Com a organização monopólica, observa-se uma inflexão no que se refere ao enfrentamento das expressões da questão social, ou seja, atribuiu-se, neste momento, um caráter "público" a tais refrações:
[...] as sequelas da ordem burguesa passaram a ser tomadas como áreas e campos que legitimamente reclamavam, e mereciam, a intervenção da instância política que, formal e explicitamente, mostrava-se como expressão e manifestação da coletividade (PAULO NETTO, 1996, p. 30).
O autor chama a atenção para um fato: embora esta inflexão, que se verifica com a fase dos monopólios, contraponha-se à lógica liberal do período anterior e, assim, ao ethos individualista deste ideário, observa-se que esta lógica não se rompe por completo, mas é recuperada e adequada a esta fase específica. Ou seja,
[...] nas condições da idade do monopólio, o caráter público do enfrentamento das refrações da questão social incorpora o substrato individualista da tradição liberal, 'ressituando-o' como elemento subsidiário no trato das sequelas da vida social burguesa. [...]. Eis por que o redimensionamento do Estado burguês no capitalismo monopolista em face da questão social simultaneamente corta e recupera o ideário liberal - 'corta-o', intervindo através de políticas sociais; 'recupera-o', debitando a continuidade das suas sequelas aos indivíduos por elas afetados (PAULO NETTO, 1996, p. 31-32, grifos do autor).
O autor chama a atenção para um fato: embora esta inflexão, que se verifica com a fase dos monopólios, contraponha-se à lógica liberal do período anterior e, assim, ao ethos individualista deste ideário, observa-se que esta lógica não se rompe por completo, mas é recuperada e adequada a esta fase específica. Ou seja,
[...] nas condições da idade do monopólio, o caráter público do enfrentamento das refrações da questão social incorpora o substrato individualista da tradição liberal, 'ressituando-o' como elemento subsidiário no trato das sequelas da vida social burguesa. [...]. Eis por que o redimensionamento do Estado burguês no capitalismo monopolista em face da questão social simultaneamente corta e recupera o ideário liberal - 'corta-o', intervindo através de políticas sociais; 'recupera-o', debitando a continuidade das suas sequelas aos indivíduos por elas afetados (PAULO NETTO, 1996, p. 31-32, grifos do autor).