SóProvas


ID
2318764
Banca
IESES
Órgão
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/3089/n/linguas_mudam Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível.O que interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da mudança. Desde a década de 1960, um fator foi associado sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem – inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos; depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para verificar se um caso de variação é ou não candidato à mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição, tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos. Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer “desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe: desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta: só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em cartazes de torcedores em estádios de futebol, especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga, traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula inspirada em outra fórmula, típica desta oração. Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu, seria necessário que seu uso fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis, Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero que nenhum colunista sustente que isso ocorre... [...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os alunos começam a empregá-las depois de alguns anos, um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de que cabem em textos mais monitorados. Mas essas formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo raras também na fala de pessoas cultas, como as que aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação, com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer que esse é um argumento para sustentar que o pronome oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
 

Observe as duas construções a seguir, com atenção à colocação do pronome oblíquo:
I. “Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”.
II. “Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não se diz naturalmente [...]”.
Agora considere as alternativas e marque a que contenha análise correta.

Alternativas
Comentários
  •  a)Em ambas as construções a ênclise (ERRADA! O QUE ACONTECEU FOI A PRÓCLISE) empregada está correta, não havendo possibilidade de a próclise ser considerada como opção. 

     b) Apenas em I a próclise é obrigatória; em II a ênclise também poderia estar empregada sem prejuízo à correção do período. ERRADA, PQ AS DUAS CONTÊM PALAVRAS ATRATIVAS

     c)Em ambas as construções há a ocorrência de próclise obrigatória devido à presença de palavras atrativas. CERTA

     d)Apenas em II a próclise é obrigatória; em I a ênclise também poderia estar empregada sem prejuízo à correção do período. ERRADA,  PQ AS DUAS CONTÊM PALAVRAS ATRATIVAS

     

  • Gabarito C

     

    Próclise: colocação pronominal antes do verbo.

     

    Usa-se, dentre outras, quando o verbo estiver precedido de palavras atrativas. São elas:

     

    ■ Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.

     

    ■ Advérbios:

    Ex.: Agora se negam

     

    ■ Conjunções subordinativas:

    Ex.: Soube que me negariam

     

    ■ Pronomes relativos: que, o qual, etc.

     

    ■ Pronomes indefinidos: 

    Ex.: Poucos te deram a oportunidade.

     

    ■ Pronomes demonstrativos: aquele, aquilo, etc.

     

    BONS ESTUDOS.

     

  • Questão controversa. Na segunda opção do enunciado, qual a palavra atrativa que possivelmente gera a próclise?

    Posso estar enganado, mas acredito que pronomes oblíquos átonos como o "se" não podem, de forma alguma, introduzir uma oração/frase. 

    https://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/pronome-atono-no-inicio-da-frase-sim-ou-nao.jhtm

  • bizu para próclise  cipa pronome

    1. c: conjunção

    2. i: interjeição

    3.p:preposição

    4..a: advérbio

    5..pronome

  • Alex Large, o "se" que inicia a frase não é um pronome oblíquo átono, mas sim uma conjunção condicional. 

  • GENTE, O ''QUE'' E O ''NÃO'' SÃO PALAVRAS ATRATIVAS DE PRÓCLISE E CAEM EM TODO CONCURSO. ABRA O OLHÃO.

    Maria não se deixe levar por aquela pessoa.

    Maria, aquela que me fez suspirar, se garante beijar!

     

    proclise obrigatoria por causa das palavras atrativas

     

    GABARITO ''C''

  • pessoal posso esta errado mas acredito que a resposta seja a letra " D "

    tendo em vista ser uma locução verbal na opção I, pois em locução verbal a ênclise é cabível ao verbo principal no infinitivo.

    I. “Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”.

    I. “Para que possa sustentar-se que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”.

    fonte: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/letras-portugues/colocacao-pronominal?aba=teoria

    alguem que possa explicar melhor ?

  • Para resolver essa questão é preciso entender que existe uma ''ordem '',  ''hierarquia'', ''grau de importancia'' a ser seguida

    ou seja: Primeiro - Próclise , Segundo - Mesóclise , Terceiro - Ênclise

    1- Próclise ocorre ''só quando houver palavras atrativas''

    São palavras atrativas :

    * Palavras ou expressões negativas

    * Pronomes relativos

    * Pronomes demonstrativos

    * Pronomes indefinidos

    * CONJUNÇÔES SUBORDINATIVAS  e coordenativas

    * Adverbios ( desde de que estes não sejam precedidos de [,] virgula )

    * Orações optativas

    * Palavra ''EM + verbo no gerundio ''

    * palavra ''DEUS'' também é atrativa

     

     

    2- Mesóclise - ocorre quando ''não der pra fazer próclise'' e quando tiver verbo no futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo.

     

    3- Ênclise - ocorre  :

    *No inicio da frase ( quando não houver verbo no futuro do indicativo )

    * Após verbo no gerundio não antecedido de ''EM ''

    * verbo no imperativo

    * infinitivo , não flexionado , precedido de preposição ''a'', com oblíquos, o, a, os, as.

     

     

    1- Observe as duas construções a seguir, com atenção à colocação do pronome oblíquo:

    I. “Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”.

    Para que - é uma conjunção subordinativa final (palavra atrativa)  logo atrai a próclise, então aqui já descartamos qualquer possibilidade de ênclesi já que a próclise na '' hierarquia '' tem maior importancia.

    II. “Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não se diz naturalmente [...]”.

       não - é uma palavra negativa ( atrativa ) logo atrai a próclise, então já descartamos qualquer possibilidade de ênclesi

    Portanto a alternativa correta é a:

    c) Em ambas as construções há a ocorrência de próclise obrigatória devido à presença de palavras atrativas.

