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ID
2367643
Banca
FUNECE
Órgão
UECE
Ano
2017
Provas
Disciplina
Arquitetura
Assuntos

O livro “Urban Design: a typology of procedures and products” (LANG, 2005) classifica os processos de desenho urbano em quatro tipos: o Desenho Urbano “total”, o Desenho urbano “all of a piece”, o Desenho Urbano “piece-by-piece” e o Desenho Urbano “plug-in”. Essencial para um bom entendimento do desenho urbano é saber por quem as decisões são tomadas e com qual encadeamento. Atente ao que se diz a seguir sobre os tipos de desenho urbano:
I. No Desenho Urbano “total”, uma única equipe controla todo o projeto. Esse tipo é raro de se encontrar — pelo menos aqui no Brasil.
II. No Desenho urbano “all of a piece”, a produção das edificações é feita a partir de centenas ou milhares de decisões individuais que, entretanto, devem obedecer a um conjunto de normas gerais. Sendo assim, a construção de edificações é controlada por zoneamentos, incentivos e penalidades.
III. No Desenho Urbano “piece-by-piece”, uma equipe cria um plano geral que orienta as intervenções de diversos empreendedores, cada um com sua própria equipe. Um exemplo desse tipo é o Loteamento Pedra Branca, em Palhoça, SC. Lá, uma equipe norte-americana (DPZ), com a ajuda de arquitetos brasileiros, fez um masterplan para a área. Em seguida, vários escritórios de arquitetura foram contratados para projetar as quadras que compõem a proposta geral.
IV. O Desenho Urbano “plug-in” remete ao conceito de “acupuntura urbana”, segundo o qual intervenções pontuais no tecido urbano seriam capazes de produzir consequências benéficas para o entorno e, talvez, para toda a cidade.
Está correto o que se afirma em 

Alternativas
Comentários
  • Total urban design: o processo consciente de desenho urbano tende a envolver projetos de grande escala para domínio público e para a arquitetura. Tais projetos são elaborados para toda a cidade ou para parte dela por uma equipe de profissionais específica que detém o controle sobre o processo Cadernos de Arquitetura e Urbanismo. O imaginário sobre o desenho urbano normalmente recai sobre esse processo, que, entretanto, não representa a maioria das intervenções de desenho urbano. São exemplos o Plano-Piloto de Brasília, de Lúcio Costa, e o projeto para Chandigarh, de Le Corbusier.

     

    All-of-a-piece urban design: empregado principalmente nos casos em que o Estado não tem a capacidade de investimento para realizar todo o conjunto da intervenção desejada, seja pela escala da área de abrangência ou pela quantidade de atores envolvidos. Mesmo sob essas condições de fragmentação, um projeto único, elaborado por uma equipe de profissionais específica, possibilita a idealização de um desenho urbano produto para o local. Cada interessado na intervenção passa então a inserir o fragmento da intervenção que lhe compete. Como exemplo, o autor cita o caso do Battery Park City, em Nova Iorque, iniciado na década de 1960 e gradualmente implantado segundo as diretrizes estabelecidas.

     

    Piece-by-piece urban design: se aproxima do planejamento urbano. Tende a assumir a escala de bairros da cidade e não os edifí- cios individuais. Parte de uma intenção do Poder Público em favorecer a realização de objetivos, diretrizes e políticas públicas determinados para uma área da cidade. Como exemplo, os casos em que o Poder Público municipal oferta incentivos à implantação de determinada atividade em áreas específicas, por meio de maior permissividade com alguns parâmetros urbanísticos, como o coeficiente de aproveitamento ou altura máxima.

     

    Plug-in urban design: envolve decisões do Poder Público em implantar infraestrutura especificamente com o objetivo de “obter uma reação catalítica”. Esse processo pode ocorrer em duas vias: a infraestrutura pode ser implantada em locais não ocupados (o que cria um vetor de ocupação) ou em uma área urbana já consolidada, com o objetivo de qualificá-la em um aspecto específico. Como exemplo, a concepção da infraestrutura viária de Curitiba, que possibilitou “plugar” o sistema de transporte e equipamentos urbanos.

  • I. No Desenho Urbano “total”, uma única equipe controla todo o projeto. Esse tipo é raro de se encontrar — pelo menos aqui no Brasil.

     

    II. No Desenho urbano “all of a piece”, a produção das edificações é feita a partir de centenas ou milhares de decisões individuais que, entretanto, devem obedecer a um conjunto de normas gerais. Sendo assim, a construção de edificações é controlada por zoneamentos, incentivos e penalidades.

    (isso se refere aos parâmetros urbanísticos, característico do piece-by-piece. Como visto, o modelo all of a piece é semelhante ao desenho urbano total, o que muda é a equipe de produção que não é mais centralizada)

     

    III. No Desenho Urbano “piece-by-piece”, uma equipe cria um plano geral que orienta as intervenções de diversos empreendedores, cada um com sua própria equipe. Um exemplo desse tipo é o Loteamento Pedra Branca, em Palhoça, SC. Lá, uma equipe norte-americana (DPZ), com a ajuda de arquitetos brasileiros, fez um masterplan para a área. Em seguida, vários escritórios de arquitetura foram contratados para projetar as quadras que compõem a proposta geral.

    (não se trata de um projeto a ser construído, este modelo é voltado para o planejamento urbano, com intuito de usar políticas púbicas para direcionar o crescimento da cidade)

     

    IV. O Desenho Urbano “plug-in” remete ao conceito de “acupuntura urbana”, segundo o qual intervenções pontuais no tecido urbano seriam capazes de produzir consequências benéficas para o entorno e, talvez, para toda a cidade.

    Como por exemplo, inclusão de sistemas de mobilidade urbana para conectar os bairros, como no Plano de Medelín, em algumas favelas da cidade foram implantados BRT's, teleférico e melhoramento a cidade de modo a integrar os bairros marginalizados com pouca infraestrutura.

  • só complementando...

    O exemplo dado do Loteamento Pedra Branca, em Palhoça, SC é um exemplo de All of Piece e não Piece by Piece