ID 2472406 Banca VUNESP Órgão TJ-SP Ano 2017 Provas VUNESP - 2017 - TJ-SP - Psicólogo Judiciário Disciplina Psicologia Assuntos Dor, Estresse e Luto Psicologia da Saúde Teorias da Personalidade Ao discutir o luto infantil diante da perda de entes queridos, John Bowlby (2015) destaca que Alternativas frequentemente as crianças experimentam um período de pesar relativamente igual aos experimentados pelos adultos diante das perdas. para que a criança possa aceitar a perda sofrida e se reorganizar, é essencial a presença de uma pessoa que atue como substituta estável do ente perdido. a elaboração do luto pela criança sempre será parcial se ela não dispuser de repertório verbal para expressar seu sofrimento. frente a crianças que sofreram perdas, a atitude mais favorável, à elaboração do luto, é motivá-las a direcionar seus interesses para outras atividades. o modo mais eficaz de ajudar uma criança a aceitar a perda de um ente querido é o terapeuta ou alguém de confiança adotar o papel de “representante da realidade”. Responder Comentários Letra B: Para que a criança possa aceitar a perda sofrida e se reorganizar, é essencial a presença de uma pessoa que atue como substituta estável do ente perdido. A questão solicita conhecimentos acerca do luto, na visão de John Bowlby.O luto se constitui como uma perda de um objeto importante para alguém, não só pela morte, mas também qualquer perda significativa na vida do sujeito, seja real ou simbólica: perda de um trabalho, término de um relacionamento afetivo ou até de um membro do corpo devido a algum tipo de cirurgia ou acidente. Para Bowlby, existem quatro fases do luto que o sujeito deve passar para a correta elaboração: 1) Entorpecimento - o choque (pois o indivíduo não reconhece a perda), 2) Anseio: protesto (o sujeito passa a procurar e ansiar pela pessoa perdida), 3) Desorganização e desespero (quando há percepção da perda permanente) e, por fim,4) Reorganização: a aceitação ( quando o indivíduo começa a retomar a sua normalidade pela adaptação ao novo).De acordo com a Teoria do Apego, a forma como a criança é cuidada influenciará a sua maneira de vivenciar o luto, quando adulto.Vamos às alternativas:ERRADA“... a criança é submetida a uma tarefa ainda mais complexa que a do adulto, pois a perda a priva também de uma base segura e de identificação. Seu referencial em relação àqueles que sobreviveram é alterado, à medida que estes também encontram-se enlutados e, portanto, modificados em sua forma de se expressar e agir. Desta forma, com a morte de um genitor, a criança perde também o mundo que ela conhecia, tornando-se difícil lidar com toda a gama de sentimentos que a invadem com o desmoronamento da família" (pg 102)CERTAAssim como os adultos necessitam de apoio afetivo de pessoas queridas para passar pelo processo do luto, as crianças precisam de um substituto que possa estabelecer um novo vínculo afetivo para tentar recuperar-se da grande persa sofrida. É a partir desse novo vínculo que é possível reorganizar sua vida interior, retomando seu senso de confiança e apego.ERRADACaso haja incapacidade de expressar abertamente sobre o processo do luto, é possível que possa ocorrer o desenvolvimento de um luto patológico, a partir da dificuldade de elaboração da perda.ERRADAA atitude mais favorável para a elaboração da perda é fazer com que a criança seja capaz de expressar seu sofrimento e, aos poucos, desenvolver sentimentos de recuperação frente ao sofrimento provocado pela morte. Ao contrário do que muitos possam pensar, a mentira ou negação sobre a morte de alguém pode ocasionar fatores negativos em seu desenvolvimento. A melhor maneira é ser sincera com a criança e oferecer ambiente acolhedor para que possa elaborar suas fantasias. ERRADA “É na medida em que o paciente percebe o contexto terapêutico como uma situação de segurança e proteção, como o lugar propício para expressar ansiedades e sentimentos de vulnerabilidade, que os afetos vão sendo expressos e o trauma tem a possibilidade de ser entendido. Ao sentir-se compreendida e aceita, a criança pode expressar com mais tranqüilidade suas fantasias, conflitos e ansiedades, possibilitando a compreensão de seus sentimentos, comportamentos e sintomas . Assim, a aproximação de seu mundo interno caracteriza se como importante instrumento para o profissional que trabalha com luto, facilitando a compreensão do trauma, das fantasias e dos conflitos, auxiliando no processo de elaboração da perda" (pg 108)Gabarito da Professora: Letra B.Fonte: ANTON & FAVERO (2011). Morte Repentina de Genitores e Luto Infantil: Uma Revisão da Literatura em Periódicos Científicos Brasileiros. Revista Interação Psicol., Universidade do Rio Grande do Sul: Porto Alegre.