D)
O JIT tem sido apresentado através de muitas definições que evoluem na medida
de sua aceitação. Uma das mais comuns refere-se ao JIT como um método
de redução de desperdícios nos processos de manufatura.
Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção, que “empurram”
os estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a produção
ao longo do processo, de acordo com a demanda.
Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoques significa que qualquer
movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada
pelo usuário da peça ou componente em fabricação, ou seja, os centros
de trabalho não estão autorizados a produzir e “empurrar” os lotes apenas para
manter ocupados operários e equipamentos.
O JIT também favorece o questionamento das normas estabelecidas, isto é,
não convive passivamente com “níveis aceitáveis” de estoque, seja de matériasprimas,
produtos em processo ou acabados, de disponibilidade de máquina, de
retrabalho, de refugo, de reclamação de clientes etc.
Essa característica faz com que o JIT seja considerado um sistema ativo. A
utilização dos estoques, como elemento para encobrir determinadas deficiências,
é combatida ferozmente pelo JIT, embora saibamos que alterações no perfil da
demanda ou falhas nos processos de fabricação ou de compra normalmente justificam
a presença de estoques.
Nos processos produtivos, os estoques criam independência entre as fases,
ou seja, os problemas que surgem em uma não interferem na outra. Na filosofia
JIT, ao contrário, os estoques são persona non grata por razões óbvias: primeiro
porque ocupam espaços e segundo porque custam dinheiro. Os adeptos do JIT
acreditam que, por maior que seja o esforço para eliminar os problemas dos processos,
a existência de estoques estará sempre inibindo ações mais efetivas no
enfrentamento da questão.
(DIAS, 2010)