SóProvas


ID
2303611
Banca
IDECAN
Órgão
INCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Drogas proibidas? Não as químicas.

Na academia, rapazes bombados se injetam produtos para cavalos. Todos sabem, mas fingem não saber.

    O debate sobre drogas é defasado. Não sou consumidor. Mas, aqui do meu cantinho, vejo que o uso é completamente liberado, mesmo que neguem. Basta pagar. De vez em quando pegam alguém para fazer barulho. Só. Mas tudo continua como sempre. Com uma agravante. A ingestão de drogas químicas com seus efeitos imprevisíveis na saúde é bem maior. Estão na moda. Algumas são fáceis de comprar, pois nem consideradas drogas são. Um amigo foi, há uns três anos, a uma festa no Rio de Janeiro. É casado, pai de filhos – caretíssimo, como se diz. Foi por curiosidade, sempre ouvira falar de festas loucas. Um bando de amigos se juntou.

    – Quero ver como ele fica doidão.

    – Bora nessa.

    Serviram um refrigerante batizado. Até hoje ele não sabe com o quê. De repente, tudo ficou escuro. Abriu os olhos e viu um fio de luz apenas. Os sons vibraram em sua cabeça. As imagens da festa se transformavam a sua frente. Via as pessoas como num filme e os risos mais altos. Arrastou-se até a porta. Entrou no carro, com a convicção de que precisava sair de lá. Até hoje não sabe como chegou em casa.

    Eu, quando vou a festas ou baladas, só tomo refrigerante aberto na minha frente. Amigos podem achar divertido me ver “louco”. Tenho pressão alta, o que piora o risco de usar substâncias químicas. O MDMA, por exemplo, chamado só de MD, é indetectável se misturado numa bebida. Tem o princípio ativo do ecstasy, sem as anfetaminas. Altera a percepção. Há também o ecstasy. Deixa quem usa se achando cheio de energia, dançando a noite toda. Na gíria, chamado de bala. Se você ouviu seu filho adolescente dizer que experimentou uma bala da hora, suspeito que não foi de hortelã. Nas grandes casas noturnas, e nas festas itinerantes que se tornaram moda no eixo Rio-São Paulo, a bala é vendida abertamente. Se até eu sei, a polícia não sabe? No Brasil tudo se faz, embora tudo seja proibido. Outra na moda é a Ketamina (Cetamina). Um anestésico poderoso. Leva a transes, alucinações. Misturado com bebida, não se sabe, tudo pode acontecer. Para comprar tem de ter receita, difícil de conseguir. Mas tem amplo uso veterinário. É ótimo anestésico de cavalos. Você tomaria? Tem quem tome e arrase na noite.

    Numa linha próxima, há o G (pronuncia-se em inglês: algo como “dji”). Novamente: se seu filho estiver falando “dji” ao celular, não pense que ele está melhorando o inglês. Na real, é cola industrial. Inalada. Faz quem usa se sentir uma máquina na pista de dança. O G passa despercebido, tem um leve sabor salgado. Vem se tornando cada vez mais usado. Simples: aumenta o desejo sexual. A pessoa passa horas no sexo.

    Imagino o que é botar cola industrial no corpo. Ou anestésico de cavalo. O fígado deve gritar. Mas, de fato, muita gente é fã de produtos veterinários. Esses rapazes bombados, de corpo perfeito, frequentemente se injetam produtos para cavalos. Todo mundo finge que não sabe. Mas, no mundo das academias, quem não sabe? Um amigo, depois de tornear o corpo, perdeu o desejo sexual. Depois de um longo período sem esses produtos, está se recuperando.

    – Nunca mais quero saber disso – afirmou.

    Vamos ver. A escolha é entre a barriguinha de tanque e o sexo. Aposto que prefere a barriguinha.

    Nos supermercados há outras alternativas, como benzina. Ou acetona nas farmácias.

