SóProvas


ID
2293159
Banca
FCC
Órgão
PGE-MT
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Qual acha que é a principal característica deste início de século 21?
Zygmunt Bauman: Este século é diferente do século 20. Se compararmos o que eu vivenciei quando jovem, cheio de expectativas, com o que vivencio agora, diria que estamos num estado de interregno. No “interregno", não somos uma coisa nem outra. As formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais. Mas as novas formas, que substituiriam as antigas, ainda estão engatinhando. Não temos ainda uma visão de longo prazo [...]. Hoje, vivemos na sociedade pós-industrial do consumismo, e a passagem da sociedade de produção para a sociedade de consumo foi muito poderosa. Mudamos o foco da construção das bases do poder da sociedade para a cultura do imediatismo, do prazer, da identificação da felicidade com o aumento do consumo.
Acha correto dizer que hoje recebemos informação demais?
Zygmunt Bauman: Como E. O. Wilson, grande biólogo, expressou de forma muito sucinta: “Estamos nos afogando em informações e famintos por sabedoria". Não temos tempo de transformar fragmentos de informações em algo que podemos chamar de sabedoria. A sabedoria nos mostra como prosseguir. Como Ludwig Wittgenstein dizia: “Compreender é saber como seguir adiante". É isso que estamos perdendo.
Neste mundo hiperconectado, qual é o papel da educação?
Zygmunt Bauman: O sistema educacional atual é uma das vítimas da cultura do imediatismo. Educação e imediatismo são termos contraditórios. Certas capacidades psicológicas (como atenção, concentração e o chamado pensamento linear) estão sendo destruídas. Há mudanças na psique humana. E isso coloca os educadores numa posição muito difícil.
Que iniciativas e projetos lhe dão esperança no futuro da humanidade?
Zygmunt Bauman: Sou pessimista em relação ao curto prazo e otimista em relação ao longo prazo. Quando analisamos a história da humanidade, vemos que ela é menos cruel e sórdida agora, apesar de tudo de ultrajante que acontece. Houve muitas crises na história, mas as pessoas sempre acharam um caminho. Minha preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho agora. Quantas pessoas se tornarão vítimas até que a solução seja encontrada?

(Adaptado da entrevista de: Zygmunt Bauman ao jornalista Marcelo Lins. Disponível em: http://www.conjur.com.br)

Quando analisamos a história da humanidade, vemos que ela é menos cruel e sórdida agora, apesar de tudo de ultrajante que acontece.
Uma redação alternativa para a frase acima, em que se mantêm a correção e o sentido, está em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra D
    Apesar de - sinônimos: a despeito de, não obstante, embora.

  • os erros de vermelho

    a) não sei explicar

    b) Ao analisarmos a história da humanidade, embora vemos que ela é menos cruel e sórdida hoje, há tudo de ultrajante que acontece. (perdeu o sentido) 

    c)Tendo e m vista tudo de ultrajante que acontece, vê-se que, a história da humanidade a ser analisada, é menos cruel e sórdida hoje. (não se separa sujeito do verbo "a história da humanidade é menos cruel e sórdida hoje" deveria ter uma vírgula entre humanidade e a ser analisada)

     d) A despeito de tudo de ultrajante que acontece, percebe-se, ao se analisar a história da humanidade, que atualmente ela é menos cruel e sórdida.CORRETA

     e) A história da humanidade, ao ser analisada, demonstra que hoje, devido à tudo de ultrajante que acontece, há menos crueldade e sordidez. (NÃO CABE CRASE ANTES DE PRONOME INDEFINIDO)

  • Qual o erro da letra A?

  • Acredito que o erro da alternativa "A" seja o sentido... a história é menos cruel e sórdida, e não menos ultrajante... 

    Já na alternativa "B", acredito que a conjunção EMBORA só aceite verbos no SUBJUNTIVO... ("Vemos" é Presente do INDICATIVO)

    Corrijam-me se estiver enganada...

