SóProvas


ID
236086
Banca
FCC
Órgão
TCE-SP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Pensando nas histórias populares

           Se examinarmos as fábulas populares, verificaremos que  elas representam dois tipos de transformação social, sempre  com final feliz. Num primeiro tipo, existe um príncipe que, por alguma
circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos ou  alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. Num segundo caso, existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o nascimento e que, por virtude própria  ou graça do destino, consegue se casar com a princesa e  tornar-se rei.
           Os mesmos esquemas valem para as protagonistas femininas: a donzela nobre é vítima de uma madrasta (Branca  de Neve) ou de irmãs invejosas (Cinderela), até que um príncipe se apaixone por ela e a conduza ao vértice da escala social. Ou  então uma camponesa pobre supera todas as desvantagens da origem e realiza núpcias principescas.
          Poderíamos pensar que as fábulas do segundo tipo são  as que exprimem mais diretamente o desejo popular de uma  reviravolta dos papéis sociais e dos destinos individuais, ao passo  que as do primeiro tipo deixam aparecer tal desejo de forma  mais atenuada, como restauração de uma hipotética ordem  precedente. Mas, pensando bem, os destinos extraordinários do  pastorzinho ou da camponesa representam apenas uma ilusão  miraculosa e consoladora, ao passo que os infortúnios do príncipe
ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a  ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, estabelecem no plano da fantasia um ponto que  será fundamental para toda tomada de consciência da época  moderna, da Revolução Francesa em diante.
          No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por isso deve reconquistar  seu reino.   Quando cavaleiros caídos em desgraça triunfarem sobre seus inimigos, hão de restaurar uma sociedade mais justa, na qual será reconhecida sua verdadeira identidade.

                                                                           (Adaptado de Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos)

Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra B.

    Corrigindo:

    a) Se examinássemos as fábulas populares, haveremos HAVERÍAMOS de verificar que elas representem REPRESENTAM dois tipos de transformação social.

    c) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem POSSUÍAM desde o nascimento, mas acabassem ACABARAM conseguindo casar-se e tornavam-se TORNARAM-SE reis.

    d) Um príncipe que se houvera SE disfarçado de pobre será ERA a prova de que todo pobre fosse É um príncipe disfarçado.

    e) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-ia TER-SE-Á restaurado uma sociedade que seja mais justa.

  • os verbos acabaram e tornaram na letra c. Estão em que tempo verbal?


    d) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre foi a prova de que todo pobre era um príncipe disfarçado. ou

    Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre ERA a prova de que todo pobre fora um príncipe disfarçado.


    o verbo haver no PMQP faz correlação com o verbo ser PRET. PERFEITO E O VERBO SER (ERA) FICA NO PRETÉRITO IMPERFEITO.


    VALEU !!! 
     

  • a) Se examinássemos as fábulas populares, haveriámos de verificar que elas representam dois tipos de transformação social.
    b) Correta
    c) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíam desde o nascimento, mas acabaram conseguindo casar-se e tornaram-se reis.
    d) Um príncipe que  houvera se disfarçado de pobre era a prova de que todo pobre é um príncipe disfarçado.
    e) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-á restaurado uma sociedade que seja mais justa.
  • O pretérito mais-que-perfeito composto é havia se disfarçado e não houvera se disfarçado.
    d) Um príncipe que se disfarçara de pobre seria a prova de que todo pobre fosse um príncipe disfarçado.

  • Portanto, a correlação correta seria:

    Ter-se-ia = teria = Futuro do Pretérito

    Viessem


  • a) Se examinarmos as fábulas populares, haveremos de

    b) ok

    c) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíam desde o nascimento

    d) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre seria a prova

    e) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-á restaurado