    Por isso penso: o debate sobre a legalização das drogas está completamente ultrapassado. Elas estão aí, à mão. Quem vai proibir alguém de cuidar do cavalo? Ou procurar cola industrial? Se alguém não conseguir, outro na mesma turma consegue. Muita gente já morreu nas pistas de dança. As drogas químicas são a nova onda, e sempre surge uma nova. Pior: um golpista ou predador sexual habilidoso pode sedar a vítima sem que ela nem perceba. Portanto, se em uma festa você sentir que as luzes estão mais coloridas e o som mais vibrante, alô, alô! Alguém pode ter te dado um ácido. Ah, sim, o ácido lisérgico continua em moda. Desde a década de 1960, só conquista clientela. Muitas drogas chegam e ficam. A discussão sobre a maconha, para mim, é obsoleta. Quem quiser pirar, pira. Embora o corpo derreta.

(WALCYR CARRASCO. Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/2016/12/drogas-proibidas-nao-quimicas.html.)

Através da leitura do texto, é correto afirmar que ele se originou através

Alternativas
Comentários
  • É a letra A mesmo? É correto afirmar que o texto se originou através da discussão sobre a legalização da maconha? Alguém aí? 

  • gente esse gabarito está errado, só pode

  • para mim é o item (b) pois no texto ele fala muito sobre as reações do uso das substancias.

  • QUE?

  • O pior que o gabarito ta certo. Confirmei no site da IDECAN. O texto ta invertidokkkkk

  • Gente como asssim... 

     

  • Que gabarito é esse? O texto fala do começo ao fim de drogas químicas e o gabarito vem dizendo que o texto se origina pela discussão da legalização da maconha! Não mesmo, ontem essa BANQUINHA fez o concurso do CBMDF aqui em Brasília e pensa na bagunça, gente sem o nome na lista, gente fazendo em sala que não era sua, total descaso com o concurseiro. 

  •  De acordo com a Conclusão do Texto 

    "Por isso penso: o debate sobre a legalização das drogas está completamente ultrapassado."  

    "A discussão sobre a maconha, para mim, é obsoleta." 

    gabarito letra A

  • Originou-se ,és aí a pegadinha. 

  • O CARA QUE FEZ A QUESTÃO SOU AS DROGAS SÓ PODE

  • Tem que adivinhar agora né, porque não dá pra se retirar do texto essa alternativa!

     

  • O texto se origina claramente da experiência do autor com a facilidade do acesso ao uso de drogas em festas.
    Tanto que o título ele diz: "Drogas proibidas? Não as químicas."
    E já começa dizendo: "Na academia, rapazes bombados se injetam produtos para cavalos. Todos sabem, mas fingem não saber."

    Para dizer que o texto se origina com a legalização da maconha.... é um contorcionismo muito bravo.

  • O pior que acho que está certo mesmo... Pois na questão pede em que se originou e de fato foi na legalização das drogas...

    Questão interessante!!!

    Também errei. Porém, acho que a banca apelou.

    Abraços amigos (as).

  • Eu queria a opnião de quem acertou, quase 100 pessoas acertaram essa questão nas estatísticas até agora e ninguém fala porque concluiu que seria A. Ou foi no chute, ou reviseram a questão na mesma hora e colocaram letra A. Também acho que a resposta deveria ser a letra B, tem que abstrair muito pra achar que a A é a certa... Indiquem para comentário e postem aqui quando o professor responder, por favor :)

  • Acertei a questão.

    Entendi da seguinte forma: O que originou o texto foi a discussão sobre a liberação da maconha, porém o autor faz uma crítica sobre essa discussão, pois ele considera obsoleta, já que na realidade, na opinião do autor, o que deveria estar sendo discutido é o uso das drogas químicas que vem sendo consumida em festas, academias, mas ninguém aborda esse tema, que é mais perigoso à saúde do que a maconha.

  • Também errei. Porém, se a gente ler o texto até o fim, veremos que ele fala: "A discussão sobre a maconha, para mim, é obsoleta."

    E no começo do texto ele comenta: "O debate sobre drogas é defasado."

    Então o texto meio que se originou a partir da percepção do autor de que "A discussão sobre a maconha, para mim, é obsoleta.".

  • "O debate sobre drogas é defasado."

    O texto não se inicia, nem o debate que ele apresenta tem como ponto de partida a liberalização da maconha.

