SóProvas


ID
2449168
Banca
IDECAN
Órgão
CBM-RN
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Aldous Huxley é conhecido mundialmente pela sua novela Admirável mundo novo, publicada em 1932. Nela, ele descreve uma sociedade utópica na qual tudo é planejado e organizado. O Estado controla a vida de seus cidadãos com pleno consentimento. Nessa sociedade nada acontece, pois, a história acabou. Tudo é previsível na vida de seus habitantes, desde seu nascimento até sua morte, que deveria ocorrer aos 60 anos. Há castas intransponíveis, mas todos são felizes. Não há inquietação social. A vida insípida e seus eventuais momentos de angústia ou de depressão são suprimidos com a ingestão do soma, um psicofármaco livremente distribuído para assegurar a euforia na medida necessária.

      A novela de Huxley ficou conhecida por retratar o paradoxo de uma utopia que se converte no seu oposto. Mas essa não é a única razão de sua fama internacional. O futuro distópico de Huxley foi profético e muitas das características dessa sociedade imaginária acabaram se concretizando nas últimas décadas.

      O mundo foi globalizado, padronizado e dividido entre dois ou três governos transnacionais que controlam as decisões planetárias. A individualidade e a vida privada foram devassadas pela internet. O controle químico da angústia, da ansiedade e do pânico é, atualmente, uma das prioridades das sociedades contemporâneas, pois, uma premissa fundamental das sociedades pós-modernas é que todos têm o dever de sempre estar bem. A governança triunfou sobre a política e as palavras “direita” ou “esquerda” designam apenas a opção entre a dessubjetivização deliberada ou recoberta pela pseudoliberdade das democracias. Todos se tornam normais em relação a uma sociedade imensamente anormal.

 (João de Fernandes Teixeira. Adaptado do texto “Regresso ao admirável mundo novo”. Revista Filosofia Ciência & Vida Ed. 122.) 

Reconhecendo as relações de regência presentes na oração: “Todos se tornam normais em relação a uma sociedade imensamente anormal.” (3º§) está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • Letra C) ofusca com seu brilho de perfeição! 

    Em relação " A alguma coisa.." + pron.  demonstrativo Aquele  = Àquele obrigatoriamente. 

    PMSE 2018

  • c) Caso a expressão “a uma” fosse substituída por “aquela”, ignorando-se uma possível alteração de sentido, ao corrência de crase seria obrigatória.

    correto: "uma"pronome indefinido, portanto crase proibida.

    "aquela" quando puder trocar por "a esta" e variáveis, ocorre crase.

     

    “Todos se tornam normais em relação àquela (a esta)  sociedade imensamente anormal.” (3º§)

  • Não entendi a questão, pois o comando da alternativa manda retirar a preposição que é regida pela palavra relação. Então como seria possível ter crase se não tem preposição? buguei

  • gab=C

    Caso a expressão “a uma” fosse substituída por “aquela”, ignorando-se uma possível alteração de sentido, ao corrência de crase seria obrigatória.

    Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:

    Refiro-me a aquele atentado

    preposição >>>pronome

    Refiro-me àquele atentado.

    .................................................................................................................................................................................

    O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.

    Aluguei aquela casa.

    O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.

  • Letra A – ERRADA - O termo regente é o nome “relação”, que solicita o complemento “a uma sociedade imensamente anormal”.

    Letra B – ERRADA -  Caso o substantivo feminino fosse substituído por um masculino, no lugar de “a uma”, teríamos “a um”.

    Letra C – CERTA – De fato! Teríamos a fusão da preposição A – requerida por “relação” – com o demonstrativo “aquela”.

    Letra D – ERRADA – A omissão da expressão “em relação” gera problema na coesão textual.