SóProvas


ID
2194999
Banca
FCM
Órgão
IF Farroupilha - RS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1  

Além do clichê

Tamara Santos* 

[1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

[2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

[3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

[4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2). 

[5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

[6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).


*Tamara Santos é jornalista.


Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.

No trecho: “(...) o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra.”, o termo em destaque introduz o sentido de

Alternativas
Comentários
  • "o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra."

    Por isso introduzindo causa??? "a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante" é a causa da oração anterior? Não está mais para consequência? Aguem pode explicar? 

     

     

  • CAUSA/CONSEQUÊNCIA.?????

  • Não concordo com a resposta. Marquei a letra D: "consequência"

     

    Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

     

    [ Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf85.php ]

  • Tenho também a mesma opinião que você, Sheila Souza.

  • Considerei a alternativa A como a "menos errada" 

  • Por causa do conteúdo transmitido ser baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra.

  • Errei também marquei a D. Sendo a correta a A. Ficou tão claro para mim que era consequencia :(

  • Eu marquei a D. Eu vejo consequência ou conclusão, jamais causa.

  • Gente marquei letra D com pressa, depois que errei percebi que realmente é uma relação de CAUSA, veja o porquê:

    Temos um período composto (ok, isso é obvio, mas é preciso saber qual a relação entre as orações):

    PERÌODO MISTO:

    #OR 1. COORDENADA:  o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão,

    #OR 2 SUBORDINADA:    por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante,

    #OR 3 SUBORDINADA:      pois quem a domina é quem a compra.

    O que vai nos interessar são as orações subordinadas a gente percebe qual a relação entre elas pois a TV ser classificada como disseminadora de uma ideia dominante é a CAUSA/ RAZAO de quem a domina a compra.

    Mas eu confesso que é preciso ter frieza para marcar letra A logo de cara.

    Entendi dessa forma, se eu estiver errada, por favor me corrijam. Estou aqui pra aprender.

    vlw.

     

  • O conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso ....   OBS. Agora a questão traz uma causa do que foi relatado, logo usa a conjunção causal.

     

    Conjunções causais: Como, Porque, Uma vez que, Pois isso, visto que....

     

    Gabarito: A

  • Morfologia - Conjunções: Relação de causa e consequência, há uma grande dúvida, coisa pra especialistas.

  • Indica para a profª comentar.

  • Não adianta somente decorar as conjunções,tem de saber interpretá-las dentro do contexto da oração.

     

    Oração subordinada adverbial causal: apresenta a causa do acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas seguintes conjunções e locuções causais: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, por isso que, como, como que, visto como

     

    GABA A

  • Conjunções Causais

    Porque

    Porquanto

    Já que

    Visto que 

    Sendo que

    Na medida em que

    Uma vez que

    Como

    Dado que

    Por + infinitivo

  • Pessoal, eu mostrei a questão para o professor de gramática Fernando Pestana, ele disse que a banca errou feio ao dar como certa a alternativa a), veja porque :

    A circunstância da causa precede e gera o fato ou o ocorrido (ou seja, a oração subordinada introduz primeiramente a causa, depois vem a consequência (na oração principal)).
    Exemplo:
    A calçada esta molhada porque choveu (porque causal)
    choveu porque a calçada esta molhada (porque explicativo)
    Fonte: Livro de "A gramática de Fernando Pestana".

    Logo, a alternativa mais correta é a letra D.

     

    Estou de pleno acordo com o comentário de Po​rto:
    "A banca se equivocou em relação ao gabarito. Decerto , o gabarito deveria ser D. Notadamente, há uma ideia de causa e consequência. A oração que antecede à  da expressão destacada é causal. Já a outra, consecutiva.
    Falar que a expressão INTRODUZ uma causa é químico. A expressão introduz uma consequência, mas RETOMA uma causa...como se fosse uma ligação: retomando e dando prosseguimento. 
     
    Se se fizer a troca de "por isso" por expressões causais, como "porque", "como", "visto que", perceber-se-á que não há sentido. Trocando-se, por outro lado, a conjunção destacada por "consequentemente", por exemplo, que também é uma conjunção consecutiva, será notado que há sentido. Assim, o gabarito, sob o viés gramatical, é D."
     

  • Realmente o "x" da questão está em perceber que depois do "por isso" temos duas orações subordinadas, em que a primeira é causa e a segunda é consequência. 

  • Pessoal, eu mostrei a questão para o professor de gramática Fernando Pestana, ele disse que a banca errou feio ao dar como certa a alternativa a), veja porque :

    A circunstância da causa precede e gera o fato ou o ocorrido (ou seja, a oração subordinada introduz primeiramente a causa, depois vem a consequência (na oração principal)).
    Exemplo:
    A calçada esta molhada porque choveu (porque causal)
    choveu porque a calçada esta molhada (porque explicativo)
    Fonte: Livro de "A gramática de Fernando Pestana".

    Logo, a alternativa mais correta é a letra D.

     

    Estou de pleno acordo com o comentário de Po​rto:
    "A banca se equivocou em relação ao gabarito. Decerto , o gabarito deveria ser D. Notadamente, há uma ideia de causa e consequência. A oração que antecede à  da expressão destacada é causal. Já a outra, consecutiva.
    Falar que a expressão INTRODUZ uma causa é químico. A expressão introduz uma consequência, mas RETOMA uma causa...como se fosse uma ligação: retomando e dando prosseguimento. 
     
    Se se fizer a troca de "por isso" por expressões causais, como "porque", "como", "visto que", perceber-se-á que não há sentido. Trocando-se, por outro lado, a conjunção destacada por "consequentemente", por exemplo, que também é uma conjunção consecutiva, será notado que há sentido. Assim, o gabarito, sob o viés gramatical, é D."

  • Entendo que alguns queiram encontrar uma justificativa pra esse gabarito, mas não há. Leiam os comentários que se referem ao professor Fernando Pestana, acho ele mais confiável que todos nós aqui, rs

  • Segundo a explicação do professor Alexandre Soares o gabarito deveria ser D, então não fique triste se vc marcou essa alternativa. 

     

  • a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante PORQUE o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado (...) - causal

  • Confesso que fiquei na dúvida. Fiz a substituição por outras conjunções causais e continuava na dúvida.

    Parti para a segunda análise, olhei se tinha expressões: tão, tal, tanto... e observei que não tinha.

    Portanto, causa.

  • “(...) o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão (CAUSA), POR ISSO a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra (CONSEQUÊNCIA).”

    Como o por isso está retomando o termo anterior, acredito que a resposta sejá CAUSA.

    Se tivesse assim :   A TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra (CONSEQUÊNCIA).“(...) POR ISSO o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão (CAUSA),” Ai a resposta seria consequência.... 

     

    Me corrigam se estiver errado.

  • Marquei a D e fiquei surpresa ao ver o gabarito.

  • A conjunção Por isso está retomando o termo anterior que é uma causa .