SóProvas


ID
2392714
Banca
NC-UFPR
Órgão
COPEL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um dos melhores indicadores dos avanços de igualdade de gênero em uma sociedade é a incorporação à língua de termos femininos para designar posições de prestígio – uma necessidade ligada ao preenchimento gradual por mulheres do espaço de profissões tradicionalmente exercidas por homens. “Quando há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar”, diz Elisa Battisti, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que estuda a variação linguística como prática social. A Babbel, empresa alemã de educação que criou um aplicativo de idiomas, elaborou uma análise sobre as nomenclaturas alusivas às posições ocupadas por mulheres no mercado de trabalho em oito línguas. A análise serve para avaliar quais são as línguas (e as sociedades) que mais evoluíram na incorporação de vocábulos que mostram a ocupação do mercado de trabalho por mulheres.
Entre as línguas mais conservadoras estão o italiano e o francês. O italiano é pouco flexível. Muitos títulos que designam profissões ainda apresentam apenas a forma masculina e poucas declinações femininas foram estabelecidas na terminologia oficial, como “ministro”, “architetto” (arquiteto) e “avvocato” (advogado). “Sindaco” (prefeito) é uma das poucas palavras que mereceram atualização de gênero pela Accademia della Crusca, órgão oficial da língua italiana – no caso, “sindaca” (prefeita).
O francês demonstra igualmente muita resistência à incorporação de novos vocábulos para designar profissões exercidas por mulheres. A concordância de gênero não é sequer incentivada pela Academia Francesa em títulos de prestígio, com a justificativa de que é preciso preservar a língua. “Le ministre” (o ministro) é a chancela oficial para homens e mulheres. No Québec, no Canadá, desde 1979, o termo “madame le ministre” foi cunhado por lei para se referir às mulheres que ocupam cargos de ministro. “A nomenclatura com predominância de termos masculinos indica a posição inferior que as mulheres ocupam em certas instâncias de participação social”, afirma Elisa Battisti.
A necessidade de adotar designações próprias para posições ocupadas por mulheres no idioma pode, em alguns casos, ser interpretada de maneira pejorativa. No polonês, as profissões femininas são designadas pela terminação “ka”, mas o mesmo terminativo é usado para diminutivos. O termo “nauczycielka” é usado para a profissão de maestrina, assim como o diminutivo da palavra café (kawa) é “kawka”, cafezinho. Por essa associação do terminativo “ka” com diminutivos, a ex-ministra do Esporte e Turismo polonês, Joanna Mucha, decidiu usar a versão latina “ministra” e se recusou a ser chamada de “ministerka”, pois poderia ser pejorativamente confundida como “ministrinha”.
Entre os países analisados, o Brasil (e a língua portuguesa) não está entre os países mais conservadores. Desde 2012, palavras como “bacharela” e “mestra” se tornaram obrigatórias em diplomas. A obrigatoriedade foi determinada pela Lei 12.605, na qual o Artigo 1º especifica que “instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido”.
Muitos termos de profissões podem ser aplicados aos dois gêneros, como as palavras terminadas com o sufixo “ente”, “ante”, “inte” e “ista” (como, por exemplo, “pianista”). Para se referir à ex-presidente Dilma Rousseff, tanto “presidente” como “presidenta” são termos corretos – a escolha linguística de Dilma por “presidenta” era uma opção política para reforçar o gênero feminino, uma decisão elogiada pela professora Elisa Battisti, da UFRGS. “A imposição do emprego do termo ‘presidenta’, mesmo enfrentando resistências, lança luz sobre a questão da inferiorização da atuação das mulheres no espaço social, o que a médio e longo prazo contribui para se repensar e rever as relações sociais”, diz.
(Fonte: Revista Época. Disponível em:http://epoca.globo.com/educacao/noticia/2017/03/. Acesso em 09/03/2017.)

Na frase “Quando há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar”, o termo sublinhado estabelece uma relação de:

Alternativas
Comentários
  • Nesse caso: CONDIÇÃO, equivaletne a SE

  • Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.

