Classe média já chega a 65% m s favelas, diz pesquisa
Morar em favelas, pelo menos no Rio de Janeiro, pode não
ser tão ruim quanto parece para quem está de fora. Amparados
por melhorias nos indicadores socioeconòmicos, 85% dos jovens
das comunidades cariocas disseram ao Data Popular que gostam
do lugar onde moram. E 70% disseram que continuariam a morar
na comunidade mesmo se a renda dobrasse.
Os resultados fazem parte de um levantamento, realizado
em 2012, pelo Data Favela, união entre o Data Popular e Celso
Athayde, ex-dirigente da Central Única de Favelas (Cufa).
E mostram urn retrato não só do Rio de Janeiro, mas de todas
as comunidades do Brasil. É um contingente formado por
12 milhões de pessoas, cuja renda soma 56.1 bilhões de reais por
ano. com uma maioria de membros da classe média.
Embora o conceito de classe média gere polêmica, segundo
o Data Favela. hoje 65% dos moradores estão nessa faixa
de renda, contra 37% em 2002. Há 10 anos. apenas 4 em cada
10 moradores tinham celular. Hoje são nove. Computadores
estavam em apenas 3% dos lares, agora estão em 40%. A média
de anos de estudo subiu no mesmo período: foi de quatro para
seis anos.
Segundo a pesquisa, os jovens desempenham papel preponderante
na atividade econômica e na organização social das
favelas. São eles. por exemplo, que orientam os pais na aquisição
de serviços, como TV por assinatura, e decidem as marcas de
alimentos e o consumo de eletrônicos.
A pesquisa incluiu levantamento qualitativo apenas no Rio
de Janeiro. E a visão dos jovens mostrou-se otimista: 51% deles
consideram que a comunidade melhorou nos últimos dois anos,
e 63% acreditam que vai continuar melhorando. Mesmo assim,
o preconceito ainda persiste, na visão deste grupo, fazendo com
que 49% deles prefiram não dizer onde vivem.
(Exame, http: goo.gl 4fMqxx. 20.02.2013. Adaptado)
De acordo com o texto, no período entre 2002 e 2012. considerado
pelo Data Favela ao fazer seu levantamento,