  • A letra a não está de acordo com o que a frase principal diz. Ela troca as informações.
  • O erro da A é que o efeito realce (concessiva-oposição) estava na oração assindética.
    Quando foi usada a adversativa, realçou a sindética, perdendo o sentido.
     

    vemos que ela é menos cruel e sórdida agora, apesar de tudo de ultrajante que acontece. (realce)

     

    o certo seria: 
    Tudo de ultrajante que acontece, mas vemos que ela é menos cruel.( manteve realce)
    vemos que ela é menos cruel, Mas Tudo de ultrajante que acontece, . (não manteve)

     

  • A mão chegou a tremer pra marcar a "B"! rsrs

  • Acho que o erro da A é que o verbo ver (vê), devido à partícula "SE", por ser ele VTD, o sujeito é paciente, ou seja, será o OD.

    Logo, seu sujeito será "muitos acontecimentos cruéis e sórdidos". O que ocasinará na concordância para o plural, sendo a forma correta:

    A) Não se pode negar que se veem ainda hoje muitos acontecimentos cruéis e sórdidos, mas são menos ultrajantes quando se analisa a história da humanidade

    Quem vê, vê alguma coisa...

  • oi pessoal só completando.....

    EMBORA ,AINDA ,SE BEM QUE, CONQUANTO = CONCESSIVA  são acompanhados por verbos subjuntivo .

    SAO FRASES DE TEIMOSIA / INSISTENCIA.

    erros q eu vi

    a) que se vê( pres ind) ainda (concessiva, verbos no subjuntivo) 

    b) embora( concessiva,verbos subjuntivo)vemos (pres ind)

    C) VIRGULA

    E)   TUDO ( PRON INDEFINIDO) , COM PRONOME A CRASE PASSA FOME (REGRA).

     

  • o erro da letra A está no sentido

    Reparem que o que é menos é a humanidade ser menos cruel e sordida.

    E na letra A ele fala que é menos ultrajante.

  • GABARITO: LETRA D.

    A locução "a despeito de" exprime valor semântico concessivo, sendo semanticamente equivalente à locução prepositiva "apesar de".

     

    Na sequência, a oração adverbial "ao analisar a história da humanidade" tem valor temporal e, por estar intercalada, foi adequadamente isolada pelas vírgulas.

     

    Logo, eis a resposta: (D).

     

    Nas demais opções, as respectivas correções são:

     

    a) Não se pode negar que se VEEM ainda hoje muitos acontecimentos cruéis e sórdidos, embora sejam menos ultrajantes quando se analisa a história da humanidade. - o verbo VER deve ir ao plural para concordar com o sujeito "muitos acontecimentos cruéis e sórdidos", cujo núcleo é o termo "acontecimentos".

     

    b) Ao analisarmos a história da humanidade, embora hoje (=atualmente) VEJAMOS que ela é menos cruel e sórdida, tudo de ultrajante acontece. - o deslocamento do adjunto adverbial "hoje" para depois de "sórdida" modificaria o sentido original. Ademais, a conjunção subordinativa concessiva "embora" exige que o verbo VER seja empregado no modo Subjuntivo.

     

    c) Tendo em vista tudo de ultrajante que acontece, vê-se que a história da humanidade, AO SER ANALISADA, é menos cruel e sórdida hoje (=atualmente). - a oração adverbial "ao ser analisada" expressa matiz semântico temporal, devendo ser isolada por vírgulas por estar intercalada na sentença.

     

    e) A história da humanidade, ao ser analisada, demonstra que hoje, DEVIDO A TUDO de ultrajante que acontece, há menos crueldade e sordidez (=degeneração moral). - o acento grave foi mal empregado, considerando-se que o pronome indefinido "tudo" não admite a anteposição do artigo definido feminino "a" e, consequentemente, impossibilita a ocorrência do fenômeno linguístico da crase.

     

    FONTE: Professor Fabiano Sales