SóProvas


ID
2386117
Banca
FCC
Órgão
TRT - 24ª REGIÃO (MS)
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            A representação da “realidade” na imprensa

      Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.

      Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas, com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.

                                                                                                       (Tibério Gaspar, inédito

Têm sentido próximo ou equivalente, no contexto da argumentação desenvolvida, os segmentos

Alternativas
Comentários
  • Sentido próximo ou equivalente, no contexto (...) - QUESTÃO CAPCIOSA !!!

    RESPOSTA:

    A) a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações / o ângulo pelo qual o fato se apresenta

    ​TENTANTO ENTENDER O GABARITO:

    a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações /

     - SERIA A INTERPRETAÇÃO FEITA POR QUEM APRESENTA A NOTÍCIA E A INTERPRETAÇÃO QUE SE DESEJA TRANSFERIR A INFORMAÇÃO??? OU A INTERPRETAÇÃO DE QUEM LÊ?

     - o ângulo pelo qual o fato se apresenta

    A PERSPECTIVA DE QUEM APRESENTA A NOTICIA.

  • Letra (a)

     

    As orações desenvolvidas são introduzidas por pronome relativo, diferentemente da oração subordinada adjetiva reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo.

  • Questão bem complicada, porém acredito que o cerne do ITEM A que é o gabarito, é de que os dois trechos, trazem sobre: o ponto de vista.

    Inclusive se voltar no texto e substituir ambos os trechos pelo segmento "ponto de vista" dá para se observar que fica coerente

  • Galera, esse tipo de questão é difícil porque o examinador usou de subjetividade. Mas EXISTE UM MACETE, que aprendi com a Prof Junia Andrade, para o certame da Prefeitura de Niterói (2015) que foi organizada pela FGV.

     

    1 - Você precisa saber que nesse tipo de questão o examinador quer te ferrar. Ele quer que você erre, é o tipo de questão que vai ter muito bico.

     

    2 - Tente estabelecer entre as orações a tese, ou seja, do que eles estão falando, o ponto central

     

    3 - Perceba se os verbos são equivalentes ou que há palavras sinonimas.

     

    a) Gabarito. Perceba a tese...do que as orações se tratam? da interpretação de algum fato, ou seja, do ângulo (interpretação) ao qual  alguma situação é analisada.

    Gab. A

  • Por que a alternativa "c" estaria errada? alguém pode ajudar? Já indique a questão para comentário...

  • Mel B.

    Submetermo-nos à visada do jornalista seria a mesma coisa que averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política??

  • A única que têm sentido próximo ou equivalente é a ALTERNATIVA A.

     

  • Em relação à C, acredito que caberia a seguinte equivalênica entre segmentos:

     c)Submetermo-nos à visada do jornalista/ d)tomar a notícia como espelho fiel da “realidade”.

     

    RJGR

  • Na introdução do texto o autor, critica quem acredita em tudo como verdade e realidade do que se veicula nos jornais.

    "Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. "

    Aqui ele diz que as informações veiculadas na imprensa expressam a "realidade dela", sob a ótica da visão dela,interpretando as situações. 

    ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Assim na conclusão do texto ele reforça o mesmo pensamento ao dizer que :

    "Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta..."
     

  • Propalado: divulgado, publicado, vulgarizado.

  • Assim como na redação dissertativa argumentativa (ESTRUTURA: INTRODUÇÃO / DESENVOLVIMENTO / CONCLUSÃO)

    O que é dito na introdução é reforçado na conclusão.

    E vou além, se estiver em dúvida quanto a redação, leia o texto da parte de português, ajudará na sua elaboração.

  • Muito boa a dica colega Dimas Pereira.

  • a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações =  ponto de vista de quem apresenta o fato para nós

     

    / o ângulo pelo qual o fato se apresenta = o ponto de vista de quem apresenta o fato para nós

  • 15 minutos depois... ''Você errou!''

  • kkkk 

     

  • Quase uma questão de adivinhação. rsrsrs Muito boa a dica de Dimas.

  • Comentário do professor não ajuda tanto. Do colega Dimas Pereira ajuda bem mais! Obrigada. Norteia o raciocínio.

  • Gostaria de saber se os corretores de redação também são assim criativos na hora de nos julgar.