expressão "houve expansão significativa da procura por cursos", "expansão significativa da procura por cursos" é o objeto direto do verbo "haver", visto que não há SUJEITO nesse caso. Percebe-se, também, que a palavra "expansão" é o núcleo do objeto direto, pois ela é quem demarca maior significância, ou seja, maior peso em relação ao sentido. Portanto, itens II e III estão corretos.

     

    Fontes: 

     

    http://portugues.uol.com.br/gramatica/nucleo-objeto-direto-objeto-indireto.html

     

    http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/verbos-impessoais.htm

     

     

    Observação: O verbo HAVER pode ser usado no plural, desde que não tenha o sentido “existir”, “ocorrer” ou “tempo decorrido”:

     

    “Os professores HOUVERAM por bem adiar as provas.” (=decidiram)

     

    “Os alunos se HOUVERAM bem na defesa de tese.” (=se apresentaram, “se deram”, “se saíram”)

     

     

    O verbo EXISTIR é pessoal (=com sujeito) e deve concordar com o seu sujeito:

     

    “EXISTEM no Brasil dois tipos de caipiras.” (=sujeito plural)

     

    “Na Polícia Federal não EXISTEM fotos dos traficantes.”

     

    “Ainda PODEM EXISTIR dúvidas para serem resolvidas.”

     

     

    *Obs: os verbos OCORRER e ACONTECER também são pessoais:

     

    “Nesta rua, já ACONTECERAM muitos acidentes.” (=sujeito plural)

     

    “Neste julgamento, PODEM OCORRER algumas injustiças.”

     

    Fonte: http://redeglobo.globo.com/sp/tvtribuna/camera-educacao/platb/2013/09/12/concordando-ou-nao-concordancia-verbal-com-haver-e-existir/

     

     

     

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  • O Pretérito Imperfeito seria HAVIA, indicando um fato inacabado, o passado em progressão, o que não ocorre na frase.

    O HOUVE põe fim a "... expansão significativa...", mostrando que ela ficou no passado.

    Macete= Se é imperfeito, é inacabado. Se é perfeito já acabou.

  • Houve é pretérito PERFEITO.

    IMPERFEITO é havia.


    Sabendo isso, já matava a questão!

  • ERA ele que VINHA dando VAIA + PUNHA + TINHA = pret. imperfeito indicativo