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ID
2399245
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Dados pessoais, uma questão política

       No mundo, foram vendidos 1,424 bilhão de smartphones em 2015; 200 milhões a mais que no ano anterior. Um terço da humanidade carrega um computador no bolso. Manipular esse aparelho tão prático é algo de tal forma óbvio que quase nos faz esquecer o que ele nos impõe em troca e sobre o que repousa toda a economia digital: as empresas do Vale do Silício oferecem aplicativos a usuários que, em contrapartida, lhes entregam seus dados pessoais. Localização, histórico da atividade on-line, contatos etc. são coletados sem pudor, analisados e revendidos a anunciantes publicitários felizes em mirar as “pessoas certas, transmitindo-lhes sua mensagem certa no momento certo”, como alardeia a direção do Facebook. “Se é gratuito, então você é o produto”, já anunciava um slogan dos anos 1970.

      Enquanto as controvérsias sobre vigilância se multiplicam desde as revelações de Edward Snowden em 2013, a extorsão de dados com objetivos comerciais quase não é percebida como uma questão política, ou seja, ligada às escolhas comuns e podendo se tornar objeto de uma deliberação coletiva. Fora das associações especializadas, ela praticamente não mobiliza ninguém. Talvez porque é pouco conhecida.

      Nos anos 1970, o economista norte-americano Dallas Smythe avisava que qualquer pessoa arriada diante de uma tela é um trabalhador que ignora a si próprio. A televisão, explica, produz uma mercadoria, a audiência, composta da atenção dos telespectadores, que as redes vendem para os anunciantes. “Você contribui com seu tempo de trabalho não remunerado e, em troca, recebe os programas e a publicidade”. O labor não pago do internauta se mostra mais ativo do que o do espectador. Nas redes sociais, nós mesmos convertemos nossas amizades, emoções, desejos e cólera em dados que podem ser explorados por algoritmos. Cada perfil, cada “curtir”, cada tweet, cada solicitação, cada clique derrama uma gota de informação de valor no oceano dos servidores refrigerados instalados pela Amazon, pelo Google e pela Microsoft em todos os continentes.

                                  (Pierre Rimbert. Le Monde Diplomatique Brasil, setembro de 2016)

Nas passagens do primeiro parágrafo – Manipular esse aparelho tão prático é algo de tal forma óbvio… – e – Localização, histórico da atividade on-line, contatos etc. são coletados sem pudor… –, os termos em destaque significam, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  •  d)

    manusear e constrangimento.

  • da duplo entendimento ao meu ver.

    o que esta errado na letra (a) ??

     

  • pudor refere-se a um sentimento,

    seja de vergonha, timidez, mal-estar,

    causado por qualquer coisa capaz de ferir a

    decência, a modéstia, a inocência.

    Fonte: Google

  • Ueslei de Castro a Letra A) " controlar e autorização." não pode ser a resposta devido ao segunda palavra ultilizada, Autorização, entretanto para se ter esse entendimento do porquê, era necessário ter dois conhecimentos.

    1º Pudor significa Integridade Moral... e Autorização não é uma sinonímia ou antonímia de Pudor. ou seja não é um sinónimo ou antônimo de pudor. e a preposição utilizada antes "Sem" denota ausência de algo ou alguém.

    2º Que para toda informação utilizada pelos aplicativos e redes sociais é necessária a autorização do usuário.

  • Cabe Recurso