     

    Tentei ser o mais didatico possivel e se falei besteira por favor me corrijam (educadamente ) só quero ajudar

     

  • Olá Galera,

     

    também acredito que a rsposta seja a D.

    è facultativo o uso de enclise ou próclise quando houver a preposição PARA.

    Exemplo:

     

    Para se estudar grámatica....

    Para estudar-se gramática

     

    E facultativo mesmo se houver palavra atrativa. por exemplo:

    Para não se lembrar ...

    Para não lembra-se disso.

    Assim, não é obrigatoria a oração I e somente  a II.

     

    Verificar aula de Décio Terror no youtube sobre COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

    https://www.youtube.com/watch?v=pJwRHzBdQ5g

     

     

     

     

  • O site deu como Gabarito a letra ''C'', porém veja a seguinte regra. (Material Estratégia)

     

    2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um
    gerúndio:

     

     

    b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do
    verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

     


    Exemplos:


    Não posso esclarecer-lhe o ocorrido.
    Não lhe posso esclarecer o ocorrido.
    Não estavam chamando-me.
    Não me estavam chamando.

     

     

    Acredito que a letra  ''D'' deveria ser indicada como gabarito...

    Indiquem para comentário !!!

    Bons Estudos

  • TROQUE O SE QUE INICIA A 2° ORAÇÃO POR CASO,LOGO SABERÃO QUE  É UMA CONJUNÇÃO E CONTINUEM LENDO A ORAÇÃO E VERÁS  PALAVRAS ATRAIVAS E OUTRO PRONOME .

     

    ATENÇÃO GALERA!

  • Concordo com Henrique Soares, RESPOSTA LETRA D.

  • TAMBÉM MARQUEI D, O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O QCONCURSOS?

  • os conceurseiros chorão d+ kkkkk, vou começar a errar e colocar a culpa no Qconcurso também
    " agente vai consegir responder tudo  new concurseiros "

  • Se a culpa é do QC ou da banca não sei, mas o gabarito deveria ser D

    mas

     

    GAB:C

  • Resposta ceta letra C.

    Na primeira oração o "que" conjução integrante atrai o pronome para antes do verbo (próclise).

    Na segunda oração  a palavra atrativa é a palavra "não" que também atrai o pronome.

    logo...

    Em ambas as construções há a ocorrência de próclise obrigatória devido à presença de palavras atrativas. 

  • A banca deveria modificar a alternativa D para 

    D) Apenas em II a próclise é obrigatória; em I a ênclise também poderia estar empregada, no verbo auxiliar, sem prejuízo à correção do período. 

    Para que ela esteja errada, pois no verbo principal a ênclise poderia, sim, ser empregada sem prejuízo.

  • Pra galera resiliente que ora concoda com o gabarito, ora discorda em outra questão - mesmo que se trate de caso idêntico/semelhante.

     

    Fernando Pestana - Gramática Para Concursos 2013 - página 395-396 (Classificação, Emprego e Colocação Pronominal)

     

     

    I. “Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”.


    2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio, se não
    houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar (com hífen),
    antes do principal (sem hífen) ou depois do verbo principal (com hífen).
    – Devo-lhe esclarecer o ocorrido. / Devo lhe esclarecer o ocorrido. / Devo esclarecerlhe
    o ocorrido.
    – Estavam-me chamando pelo rádio. / Estavam me chamando pelo rádio. / Estavam
    chamando-me pelo rádio.
    Havendo palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou
    depois do verbo principal.

    – Não posso esclarecer-lhe o ocorrido. / Não lhe posso esclarecer mais nada.
    – Não estavam chamando-me. / Não me estavam chamando.

    Logo, gabarito D

     

    Agora me diga você (pensando criticamente), está correto? Ou apenas está certo porque a banca quis que estivesse certo?

     

     

  • O pessoal tá confundindo o item II.

     

    Gab. C de certíssimo!

  • GABARITO "C" : Em ambas as construções há a ocorrência de PRÓCLISE OBRIGATÓRIA devido à presença de palavras atrativas

    I. “Para que (palavra atrativa) se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”.

    II. “Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não (palavra atrativa) se diz naturalmente [...]”.

     

  • Fui verificar o gabarito definitivo é de fato a banca não fez a troca de gabarito, realmente a Letra D que é a correta.. Pode ser que não entraram com recurso nessa questão...

  • I. “Para que (palavra atrativa) se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu [...]”. 

    ocorre próclise ou ênclise ao verbo auxiliar

    II. “Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não (palavra atrativa) se diz naturalmente [...]”.

    Vemos q tem dois "se"... o primeiro tá errado... deveria estar em ênclise por ser início de oração.
    o segundo se está em próclise devido a palavra atrativa...
    Pra mim, deveria ser anulada a questão.

  • O "que" do item I é palavra atrativa.

    Mesmo que se tenha um caso facultativo, segue-se essa regra do QUE.

    Caso facultativo:

    Infinitivo não flexionado precedido de “palavras atrativas” ou das preposições “para, em, por, sem, de, até, a”.
    – Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era não incomodá-lo.
    – Corri para o defender. / Corri para defendê-lo.
    – Acabou de se quebrar o painel. / Acabou de quebrar-se o painel.
    Sem lhe dar de comer, ele passará mal. / Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.
    Até se formar, vai demorar muito. / Até formar-se, vai demorar muito.
    – Erro agora em lhe permitir sair? / Erro agora em permitir-lhe sair?
    Por se fazer de bobo, enganou a muitos. / Por fazer-se de bobo, enganou a muitos.

    Fonte: A gramática para concursos (2013), Fernando Pestana, pág. 393.

  • Letra c.

    Deus é Soberano!