A ideia de ‘eleição inconsciente de objeto’ não passou desapercebida ao senso-comum que na sua incompreensão sobre o inconsciente entende ‘eleição’ como escolha e não acontecimento. Assim, crê-se ser a homossexualidade uma opção, um estilo de vida. Mas pensamos também assim
(...) não escolhemos a nossa orientação como quem escolhe o que vai comer hoje, o que comeu ontem, o que irá comer amanhã.
em relação à heterossexualidade? Se sim, qual foi o dia em que as pessoas heterossexuais aqui presentes escolheram a sua orientação sexual? Alguém saberia me dizer? Claro que não. Isto porque não escolhemos a nossa orientação como quem escolhe o que vai comer hoje, o que comeu ontem, o que irá comer amanhã.
A orientação sexual, seja qual for, é um acontecimento em nossas vidas e não se confunde com o gênero, isto é, com nossa identidade masculina ou feminina, com nossa forma (cultural) de expressá-la. O que, na verdade, escolhemos é para quem iremos contar o que sentimos, o que, quem e como desejamos.
A orientação sexual, seja qual for, é um acontecimento em nossas vidas e não se confunde com o gênero, isto é,com nossa identidade masculina ou feminina, com nossa forma (cultural) de expressá-la.
Essa escolha está intimamente ligada ao contexto em que vivemos. Logo, quanto mais homofóbico for este contexto, maiores serão as chances de a pessoa homossexual se fechar em seus ‘armários’ por medo de sofrer alguma retaliação, por se sentir ‘estranha’, inadequada e anormal perante uma sociedade onde todos(as) são compulsória e presumivelmente heterossexuais.