Os solos profundos associados com um sistema radicular extenso das árvores aumentam a capacidade de armazenar água, principalmente, em caso de tempestades prolongadas ou muito intensas capazes de saturar o solo. Ainda, solos sombreados conservam mais umidade, porque o dossel arbóreo diminui a exposição aos raios solares e ao vento, reduzindo a evaporação da água do solo. Dessa forma, a água armazenada é liberada para a atmosfera, controlada e gradualmente, por meio da evapotranspiração das plantas, reduzindo a perda de água do sistema. Na atmosfera o vapor d’água irá formar nuvens que darão lugar a novas chuvas.
Os aquíferos são recarregados, naturalmente, por água pluvial que se infiltra no perfil do solo e nas gretas entre as rochas. No ciclo hidrológico normal, a água penetra em zonas de recarga atravessando muito lentamente o lençol freático para aflorar em zonas de descargas, formando nascentes ou fontes que devolvem água para a superfície. O ritmo de renovação da água subterrânea é muito lento, variando entre 1 e 100mm ao ano. Se extrair mais água do que o sistema pode recarregar, o nível freático baixará. Se essa situação persistir, com o passar do tempo o aquífero será esvaziado e seu uso não poderá se manter. A gestão racional desse recurso implica que não seja extraído uma taxa superior do que pode ser recarregado.
Desse modo, é correto afirmar que a cobertura florestal desempenha eficazmente a função de interceptação, armazenamento e redução do escoamento superficial. Tal efeito varia de acordo com as espécies florestais, estações do ano, tipos de solo, inclinação do terreno, extensão, quantidade de precipitação, entre outros fatores.
Fonte: UFV.