  • Quando há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar”

     

    Se há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, então temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar”

                                                 se...então...

  • Nem sempre decorar as conjunções é suficiente, às vezes é necessário analisar o contexto para se entender. A palavra "quando" pode ser uma conjunção tanto condicional quanto temporal. Sendo que neste caso é condicional. 

  • Condicional: a conjunção condicional expressa uma ideia de condição.

    Exemplo: Se você não estudar, você vai tirar uma nota ruim”.

    Outras conjunções condicionais: caso, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que.


  • Que texto.

  • Gabarito D

  • Letra D

    O "se" e o "quando", neste contexto, dá uma ideia de condição.

    Quando há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, [então] temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar”

  • quando há (condição), então temos (resultado)

  • Condicionais: Se, caso, sem que, se não, a não ser que, exceto se, a menos que, contanto que, salvo se, desde que.

    Ligam duas orações, sendo que a segunda expressa uma hipótese ou condição.

    Ex: Ela ficará feliz, se você for visitá-la.

    Resp: D

  • Condicionais: Se, caso, sem que, se não, a não ser que, exceto se, a menos que, contanto que, salvo se, desde que.

    Ligam duas orações, sendo que a segunda expressa uma hipótese ou condição.

    Ex: Ela ficará feliz, se você for visitá-la.

    Resp: D

  • A conjunção Quando é temporal, porém em alguns casos ela vira condicional.

  • APENAS GEROU ESSA DÚVIDA NA GALERA PQ A ORAÇÃO ESTÁ INVERTIDA

    Temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar QUANDO há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões

  • Para saber se o "QUANDO" é CONDICIONAL, force a mudança para utilizar o "SE", se der certo e manter o mesmo sentido, será condicional.

    Se houver a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, teremos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar.

    #PERTENCEREMOS

  • GABARITO: D

    "SE há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, ENTÃO temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar"

  • PC-PR 2021

  • A questão é sobre conjunções e quer que identifiquemos o valor semântico da conjunção destacada em Quando há a incorporação de equivalente feminino para determinadas profissões, temos indícios de que mudanças quanto aos papéis de gênero estão tendo lugar”. Vejamos:

     .

    QUANDO pode ser conjunção subordinativa:

     

    Temporal: Quando chove, não saio.

    Proporcional: Quando a professora falava, o aluno gritava mais alto.

    Condicional: Quando queria sair, sempre dava um jeitinho.

    Concessiva: Costuma convidá-la para sair, quando sabia muito bem que ela precisava estudar para os concursos.

     .

    A) oposição.

    Errado.

    Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva...

    São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

    Ex.: Não estudou muito, mas passou nas provas.

     .

    B) continuidade.

    Errado.

    Conjunções subordinativas proporcionais: têm valor semântico de proporcionalidade, simultaneidade, concomitância...

    São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (ou menos)... mais/menos, tanto mais (ou menos)... mais/menos...

    Ex.: À medida que resolvia questões, aprendia o assunto das provas.

     .

    C) causa.

    Errado.

    Conjunções subordinativas causais: têm valor semântico de causa, motivo, razão...

    São elas: porque, porquanto, como, uma vez que, visto que, já que, posto que, por isso que, na medida em que, dado que...

    Ex.: Já que você está estudando bastante, suas chances de passar em concurso são enormes.

     .

    D) condição.

    Certo. Nesse caso, "quando" é condicional e equivale a "se".

    Conjunções subordinativas condicionais: têm valor semântico de condição, pré-requisito, algo supostamente esperado...

    São elas: se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, a menos que, a não ser que, dado que...

    Ex.: Se você estudar muito, passará no concurso.

     .

    E) conformidade.

    Errado.

    Conjunções subordinativas conformativas: têm valor semântico de conformidade, consonância, igualdade, concordância...

    São elas: conforme, como, segundo, consoante...

    Ex.: Tudo saiu conforme combinamos.

     .

    Gabarito: Letra D