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A sociabilidade essencial, atributo da natureza humana, remete à prática do assistente social para duas instâncias: o indivíduo e a sociedade. Esta precisaria ser restaurada em seus ideais comunitários destruídos pelo ideário liberal e aquele deve ser elevado à condição de pessoa humana. A restauração da sociedade exige o conhecimento prévio de “sua estrutura, seus males, suas deficiências, suas possibilidades, as relações de ordem jurídica, as transformações de ordem econômica, a grande interdependência moral econômica e social existente no mundo” (RAMOS, 1940, p.23)
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"As mediações, capacidades essenciais postas em movimento através de sua atividade vital, não são dadas a ele; são conquistadas no processo de sua autoconstrução pelo trabalho. São elas: a sociabilidade, a consciência, a universalidade e a liberdade. "(pg.26)
"O desenvolvimento da sociabilidade implica a (re)criação dasnecessidades e formas de satisfação, do que decorre a transformação do ser social e do mundo natural, isto é, do sujeito e do objeto"(pg.27)
ETICA E SERVIÇO SOCIAL FUNDAMENTOS ONTOLÓGICOS. Maria Lucia Barroco.
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O pensamento de Georg Lukács trata da ontologia do ser social. Ele não isola determinada categoria para precisar o ser social, mas usa o trabalho que já contém em si um complexo todo articulado. O homem é um ser que se faz sempre numa posição subjetiva, a qual só se dá em relação à objetividade. Ele se torna humano no meio dos humanos, por meio da sociabilidade, da linguagem e da teleologia. A ontologia do ser social supõe a relação dele com a natureza. Lessa (1997), um estudioso de Lukács apresenta três formas de seres, sendo: o ser inorgânico, o ser orgânico e o ser social. No primeiro, não há vida e diz respeito ao mundo mineral. “O ser inorgânico, acima de tudo, não possui vida. Seu processo de transformação, sua evolução, nada mais é senão um movimento pelo qual algo se transforma em um outro algo distinto” (LESSA, 1997, p. 14). Já a segunda esfera do ser é a orgânica, em que há a recolocação desse por um processo natural. “O mero recolocar do mesmo que caracteriza a reprodução biológica, ou o tornar-se outro da esfera inorgânica [...]” (LESSA, 1997, p. 14). O autor ressalta que em ambos o processo acontece de forma natural sem que haja planejamento de nada. Diferente do ser social que, como a história de Ikursk, o homem é capaz de obter na consciência algo que vai fazer posteriormente, ou seja, é capaz de criar um processo de ideação. E isso o diferencia dos demais seres, numa distinção ontológica.
Uma reflexão sobre a emancipação humana pelo mundo do trabalho numa nova sociabilidade
Ângela Maria Moura Costa Prates