O uso regular de AINEs pode levar ao aumento da pressão arterial em pacientes normotensos ou hipertensos, sob tratamento ou não. O mecanismo no qual isto acontece ainda é desconhecido, mas pode estar relacionado com a inibição da sÃntese das prostaglandinas. Estas atenuam o efeito vasoconstritor de algumas substâncias endógenas, tais como angiotensina II, noradrenalina e vasopressina, provocando vasodilatação, o que mantém o fluxo sangüÃneo renal e a velocidade de filtração glomerular. As prostaglandinas também aumentam a excreção de cloreto de sódio e água. A inibição desses efeitos das prostaglandinas pelos AINEs pode antagonizar os efeitos redutores da pressão arterial dos anti-hipertensivos 1. Os agentes anti-hipertensivos diuréticos (furosemida, espironolactona, hidroclorotiazida etc), beta-bloqueadores (atenolol, propranolol etc), alfa-bloqueadores (prazosina, terazosina, alfuzosina, doxazosina etc) e inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina - ECA (captopril, enalapril, lisinopril etc) são os mais afetados pela ação do AINEs 1; 5. Dentre os AINEs, os que mais apresentam interações com os anti-hipertensivos estão o ibuprofeno, o naproxeno, o piroxicam e a indometacina. Entretanto, os outros, inclusive analgésicos e antipiréticos, como paracetamol e dipirona, também podem vir a interferir na ação dos anti-hipertensivos
gabarito E
A) INCORRETA:
Inibidores da COX-1 e/ou COX-2.
B) INCORRETA:
Dentre os anti-inflamatórios não esteroides, ibuprofeno apresenta o menor risco gastrintestinal, sendo recomendado como primeira escolha.
C) INCORRETA:
Os efeitos são potencializados.
D) INCORRETA:
Os AINEs não inibem as lipoxigenases. São responsáveis por inibirem as ciclo-oxigenases, consequentemente, impedindo a produção dos tromboxanos e prostaglandinas.
E) CORRETA:
Fármacos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs; Cap. 26), como o ibuprofeno ou a indometacina, inibem a biossíntese de prostaglandinas, incluindo as prostaglandinas vasodilatadoras/natriuréticas renais (prostaglandina E2, prostaglandina I2). Se administrados a pacientes recebendo tratamento para hipertensão, eles aumentam a pressão sanguínea. Se administrados a pacientes tratados com diuréticos para insuficiência cardíaca crônica, causam retenção de eletrólitos e água e, como tal, descompensação cardíaca.