SóProvas


ID
2403601
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A psicanálise trouxe contribuições teóricas importantes para o campo da psicologia clínica. Tomando como viés essa abordagem, julgue o item a seguir.

Os sintomas classicamente relacionados à neurose obsessiva são: parcimônia, obstinação, hiperexpressividade somática das ideias e paroxismos.

Alternativas
Comentários
  • paroxismo

    cs/

    substantivo masculino

    MED

    1.

    espasmo agudo ou convulsão.

    2.

    momento de maior intensidade de uma dor ou de um acesso

     

    fonte: https://www.google.com.br/search?ei=qavrWojVGMmcwASY1p7oCw&q=o+que+%C3%A9+paroxismos&oq=o+que+%C3%A9+paroxismos&gs_l=psy-ab.3.0.0j0i22i30k1l7.62806.67172.0.71055.18.15.0.0.0.0.372.1756.2-3j3.6.0....0...1c.1.64.psy-ab..12.6.1752...35i39k1j0i67k1j0i10k1.0.w_7b-UtSwOw

  • A neurose obsessiva mostrou a Freud o horror do sujeito à castração, a ambivalência na relação transferencial, o valor do pagamento no processo de análise, a relação sintomática do sujeito com o tempo, a defesa constante do su- jeito diante da morte. O obsessivo é o paciente que quer se colocar como garantia do analista, seu avalista. Nesse sentido, os impasses transferenciais exigem que o analista se movimente.

    O que permitiu que Freud desse ouvidos a esses traços foi, muitas vezes, a dimensão que os mesmos possuíam na fala do paciente e em seus sintomas. Ape- sar de o trabalho analítico histericizar o paciente, o posicionamento deste frente ao Outro e ao desejo são marcantes. O objeto do seu desejo só se torna viável quando se encontra no estatuto do impossível e o Outro é marcado pela falha, falha que ele mesmo quer preencher.

    Ribeiro (2001; 2006) questiona a afirmação de que a clínica psicanalítica da neurose é sustentada pela histeria. A autora nos diz que a neurose obsessiva tem aparecido cada vez mais na atualidade e em nossos consultórios, inclusive com as mulheres. Destaca as peculiaridades da mulher obsessiva que, diante da inconsistência trazida pela ausência de um significante que defina o ser mulher, é menos enganada pelo falo que vela o furo no outro (Ribeiro, 2001). Sendo assim, a mulher obsessiva é ainda mais “religiosa do significante”, mais propensa ao des- lizamento metonímico (que não deve ser incentivado pelo analista), deixando à mostra a busca de um corpo que funcione sem rateios, estando submetida às com- pulsões. Drogadas compulsivas, as obsessivas, escravas da perfeição, consomem obedientemente as drogas que prometem um alívio que nunca chega (Ribeiro, 2001). Seja em busca de um sono tranquilo, de um controle da ansiedade e da tristeza, de um corpo perfeito, a medicação ocupa o lugar de um objeto a mais que atue no que está fora do lugar, no que não funciona bem. Essa medida de perfeição é o que deteriora o sujeito e o conduz a um mestre absoluto, Outro típi- co de seu tipo clínico: a morte. Preso em seu labirinto, onde o desejo se esconde, ela ou ele trabalha incessantemente para a morte, isto é, faz de sua neurose um modo de viver a questão da morte e elidir o desejo que coloca em jogo a finitude, a contingência e o risco.

  • Freud (1923/1996h) destacava que o medo tanto da morte como da vida são expressões do supereu. Desses medos se origina a covardia da neurose obses- siva diante da vida, diante da sexualidade. As obsessões são justamente uma mo- dalidade de proteção contra as tentações sexuais que trazem movimento à vida.

    A neurose obsessiva coloca o sacrifício em cena em busca do ideal: jejum, arranhões, dores e penitências são exemplos da ação do supereu e do masoquismo do eu. Dificilmente tais sacrifícios não envolvem o corpo; inclusive, é falando do sacrifício que Lacan, mesmo que raramente, aborda o corpo na neurose obsessiva. Em suas palavras: “O corpo, o corpo idealizado, reclama um sacrifício corporal. Esse é um ponto importantíssimo para compreender [...] a estrutura do obsessi- vo” (Lacan, 1968-1969/2008, p. 359).

    Há uma afirmação freudiana que nos chamou atenção quanto ao lugar do corpo na neurose obsessiva: “em todos os meus casos de neurose obsessiva desco- bri um substrato de sintomas histéricos” (Freud, 1896/1996b, pp. 168-169; grifo do autor). Essa articulação se repete anos depois: ao afirmar que “toda neurose obsessiva parece ter um substrato de sintomas histéricos que se formam em uma fase bem antiga” (Freud, 1926/1996i, p. 115).

  • Paroxismo não faz parte.