-
O trabalho a quente é definido como a deformação sob condições de temperatura e taxa de deformação tais que processos de recuperação e recristalização ocorrem simultaneamente com a deformação. De outra forma, o trabalho a frio é a deformação realizada sob condições em que os processos de recuperação e recristalização não são efetivos. No trabalho a morno ocorre recuperação, mas não se formam novos grãos (não há recristalização).
trabalho a quente (TQ) aquele que é executado em temperaturas acima de 0,5Tf
trabalho a morno (TM), executado na faixa compreendida (grosseiramente) entre 0,3 e 0,5 Tf e
trabalho a frio (TF) aquele que é executado entre 0 e 0,3 Tf .
(Obs.: Temperatura de fusão Tf em kelvin)
-
Ótima explicação Arthur, muito obrigado
-
Para lembrar é só pensar que: A deformação a quente, diferentemente da deformação a frio, os grãos não ficam deformados devido a aplicação da força. Por quê? Porque ao mesmo tempo que o grão deforma, ele recristaliza (como se realizasse o tratamento térmico de recristalização), se mantendo, na medida do possível, na sua forma "original". Já na deformação a frio, não há calor para o grão recristalizar, logo os grãos permanecem deformados, alongados. E lembrar que deve ser abaixo da temperatura de fusão, pois aí o processo seria fundição, não conformação!
-
Gab C
Eu acredito que o Arthur se confundiu ao relacionar a faixa de valores que classifica o trabalho a quente, a frio e a morno. Na verdade, é a temperatura homóloga e não a de fusão. A temperatura homóloga é a razao entre a T de execução do trabalho e a T de fusao do material.
Um trabalho pode ser classificado como a quente, frio ou morno por dois parâmetros: a T homóloga e a T de recristalização. Considerando a T homóloga, abaixo de 0,3 é trabalho a frio, entre 0,3 e 0,6 é morno e acima de 0,6 a quente (esses valores podem ser diferentes dependendo do autor). Utilizando a T de recristalização, acima da T de recristalização o trabalho é dito a quente.
Tipicamente, a T de recristalização se encontra entre um terço e metade da T de fusão.
Então, se um material tem T de fusão de 1200°C, a T de recristalização será entre 600°C e 400°C. Assim, seria correto afirmar que a recristalização ocorre acima da T de recristalização e abaixo da T de fusão, uma vez que nas operações de conformação o material encontra-se no estado sólido.