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ID
2242630
Banca
FUNRIO
Órgão
IF-PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Diante de um paciente que apresente úlcera diabética em membro inferior, durante seu atendimento é primordial que se defina o tipo de lesão para que a melhor terapêutica seja estabelecida. Dessa forma, pode-se classificar a úlcera diabética de três maneiras: neuropárica, isquêmica ou mista. Quanto a característica do pé dos indivíduos com úlcera diabética, levando em consideração as etiologias neuropáticas e isquêmicas no diabetes mellitus, assinale a afirmativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Pé isquêmico é caracterizado por história de claudicação intermitente que é a dor em repouso que piora com exercício ou elevação do membro superior, pé apresenta-se frio, com ausência de pulsos tibial posterios e pedioso dorsal.

    Pé neuropático é caracterizado por laterações de sensibilidade dos membros inferiosres . O paciente pode referir sintomas como formigamento, sensação de queimação que melhora ao exercício ou sintomas de diminuíção de sensibilidade, com perda do sapato sem notar ou lesões traumáticas assintomáticas.

  • A úlcera diabética em membro inferior pode ser classificada, segundo sua etiopatogenia, em: Neuropático, Vascular (também chamado isquêmico), Misto (neurovascular ou neuroisquêmico).

     A neuropatia é a origem mais comum de úlceras nos indivíduos diabéticos2, com comprometimento de componentes motor, sensorial e autônomo do sistema nervoso periférico. Os sintomas mais frequentes são os formigamentos e a sensação de queimação (que tipicamente melhoram com o exercício). A diminuição da sensibilidade pode apresentar-se como lesões traumáticas indolores ou a partir de relatos, como perder o sapato sem se notar. 

    - Deformidades no pé - Dedos em garra, possível arco alto, possíveis deformidades de Charcot.

    - Temperatura/ pulso do pé - Pulso quente e palpável.

    - Cor da pele - Normal ou vermelho.

    - Condição da pele - Pele seca devido à diminuição do suor.

    - Localização da úlcera - Nas regiões plantares do pé/dedos (80% no antepé).

    - Calo presente - Comumente visto nas áreas que suportam o peso e geralmente espesso.

    - Características da úlcera - Normalmente indolor, com um aspecto de “centro deprimido" (granulação ou base mais profunda) hiperqueratose ao redor da úlcera.

    - Sensação - Sensação reduzida ou ausente ao toque, vibração, dor e pressão.

    - Reflexos do tornozelo - Normalmente não está presente.

    - Pulsos do pé - Presente e frequentemente amplo. Veias dilatadas e proeminentes.

    Já o pé isquêmico caracteriza-se tipicamente por história de claudicação intermitente e/ou dor à elevação do membro. Ao exame físico, pode-se observar rubor postural do pé e palidez à elevação do membro inferior.

    -Deformidades no pé – Nenhuma deformidade específica. Possíveis amputações anteriores de dedos/antepé

    - Temperatura/ pulso do pé - Temperatura fria ou diminuída, pulso pode estar ausente ou reduzido.

    - Cor da pele - Pálido/azulado. Palidez à elevação Rubor/Vermelhidão pronunciada quando abaixado 

    - Condição da pele - Fina, frágil e seca.

    - Localização da úlcera - Distal/pontas dos dedos, calcanhar ou margens do pé.

    - Calo presente - Normalmente não. Quando presente, escara distal ou necrose.

    - Características da úlcera - Dolorosa, especialmente com necrose ou esfacelo.

    - Sensação - A sensação pode estar presente, mas diminuída, se a neuropatia estiver associada.

    - Reflexos do tornozelo - Normalmente presente.

    - Pulsos do pé - Ausente ou marcadamente reduzido.

    - O misto é aquele que apresenta tanto um quanto outro comprometimento.



    Gabarito do professor: Letra B


    Bibliografia


    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do pé diabético : estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.


  • Pé neuropático: possui sensibilidade precária e boa circulação. A perda de sensibilidade nos pés os tornam vulneráveis a traumatismos, porém a boa circulação faz com que sejam mais capazes de se recuperar. O paciente diabético com pé neuropático conta com antecedentes neurológicos periféricos (choques, fisgadas, queimação). Os achados habituais são: tecidos bem nutridos, diminuição ou ausência de sensibilidade, tendência para retração dos dedos, calosidades nos pontos de pressão (feridas indolores na planta do pé denominadas mau perfurante plantar).

    Pé isquêmico: possui a sensibilidade preservada e uma circulação precária. Devido à isquemia o pé é vulnerável a traumas. A isquemia torna o pé muito sensível a qualquer lesão, fissura ou inflamação. Geralmente está associado à claudicação intermitente (dor para caminhar). Os sinais de isquemia podem ser: pele seca e descamativa, ausência de pelos, atrofia dos músculos, tendência à formação de fissuras nos calcanhares, redução ou ausência de pulso e palidez. Esta falta de sangue poderá se dar pela obstrução das grandes artérias que irrigam a perna (macroangiopatia) ou pela oclusão das microartérias que irrigam os tecidos dos pés: pele, músculos e nervos (microangiopatia). CARACTERISTICAS -Pele fina e brilhante -Cianose -Unhas atrofiadas -Ausência de pêlos -Rubor Postural -Palidez à elevação -Pé frio -Ausência de pulsos -Claudicação

    Pé infeccioso: apresenta lesões infecciosas do tipo bolhas, abscessos, presença de pús, tecido necrótico ou desvitalizado, odor fétido. Costuma ter evolução muito rápida com altos índices de amputações.