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ID
2299663
Banca
FCC
Órgão
PGE-MT
Ano
2016
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considerando como medidas anti-inflacionárias ortodoxas aquelas que buscam estancar a emissão monetária com redução da demanda, e como heterodoxas aquelas que entendem que a inflação não decorre do excesso de demanda resultante da emissão monetária, em relação aos planos econômicos implantados nas décadas de 1980 e 1990,

Alternativas
Comentários
  • Adentrando um pouco à história recente brasileira, a discussão da inflação se deu entre os estruturalistas e os monetaristas.

     

    Os monetaristas, também chamados de ortodoxos, clássicos, tendo Chicago como uma das principais escolas da atualidade com Milton Friedman, acreditam que a inflação ocorre por excesso de moeda. É a própria teoria quantitativa da moeda, PV = PY. Para eles era necessário cortar demanda, gastos do governo e manter a oferta monetária rígida. Os agentes precisam aprender a não elevar os preços, pois caso o façam, não vai ter moeda suficiente. Diz-se também, que essa inflação é de demanda, onde os preços se expandem quando a produção cresce.

     

    Para os estruturalistas, também conhecidos como heterodoxos, não conservadores, progressistas, tem como pensadores principais aqueles envolvidos com a CEPAL. A inflação brasileira está associada a problemas estruturais, dentre os quais a migração recente da população aos centros urbanos cujo custo de vida difere do ambiente rural, pressão cambial, de preços agrícolas, rigidez de preços. A inflação pode ser entendida também como de custos, como por exemplo, aumentos salariais, que reduzem a curva de oferta agregada, aumentam os preços e a produção recua. A saída seria manter os preços rígidos, controlar os preços.

     

    Assim, agora ficou um pouco mais fácil resolver a questão. Preços congelados são os que os heterodoxos querem, também chamados de estrutularistas. Preços livres, controle rígido da oferta monetária e redução dos gastos públicos faz parte do discurso clássico, ortodoxo, monetarista.

     

    Fora o plano real, todos os outros tiveram congelamento de preços, portanto, contaram com elemenos heterodoxos. Mesmo sabendo isso tudo, fiquei com dúvidas entre B e D. Ainda falta descobrir maiores detalhes sobre elas, mas consegui eliminar as outras 3!

     

    As explicações são o meu resumo das aulas do professor João Sayad, da USP, do curso de Moeda e Bancos, aulas de nº 8, disponível no portal eaulas.usp.br.

  • GABARITO D

     

    a) O Plano Bresser é considerado um plano híbrido, em que são adotadas medidas tanto ortodoxas quanto heterodoxas.

     

    b) O Plano Verão também é considerado um plano híbrido (heterodoxo + ortodoxo).

     

    c) O congelamento de salários e preços é uma medida tipicamente heterodoxa.

     

    d) O PAI (Plano de Ação Imediata) foi a primeira etapa da implementação do Plano Real, cujo objetivo principal era o corte de gastos públicos. Logo, trata-se de um elemento ortodoxo.

     

    e) A contenção de gastos públicos é considerada uma medida ortodoxa.

  • RESOLUÇÃO:

    a) Não mesmo! O Plano Bresser foi um plano HÍBRIDO.

    b) Foram sim! Assim como o Plano Bresser, o Plano Verão também foi um plano híbrido.

    c) Pelo contrário. É medida heterodoxa porque ataca frontalmente o componente inercial. Medidas ortodoxas são

    aquelas que atacam o componente de demanda da inflação. Ou seja, são políticas contracionistas.

    d) Perfeito! A primeira fase do Plano Real foi de inspiração ortodoxa, foi o Ajuste Fiscal. E seu principal instrumento

    foi exatamente o Plano de Ação Imediata – PAI.

    e) É o contrário! Contenção dos gastos públicos é política fiscal contracionista. Ou seja, seu objetivo é contrair a

    demanda agregada. Política ortodoxa de combate à inflação.

    Resposta: D