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ID
2471638
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A corrente teórica do conflito/transformação considera violência como um processo radicado nas contradições dos sistemas sociais, como consequência do controle promovido pelas classes hegemônicas, ao qual se opõem classes ou grupos portadores da perspectiva de outra ordem social. Nesse sentido, conforme defende Mioto (2003), a análise dos atos de violência não é feita a partir de condutas individuais, mas coloca a geração dos comportamentos violentos como decorrentes da organização social, sem perder de vista as perspectivas cultural e psicológica. Por isso, a intervenção profissional nas situações de violência doméstica pressupõe reconhecer o terreno contraditório no qual a violência se expressa e a complexidade do objeto de trabalho. Nessa direção, a família seria um espaço de manifestação da chamada violência

Alternativas
Comentários
  • Para comentar a questão será utilizado o artigo de Regina Célia Tamásio Mioto (Para que tudo não termine como um "caso de família": aportes para o debate sobre violência doméstica. Revista Katálysis. Volume 6. N. 1. Jan./Jun. de 2003. P. 96-103. Florianópolis, Santa Catarina. Disponível online). Conforme a autora mencionada, os atos de violência na sociedade capitalista podem ser analisados a partir de dois viés, sendo eles: o eixo da normatividade/estabilidade norteada pela perspectiva positivista, principalmente, no pensamento de Durkhein e o eixo conflito/transformação, a qual a associa a violência às contradições da estrutura econômica.
    Nesse sentido, a autora destaca que para ela a análise da violência doméstica deve ser realizada a partir do segundo eixo de análise, o conflito/transformação, porém associando-o às perspectivas que também consideram a cultura e o psicológico, visto ser a violência tema complexo e derivada de um conjunto de fatores. A autora também aponta que para o eixo conflito/transformação os comportamentos violentos advém da estrutura social. Portanto, a violência no interior das famílias seriam provocadas devido as relações de produção, sociais, interpessoais e econômicas, as quais historicamente se modificam e alteram também os tipos de violência. Sendo assim, por ser algo inerente a estrutura social a violência é caracterizada como violência estrutural.

    a) Esta alternativa está incorreta visto que a autora trata da violência no interior das família, conforme o eixo conflito/transformação como estrutural. Os estudiosos que defendem tal eixo afirmam que a violência é decorrente do modo de produção e, assim, a violência é considerada estrutural.

    b) Esta alternativa está incorreta, pois conforme a autora mencionada o eixo conflito/transformação aponta que a família é um espaço em que será visualizada a violência estrutural. Assim, afirma-se nesse eixo que a violência é decorrente dos processos de produção.

    c) Esta alternativa está incorreta. Como aponta a autora supracitada, a violência que se manifesta nas famílias é caracterizada pelo eixo conflito/transformação como violência estrutural e não como exacerbada.

    d) Esta alternativa está incorreta. Segundo a autora acima a violência no interior das famílias causadas pelos seus próprios membros é caracterizada como estrutural e explicada devido aos processos econômicos, sociais e de produção.

    e) Esta alternativa está correta e de acordo com o afirmado pela autora no texto. Segundo a autora, o eixo conflito/transformação informa que a violência e projetada nas famílias devido as relações de produção capitalista e os conflitos entre as classes antagônicas. Portanto, a violência é caracterizada como estrutural pois é oriunda deste modo de produção e inerente a ele.


    RESPOSTA: E

  • e)

    estrutural.

     

  • A violência é projetada nas famílias devido as relações de produção capitalista e os conflitos entre as classes antagônicas. Portanto, a violência é caracterizada como ESTRUTURAL pois é oriunda deste modo de produção e inerente a ele.

  • Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social.

     

    Para comentar a questão será utilizado o artigo de Regina Célia Tamásio Mioto (Para que tudo não termine como um "caso de família": aportes para o debate sobre violência doméstica. Revista Katálysis. Volume 6. N. 1. Jan./Jun. de 2003. P. 96-103. Florianópolis, Santa Catarina. Disponível online). Conforme a autora mencionada, os atos de violência na sociedade capitalista podem ser analisados a partir de dois viés, sendo eles: o eixo da normatividade/estabilidade norteada pela perspectiva positivista, principalmente, no pensamento de Durkhein e o eixo conflito/transformação, a qual a associa a violência às contradições da estrutura econômica.


    Nesse sentido, a autora destaca que para ela a análise da violência doméstica deve ser realizada a partir do segundo eixo de análise, o conflito/transformação, porém associando-o às perspectivas que também consideram a cultura e o psicológico, visto ser a violência tema complexo e derivada de um conjunto de fatores. A autora também aponta que para o eixo conflito/transformação os comportamentos violentos advém da estrutura social. Portanto, a violência no interior das famílias seriam provocadas devido as relações de produção, sociais, interpessoais e econômicas, as quais historicamente se modificam e alteram também os tipos de violência. Sendo assim, por ser algo inerente a estrutura social a violência é caracterizada como violência estrutural.