Questão Q800012

INSTRUÇÃO: Leia o texto I, a seguir, para responder à questão.

Como os animais realmente enxergam o mundo

[...]

Os sons do silêncio

A história de Hans, um cavalo alemão, mostra bem a capacidade de observação e associação dos animais que criamos. No começo do século 20, ele se tornou celebridade por acertar equações matemáticas. O dono escrevia na lousa uma conta como 1/2 + 1/3 e pedia a resposta ao animal. Ele batia a pata cinco vezes no chão, esperava uns segundos e batia mais seis vezes. Ou seja: 5/6. O dono dizia ter treinado o animal por dez anos.

Pura malandragem do treinador. Por trás do “raciocínio lógico” doequino, o que havia era uma capacidade ímpar de observação. Ele conseguia perceber sinais sutis no rosto do dono, que o público não tinha como observar. E, assim, descobria quando deveria bater ou não as patas no chão. Ou seja: um cavalo pode ser um ótimo parceiro de truco.

Cães e gatos também. Eles reparam, associam e memorizam tudo. Cada gesto, cada barulho. Tudo serve de pista sobre o próximo passo do dono. Aquele tilintar de chaves sempre vem antes da despedida. O cheiro do perfume também precede a sua saída. Eles guardam e aprendem com esses sinais. Sabem quando você está prestes a ir embora – e demostram toda a tristeza que sentem nesses momentos…

É quase impossível escapar do radar dos cães e dos gatos. Os felinos escutam ainda melhor que os cães. E absurdamente mais do que você. Um som que passe dos 20 mil hertz (o extremo do agudo) fica inaudível para nós. Já os gatos ouvem até 60 mil hertz. Os cachorros chegam aos 45 mil hertz. Isso porque os dois evoluíram caçando roedores, então conseguem captar os sinais hiperagudos que os ratinhos emitem para se comunicar. Nem o som das vibrações corporais dos cupins passa batido pelos gatos. Até o som de lâmpadas fluorescentes (sim, elas fazem barulho), eles conseguem captar. Segundo a especialista em comportamento animal Temple Grandin, da Universidade do Colorado, se você estiver conversando no térreo, seu gato vai ouvir e reconhecer sua voz lá do décimo andar. Insano.

Eles ouvem sons naquilo que para nós é silêncio. [...]

CASTRO, Carol. Como os animais realmente enxergam o mundo. Superinteressante. Disponível em:<http://migre.me/vUm5> . Acesso em: 3 mar. 2017 (Fragmento adaptado).

Releia os trechos a seguir.

I. “A história de Hans, um cavalo alemão, mostra bem a capacidade de observação e associação dos animais que criamos.”

II. “Eles reparam, associam e memorizam tudo”

III. “Isso porque os dois evoluíram caçando roedores, então conseguem captar os sinais hiperagudos que os ratinhos emitem para se comunicar.”

Estão conjugados no mesmo tempo verbal os verbos destacados em:

Alternativas

I e II, apenas.

I e III, apenas.

II e III, apenas.

I, II e III.

Comentários

criamos - presente do indicativo

http://www.conjuga-me.net/verbo-criar

associam - presente do indicativo

http://www.conjuga-me.net/verbo-associar

evoluíram - Pretérito perfeito do indicativo ou Pret. mais-que-perfeito do indicativo

http://www.conjuga-me.net/verbo-evoluir
Criamos, associam= presente

evoluíram= passado
Gabarito: A
Detalhe: A conjugação do verbo criar, tanto no Presente do Indicativo quanto no Pretérito Perfeiro do Indicativo é igual para a primeira pessoa do plural.

Presente Pretérito perfeito

eu crio eu criei

tu crias tu criaste

ele/ela cria ele/ela criou

nós criamos nós criámos / criamos

vós criais vós criastes

eles/elas criam eles/elas criaram
Se não prestar atenção na primeira sentença, o camarada pode supor que o verbo criamos está no pretérito perfeito.
I e II - Presente do indicativo ( o, s, mos, m)
Criamos
Associam

Comentario da colega Flavia fornece um visão bem ampla do ponto explorado na questão.
Sucesso a todos!
Pessoal, é bem importante ler a proposição toda, pois se vc ler só a palavra sublinhada, pode gerar confusões, como pode acontecer no caso do item I que "criamos" pode tanto ser Presente do Indicativo como Pretérito Perfeito do Indicativo.

Entretanto, se lermos o item como um todo, fica fácil ver que se trata de Presente do Indicativo.
o que eu gostaria de saber, é como podemos ter a certeza que o verbo CRIAMOS está no presente e não no passado?
Essa foi pesada. O verbo pode ser interpretado tanto como no préterito como no presente, só o que difere é a interpretação do contexto.

Pode ser lido como "...dos animais que criamos (e continuamos a criar)." ou "...dos animais que criamos (no passado e não criamos mais)."

Porém a leitura mais correta do trexo inteiro melhor se adequa como:

“A história de Hans, um cavalo alemão, mostra bem a capacidade de observação e associação dos animais com os quais convivemos no nosso dia a dia.”

Ou seja, trata-se de um tempo presetente com aspecto durativo.
Por eu ter lido apenas a palavra destacada nas frases acreditei q CRIAMOS estava no pretérito. Ao ler a frase completa vi que, realmente, ela tem sentido de presente.
Pretérito perfeito do indicativo pode representar uma ação com efeito durativo ou seja, que começou a ser desenvolvida no passado mas cujos efeitos duram até o presente.
meu erro foi associam achei que estava no passado
A PEGADINHA É NÃO CONFUNDIR CRIAMOS DO PRESENTE COM CRIAMOS DO PASSADO, o trecho começa com a palavra história, isso já remete a passado, é nessa errada associação que muitos consideram que criamos se refere ao passado, muitas vezes é muito mais uma questão de interpretação de texto do que de conjugação verbal, observe o texto como um todo, observe o título. como os animais realmente enxergam o mundo. Estamos falando do presente, pegamos uma his´toria passada do cavalo Hans para criarmos uma alusão ao presente. essa interpretação é conhecida como aspecto verbal, não menospreze esse conteúdo em seus estudos. abraço
GABA a)
Lembrando que o presente do indicativo PODE ser substituído pelo futuro do presente SEM ALTERAÇÃO de sentido.

SóProvas

Continue usando...

O que está incluso