Gabarito: A
O próprio Weber ponderou as características da Burocracia e chegou no consenso de que Formalidade, Impessoalidade e Profissionalismo formam o tipo ideal de burocracia. Abaixo um resumo bem sintetizado, uma vez em que já foi paulatinamente explicado.
Formalidade: Burocracia é essencialmente um sistema de normas e a figura da autoridade é definida pela lei.
Impessoalidade: Tarefas e ordens são distribuídas em decorrência do cargo e não da pessoa em si. Todas as pessoas seguem as normas.
Profissionalismo: Funcionários ocupam cargos por competência e capacidade, recebem salários e podem fazer carreira devido a seus méritos.
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Sobre a DISFUNÇÕES, que a banca as cita:
Abaixo, listo as principais disfunções da burocracia, reiteradamente cobradas em concursos.
As regras viram prioridade: O funcionário esquece a importância da flexibilidade na organização, como forma racional de conseguir alçar os objetivos. Este, dá mais valor às regras do que aos próprios objetivos da organização, vira um especialista, porém não em sua atividade e sim nas regras e nos procedimentos.
Excesso nas formalidades: No interesse de documentar e comprovar tudo, muitas vezes é gerado um excesso de papéis, como formulários, cadastros, etc. Esta provavelmente seja a principal disfunção da Burocracia, mas não se enganem, isto não é uma característica da burocracia pura, de Weber, e sim uma disfunção gerada caso-a-caso.
Resistência a mudanças: Como o funcionário vive religiosamente as regras e os procedimentos da organização, seguindo sempre uma uniformidade e um padrão, quando surge alguma mudança em que ele não está esperando ele perde a sua segurança e tranquilidade, saindo assim de sua zona de conforto. Essa quebra de conforto gera resistência por parte do funcionário, que pode ser transmitida de forma passiva, quieta, ou de forma ativa, com reclamações, greves e comportamentos mais agressivos.
Mais atenção na organização do que no cliente: Na preocupação de atender aos objetivos organizacionais, seguir catedraticamente cada regulamento, norma, procedimento, o funcionário muitas vezes trata todos clientes da mesma forma, padronizada, e isto inevitavelmente gera conflitos, uma vez que os clientes necessitam de soluções e atendimentos personalizados.
Lentidão e categorização no processo decisório: A hierarquia e a formalidade sendo levadas a sério no maior grau possível, certamente limita a flexibilização na hora da tomada de decisão. Na burocracia, sempre quem tomará a decisão será quem está numa posição hierárquica mais elevada, mesmo que não seja o maior conhecedor no assunto em que deverá tomar uma decisão, porém, se por um lado isto torna o processo decisório mais lento, por outro, esta categorização aumenta a busca de alternativas e estereotipa melhor os assuntos a serem resolvidos.
Fonte: Administração Sob a Ótica dos Concursos, Thiago de Luca, Editora Labrador, 2
Uma coisa que devemos ter em mente é que a Burocracia foi uma grande evolução do modelo patrimonialista de governança. Weber concebeu a Burocracia como o modelo mais racional existente, o qual seria mais eficiente na busca dosseus objetivos. Continuando, as características principais da Burocracia são:
** Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto de normas e leis, expressamente escritas e detalhadas. O poder do chefe é restrito aos objetivos propostos pela organização e somente é exercido no ambiente de trabalho – não na vida privada. As comunicações internas e externastambém são todas padronizadas e formais.
**Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos em normas. As regras são aplicadas de forma igual a todos, conforme seu cargo em função na organização. Segundo Weber, a Burocracia deve evitar lidar com elementos humanos, como a raiva, o ódio, o amor, ou seja, as emoções e as irracionalidades. As pessoas devem ser promovidas por mérito, e não por ligações afetivas. O poder é ligado não às pessoas, mas aos cargos – só se tem o poder em decorrência de estar ocupando um cargo.
** Profissionalização – As organizações são comandadas por especialistas, remunerados em dinheiro (e não em honrarias, títulos de nobreza, sinecuras, prebendas etc.), contratados pelo seu mérito e seu conhecimento (e não por alguma relação afetiva ou emocional). O modelo burocrático se caracterizou pela meritocracia na forma de contratação e promoção dos empregados. No setor público, temos o exemplo dos concursos públicos. Esse tipo de ingresso nas carreiras públicas buscou eliminar o hábito arraigado do modelo patrimonialista de ocupar espaço no aparelho do Estado através de trocas de cargos públicos por favores pessoais ao soberano.
(Rodrigo Renno)