SóProvas


ID
2214790
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Prefeitura de Jacundá - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Posto... Logo, existo!

Um passeio gostoso pelo shopping e... um selfie em que estou comendo um bombom, na frente da loja de chocolates! Mais uma volta, peço um sorvete e... um selfie com o sorvete. Antes de sair, mais um selfie com uma amiga que encontrei. Pronto!

Agora é só postar.

Para quem? Para mim?

                                           Selfies

      Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso indiscriminado dos celulares. Fossem só para falar, já seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias, e com isso somos invadidos no Facebook com imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo, brownie e feijoada. Se depender do que vejo com meus filhos – dez e 12 anos -, o tempo dos “selfies” está de todo modo chegando ao fim. Eles já começam a achar ridícula a mania de tirar retratos de si mesmos em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas.

      “Fulaninha? Tira fotos na frente do espelho.” Hábito que pode ser compreensível, contudo. Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma física, registrando seus progressos semanais. Ou apenas entregue, no início da adolescência, à descoberta de si mesmo.

      A bobeira se revela em outras situações: é o caso de quem tira um “selfie” tendo ao fundo a torre Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou Cauã Reymond.

      Seria apenas o registro de algo importante que nos acontece – e tudo bem. O problema fica mais complicado se pensarmos nos casos das fotos de comida. Em primeiro lugar, vejo em tudo isso uma espécie de degradação da experiência.

      Ou seja, é como se aquilo que vivemos de fato – uma estrada em Paris, o jantar num restaurante – não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.

      Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na viagem, em vez de simplesmente viajar, posso estar fugindo das minhas próprias sensações. Desdobro o meu “self” (cabe bem a palavra) em duas entidades distintas: aquela pessoa que está em Paris, e aquela que tira foto de quem está em Paris.

      Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo não precisava viajar para lugar nenhum. A complicação não surge do sujeito, surge do objeto. O que me incomoda é a torre Eiffel; o que fazer com ela? O que fazer de minha relação com a torre Eiffel?

      Poderia unir-me à paisagem, sentir como respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro rendilhado que fosforesce ao sol, fazer-me diminuir entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem clero e sem paredes.

      Perco tempo no centro imóvel desse mecanismo, que é como o ponteiro único de um relógio que tem seu mostrador na circunferência do horizonte. Grupos de turistas se fazem e desfazem, há ruídos e crianças.

      Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo se fechou no visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo uma careta idiota; dou de costas para o monumento, mas estou na verdade dando as costas para a vida.

      [...]

      Talvez as coisas não sejam tão desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos, depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe climática que destruam o mundo civilizado, um pesquisador recupere os “selfies” e as fotos de batata frita.“Como as pessoas eram felizes naquela época!” A alternativa seria dizer: “Como eram tontas!”. Dependerá, por certo, dos humores do pesquisador.

(Marcelo Coelho) (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/162525-selfies.shtml. Acesso em: 29/10/2016.)

Assinale a frase que apresenta o mesmo caso de colocação pronominal presente no excerto “Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas”:

Alternativas
Comentários
  • Vamos ao que segue....

    “Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas -  CASO DE ÊNCLISE OBRIGATÓRIA...

     

    Analisando as alternativas, a única que apresenta ÊNCLISE  é a letra D...

     

    Espero ter ajudado,,

     

    Abraço

     

  • Questão suave.

    a) Verbo irritar-se;

    b) Adjunto Adv. de Condição (se)

    c) Próclise

    d) Ênclise (CORRETA)

    e) Próclise

  • Ênclise: É a colocação do pronome obliquo átono depois do verbo.

    Exemplo: Amo-te.

    Amo   -    te

    verbo (amo)  +  pronome obliquo átono (te)

     

  • Próclise

    Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:

    a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.

    Exemplos:

    Ninguém o apoia.
    Nunca se esqueça de mim.
    Não me fale sobre este assunto.

     

    b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.

     

    Exemplos:

    Aqui se vive. (advérbio)
    Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)

     

    Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.

    Por Exemplo:

    Aqui, vive-se.

     

    c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.

    Exemplos: 

    Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
    Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)

     

    d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).

    Exemplos: 

    Como te admiro! (oração exclamativa)
    Deus o ilumine! (oração optativa)

     

    e) Nas conjunções subordinativas:

    Exemplos: 

    Ela não quis a blusa, 

    embora lhe servisse.
    É necessário que o traga de volta.
    Comprarei o relógio se me for útil.

     

    f) Com gerúndio precedido de preposição "em".

    Exemplos: 

    Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
    Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.

     

    g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas alternativas.

    Exemplos:

    Só se lembram de estudar na véspera das provas.
    Ou se diverte, ou fica em casa.

     

    h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.

    Exemplos:

    Foi aquele colega 

    quem me ensinou a matéria.
    Há pessoas que nos tratam com carinho.
    Aqui é o lugar onde te conheci.

  • 2) Mesóclise

    Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.

    Exemplos:

    Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
    Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)

     

    Observações:

    a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.

    Por Exemplo:

    Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.)

     

    b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.

    c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

    3) Ênclise

    A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:

    a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.

    Exemplos:

    Diga-me apenas a verdade.
    Importava-se com o sucesso do projeto.

     

    b) Nas orações reduzidas de infinitivo.

    Exemplos:

    Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
    Espero contar-lhe isto hoje à noite.

     

    c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em".)

    Exemplos:

    A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
    O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

     

    d) Nas orações imperativas afirmativas.

    Exemplos:

    Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
    Professor, ajude-me neste exercício!

     

    Observações:

    1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas.

    2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por Exemplo:

    Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
    Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.
     

    3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.  
     

    Exemplos: 
    Eu me machuquei no jogo.
    Eu machuquei-me no jogo.
    As crianças se esforçam para acordar cedo.
    As crianças esforçam-se para acordar cedo.

  • Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais

    As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.

    1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio

    a) Sem palavra que exija a próclise:

    Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.

    Por Exemplo:

    Quero ajudar-lhe ao máximo.

     

    b) Com palavra que exija próclise:

    O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.

    Exemplos:

    Nunca me 

    viram cantar. (antes)
    Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)

     

    Observações:

    1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa.

    Por Exemplo:

    Nosso filho há de encontrar-

    se na escolha profissional.
    Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.

     

    2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo.

    Por Exemplo:

    Voltei a cumprimentá-

    los pela vitória na partida.

     

    2) Verbo Principal no Particípio

    Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.

    Por Exemplo:

    As crianças tinham-se 

    perdido no passeio escolar.

     

    a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome  ficará depois do verbo auxiliar.

    Por Exemplo:

    Seu rendimento escolar 

    tem-me surpreendido.

     

    b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.

    Por Exemplo:

    Não me 

    haviam avisado da prova que teremos amanhã.

     

    Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:

    Por Exemplo:

    Haviam 

    me convencido com aquela história.
    Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

  • Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas”. ênclise - Colocação do pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) depois do verbo.

     

    a) “Muita gente se irrita, e tem razão”. Próclise - Colocação do pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) antes do verbo.

     

    b)“Se depender do que vejo com meus filhos”. Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes). Logo esse SE não é pronome oblíquo.

     

     c) “O que me incomoda é a torre Eiffel”. Próclise - Colocação do pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) antes do verbo.

     

    d) “Poderia unir-me à paisagem”. ênclise - Colocação do pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) depois do verbo.

     

     e)“O mundo se fechou no visor do espelho”. Próclise - Colocação do pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) antes do verbo.

  • GABARITO D

    Lembre-se de que NUNCA se começa uma frase com o pronome, nesse caso é OBRIGATÓRIO o uso da ênclise.

    bons estudos