    A discussão tem início sobre a defasagem do debate das drogas. A maconha é uma dentre diversas outras drogas. Impossível chegar a conclusão que o gabarito apresenta pela informação contida no texto.

  • Questões de Português da IDECAN, se você chutar, tem 25% de chances de acertar.

     

    Se você raciocinar, 0% de chances.

     

    O pior não é ter um gabarito tosco. É permanecer com essa alternativa como correta!

  • Questão mal formulada. Gabarito incorreto. Eu recomendo, vale a pena observar as ESTATÍSTICAS sobre a questão. Não convém acrescentar mais críticas ou queixas sobre esta, os colegas anteriores já falaram tudo! Eu apenas acrescentaria que incríveis 68% das pessoas ERRARAM a questão. E quando nota-se a alternativa marcada, a "b" aparece com 137 marcações, 1 a menos que a (pseudo) questão correta - que possui 138 marcações. Isso é um atestado claro de GABARITO errado.
  • resposta mais sem noção

     

  • Gab: Elaborador cracudo!!!

  • Essa questão DEVE ser anulada. Ridículo.

  • O elaborador da prova aproveitou o embalo do texto e saiu experimentando para criar a prova, só pode.

     

  • Eu fui de "b" e o gabarito segundo a banca seria minha última opção. Que banquinha viu?!

  • A resposta da questão 3 da mesma aprova ajuda a entender a resposta desta 1°... Porém entendo que o examinador extrapolou a interpretação textual, vez que apenas lendo o texto fica um pouco difícil dizer que ele se originou do atual discurso sobre a legalização da maconha. 

    Vejam a resposta da questão 3 (Q767870) - Acerca do ponto de vista do autor, é correto afirmar que:

    "Em comparação ao uso rotineiro e à diversidade de drogas químicas existentes atualmente, o debate quanto à liberação do uso da maconha encontra-se arcaico."

  • Eu acertei a questão e explico o motivo: Estive fazendo outras questões de português dessa banca durante a semana. Não digo que foi um gabarito justo ou que eu sou a maioral em interpretação de textos, longe disso, mas foi simples: O estilo da banca é esse. Esse tipo de questão de português é a cara da IDECAN, faz você acreditar que é uma coisa, deixa tudo lindo pra você marcar certo de que está arrasando, mas SEMPRE tem uma casca de banana.

    Minha dica, portanto, se você vai realizar uma prova dessa banca é: preste atenção em cada vírgula, não vá seco no gabarito, tente pensar no que a banca está tentando dizer pelas entrelinhas.

     

    Matou a questão quem prestou atenção no último parágrafo, "o debate sobre a legalização das drogas está completamente ultrapassado." era isso o que o autor quis dizer desde a primeira até a última palavra do texto, os primeiros parágrafos serviram só como base argumentativa dessa ideia. 

  • Observar o titulo do texto e o último parágrafo. As drogas químicas são praticamente liberadas. Então, a discussão sobre a liberação das drogas (citadas no primeiro parágrafo), refere-se  à maconha (já que as drogas químicas - até mais nocivas- são fáceis de se obter, praticamente liberadas)... Há uma certa ironia no texto, revelada no final... Ou seja, a proibição (e o discurso sobre legalização) é da maconha, e não das drogas quimicas!

  • O texto tá mais pra alguém que vivenciou no mundo das drogas do que um simples relato de terceiros.

  • O texto inicia com: O debate sobre drogas é defasado. Não sou consumidor. Mas, aqui do meu cantinho, vejo que o uso é completamente liberado .....

    Encerra/Conclui: A discussão sobre a maconha, para mim, é obsoleta. Quem quiser pirar, pira. Embora o corpo derreta.

    Ao longo do texto o autor aponta argumentos contra o uso de drogas, contudo ao falar sobre debate no primeiro paragrafo fica claro que o debate em pauta é a legalização da maconha, afinal pouco ou nada se fala sobre o uso de outras drogas químicas... esse não é um assunto em alta. Ele aborda o mesmo tema ( debate sobre a legalização da maconha) ao concluir.

    gabarito: A

  • oh o louco llkkkkk

  • esse tipo de questão não tem o objetivo de testar o conhecimento, é uma questão feita única e exclusivamente para induzir o candidato ao erro