SóProvas


ID
2318743
Banca
IESES
Órgão
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/3089/n/linguas_mudam Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível.O que interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da mudança. Desde a década de 1960, um fator foi associado sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem – inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos; depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para verificar se um caso de variação é ou não candidato à mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição, tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos. Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer “desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe: desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta: só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em cartazes de torcedores em estádios de futebol, especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga, traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula inspirada em outra fórmula, típica desta oração. Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu, seria necessário que seu uso fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis, Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero que nenhum colunista sustente que isso ocorre... [...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os alunos começam a empregá-las depois de alguns anos, um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de que cabem em textos mais monitorados. Mas essas formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo raras também na fala de pessoas cultas, como as que aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação, com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer que esse é um argumento para sustentar que o pronome oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
 

Sobre alguns dos verbos dos três últimos parágrafos do texto, são apresentadas análises nas alternativas que seguem. Marque a única INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO B, mas a D também está incorreta.!!! 

     

    "Disser" está no Futuro do Subjuntivo e não presente do subjuntivo.

     

    "POSSA está no presente do subjuntivo e não no pretérito imperfeito do subjuntivo.

     

     

    Bons estudos.

  • AO meu ver a Letra D também está errada.

    Possa = Presente do Subjuntivo.

  • O verbo poder no pretérito do subjuntivo = se eu pudesse.

     

  • A letra D está claramente errada.

     

    se eu pudesse

    se tu pudesses

    se ele pudesse

    se nós pudéssemos

    se vós pudésseis

    se eles pudessem

  • Banca emergente.... verdadeira aberração!

    De 10 questões dessa banca de uma modo geral umas 2 no mínimo apresentam gabarítos teratológicos!

    OLHEM ISSO:

    Q772826 Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: Prefeitura de São José do Cerrito - SC Prova: Agente Administrativo II

    Assinale a correta quanto a colocação pronominal: “Em 2006, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde se uniram ao Brasil e ratificaram o novo acordo”: (agora pasmem, olha o gabarito que a banca deu como correto:)

    d) Há ocorrência de ênclise, mas a próclise também estaria correta e de acordo com a norma padrão.

  • Que carai é isso...
  • "disser"=futuro do modo subjuntivo. Ex: Se amanhã eu disser.

    "possa"=presente do modo subjuntivo. Ex: É possível que hoje eu possa.

    No mínimo estranha essa questão.

  • A alternativa D também está incorreta.

    Gabarito: B

  • BANCA DO CAPIROTO!

    ERRADAS B e D

     

    Os caras tavem possuidos no dia que fizeram as provas Prefeitura de São José do Cerrito - SC, só pode.

  • Questão passíva de anulação por conter duas respostas B e D

     

    B) Disser, está conjugado futuro do subjuntivo (QUANDO EU DISSER) e não no presente do subjuntivo como propõe a questão

    D) Possa, está conjugado no presente do subjuntivo (QUE EU POSSA) e não no pretérito do subjuntivo como propõe a questão

     

    Bons estudos

  • O item B está errado de fato, bem como D.

    A questão é passível de anulação por existir mais de um item errado.

  • Confirmando a resposta dos demais colegas: a resposta D também está errada. 

    “Possa” está conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo. ERRADA,

    pois está no presente imperfeito do subjuntivo                            Conjugação do pretérito imperfeito do subjuntivo

    Que eu possa                                                                                       Se eu pudesse

    Que tu possas                                                                                      Se tu pudesses

    Que ele possa                                                                                       Se ele pudesse

    Que nós possamos                                                                                Se nós pudéssemos

    Que vós possais                                                                                    Se vós pudésseis

    Que eles possam                                                                                   Se eles pudessem

  • “Jogai” está conjugado no modo imperativo afirmativo. 

     

    ERRADA - Futuro do subjuntivo ( se eu ) - Disser” está conjugado no presente do modo subjuntivo. 

     

    CORRETA- “Seria” está conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo.

     

    ERRADA - Presente do subjuntivo ( para que eu ) -  “Possa” está conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo. 

  • Estou estudando para uma prova dessa banca e ja vi diversas questões com duas respostas... na hora da prova espero que iso não aconteça :(

  • Estou vendo que essa banca é uma bosta ! Quero só ver na hora da prova !

     

  • Como faz para ter um erro tão grosseiro ? Tem que se esforçar muito ou o examinador tava chapado demais.

  • Essa banca é intragável! 

  • O verbo DIZER, encontra-se no FUTURO DO MODO SUBJUNTIVO. QUANDO EU DISSER.

    A alternativa ''D'' também está errada, pois o verbo PODER está conjugado  NO PRESENTE DO MODO SUBJUNTIVO.

  • PRETÉRITO PERFEITO - OU, AM

    PRETÉRITO IMPERFEITO - IA, AVA

    PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO - ARA 

    FUTURO DO PRETÉRITO - RIA

    FUTURO DO PRESENTE - REI

  • Socorro...