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ID
2386114
Banca
FCC
Órgão
TRT - 24ª REGIÃO (MS)
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            A representação da “realidade” na imprensa

      Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.

      Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas, com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.

                                                                                                       (Tibério Gaspar, inédito

Diante das informações que habitualmente nos oferecem os jornais e os noticiários, devemos, segundo o autor do texto,

Alternativas
Comentários
  • Diante das informações que habitualmente nos oferecem os jornais e os noticiários, devemos, segundo o autor do texto

     

    [...] convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica

     

    [;..] convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensandonos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.

     

    Gab. Letra  d) ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular

  • Letra (d)

     

    Complementando:

     

    O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade".  Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos (...)

  • Gabarito Letra D

     

    D) ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular

     

    Linha 4

    ...Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a
    notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens) (...)

     

    bons estudos
     

  • Errei marcando a alternativa A, por falta de atenção. Agora percebi o seguinte, através do gabarito:

    Segundo o autor do texto, devemos ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular.

    Errei porque li ''particular'' e pensei em pessoal(ponto de vista necessariamente pessoal), porém voltando ao texto vi que, após ''particular'' vem a palavra ''realidade''. Então a frase quer dizer ''devemos ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular, ou seja, real.

    Eu entendi assim!!!

     

  • Comentando um pouco o texto: Eu moro no interior de um Estado do país, onde somente uma revista de política (Veja) circula em todos as mesas de consultórios, expositores nas filas de mercado e bancas de jornal. No Brasil, a maioria da população somente enxerga os acontecimentos por um único ângulo. Isso não é saudável. O texto critíca um pouco isso. É como se a realidade é o que o William Bonner diz que é.

     

    Vida longa e próspera, C.H.

  • Que texto legal !

  • Esse "necessariamente particular", não sei por quê, me deixou em dúvida, mas de fato a única alternativa correta é a "D".

     

    Bons Estudos!!!

  • Acredito que a expressão  "necessariamente particular" da letra d) se justifica pelo seguinte trecho do texto: "Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas".

  • a meu ver, a resposta está aqui: 

     

    ".... a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação". 

     

    No trecho, é possível ver que foi deixado claro que a tal "realidade" veiculada nos meios de comunicação segue um padrao particular. 

  • "...convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica.."  (Visão particular...)

  • FUNDAMENTO:

     

    ''...Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação...''

     

    (1ª parágrafo ,4ª,5ª e 6ª linha)

     

     

    ASSERTIVA:

     

     d) ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular

     

     

     

    GAB D

  •  Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.

  • BRUNO vc naceu assim? desde o 1 dia da sua vida?