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Familismo
É a doutrina que afirma que o fundamental da ordem social está na família, que deve ser preservada, mantida e fortalecida por todos os meios. É a base ética da moral chinesa clássica, e muitas vezes esse termo está ligado à China.
Exemplo do uso da palavra Familismo:
Porém, para que o PBF tenha sucesso no combate à pobreza é preciso superar qualquer política que reforce o familismo, que significa a transferência para as famílias da maior parte da responsabilidade pelo bem-estar social dos seus membros. Esta situação faz com que a proteção social esteja organizada tendo como base as famílias e a mulher seja a cuidadora dos membros da família.
http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/familismo/5222/
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Só acertei essa questão porque li recentemente um texto que falava exatamente sobre isso. Trata-se do texto "A atuação profissional do Serviço Social junto às famílias nas políticas sociais: (re) atualização do conservadorismo?" de Claudio Horst (Assistente Social, Mestre em Política Social pela UFES e Doutorando em Serviço Social pelo Programa de Pós Graduação em Serviço Social da UFSC). O artigo foi apresentado no 5º Encontro Internacional de Política Social em Vitória (ES, Brasil), 5 a 8 de junho de 2017. Vale muito a leitura. Acredito ser possível encontrá-lo pela internet.
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A Política Nacional de Assistência Social instituída em 2004 apresenta o conceito de matricialidade familiar, o qual propõe a centralidade da família no âmbito da assistência social. Contudo, deve-se estar atento para qual conceito você reafirma, o de assistência social como ajuda pública, em que ancora-se o conceito de familismo ou como direito de cidadania, como nos destaca Regina Célia Tamaso Mioto (In: Família e família: práticas sociais e conversações contemporâneas. Orgs: Duarte, M.J.O e Alencar, M.M.T. Editora Lumen Juris, 2010). Cada um desses conceitos carrega concepções distintas e estão atrelados a projetos sociais distintos, o primeiro ao projeto neoliberal de responsabilização da própria família e o segundo a um projeto progressista de expansão dos direitos e responsabilização do Estado. Para responder a questão iremos comentar cada assertiva:
I- A assertiva está correta. Na perspectiva familista ou do familismo, a família é vista com a instância que deve proporcionar a proteção a seus membros. Assim, os serviços sociais, públicos e estatais serão prestados na medida em que elas não conseguirem suprir suas necessidades. Isto é, a família não é protegida pelo poder estatal, ela é primeiramente responsabilizada e os serviços ofertados serão paliativos.
II- A assertiva está correta. O familismo ou a perspectiva familista compreende a família como espaço natural de proteção social e que devem cuidar de seus membros. Nesse caso, o Estado atua com base no princípio da subsidiariedade, intervindo secundariamente quando aquela família não conseguiu isoladamente proteger seus membros. As mulheres são caracterizadas como membros importantes e fundamentais nesse conceito de família, visto ser grande maioria das famílias chefiadas por elas na atualidade ou mesmo devido a perpetuação, ainda, do patriarcalismo. Para a proteção social embasada no familismo, as mulheres serão as responsáveis pelos cuidados e bem estar da sua família, sendo as protagonistas do "sucesso" ou não de determinada família.
III- A assertiva está incorreta. O conceito de familismo não reconhece as mudanças no mundo do trabalho e na produção que vão acarretar transformações nas famílias e em seus arranjos. Pelo contrário, é uma visão conservadora e interligada ao pensamento neoliberal de responsabilização dos indivíduos e individualização das expressões da questão social. Nesse cenário, o que se almeja é a extinção de políticas de proteção social, encarando as refrações da questão social que rebatem nas famílias como "casos de família", "questões de família", "conflitos familiares" e não como fundados pela relação contraditória entre capital e trabalho.
RESPOSTA: D
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Segue link para o texto que Danny sugeriu:
http://periodicos.ufes.br/EINPS/article/view/16528/11385
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Gente,
estou estudando para concursos em casa e sinto falta de ter trocas pessoais do conteúdo de SeSo. Se alguém é de Niterói - RJ e desejar, podíamos formar um grupo de estudos na UFF, em especail para parte específica-disrcursiva, o que acham? Se alguém tiver interesse segue meu e-mail: amandadiniz_seso@hotmail.com
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Familista ou do familismo ==> a família é vista com a instância que deve proporcionar a proteção a seus membros. E o foco se concentra no fato do trabalho desenvolvido na esfera domiciliar e dos cuidados tem servido de pilar para os sistemas de proteção social. O trabalho não pago das mulheres tem sido fundamental para o bom desempenho dos programas.
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d)Somente as afirmações I e II estão corretas.
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Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social.
A Política Nacional de Assistência Social instituída em 2004 apresenta o conceito de matricialidade familiar, o qual propõe a centralidade da família no âmbito da assistência social. Contudo, deve-se estar atento para qual conceito você reafirma, o de assistência social como ajuda pública, em que ancora-se o conceito de familismo ou como direito de cidadania, como nos destaca Regina Célia Tamaso Mioto (In: Família e família: práticas sociais e conversações contemporâneas. Orgs: Duarte, M.J.O e Alencar, M.M.T. Editora Lumen Juris, 2010). Cada um desses conceitos carrega concepções distintas e estão atrelados a projetos sociais distintos, o primeiro ao projeto neoliberal de responsabilização da própria família e o segundo a um projeto progressista de expansão dos direitos e responsabilização do Estado.
III- A assertiva está incorreta. O conceito de familismo não reconhece as mudanças no mundo do trabalho e na produção que vão acarretar transformações nas famílias e em seus arranjos. Pelo contrário, é uma visão conservadora e interligada ao pensamento neoliberal de responsabilização dos indivíduos e individualização das expressões da questão social. Nesse cenário, o que se almeja é a extinção de políticas de proteção social, encarando as refrações da questão social que rebatem nas famílias como "casos de família", "questões de família", "conflitos familiares" e não como fundados pela relação contraditória entre capital e trabalho.
RESPOSTA: D
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I- A assertiva está correta. Na perspectiva familista ou do familismo, a família é vista com a instância que deve proporcionar a proteção a seus membros. Assim, os serviços sociais, públicos e estatais serão prestados na medida em que elas não conseguirem suprir suas necessidades. Isto é, a família não é protegida pelo poder estatal, ela é primeiramente responsabilizada e os serviços ofertados serão paliativos.
II- A assertiva está correta. O familismo ou a perspectiva familista compreende a família como espaço natural de proteção social e que devem cuidar de seus membros. Nesse caso, o Estado atua com base no princípio da subsidiariedade, intervindo secundariamente quando aquela família não conseguiu isoladamente proteger seus membros. As mulheres são caracterizadas como membros importantes e fundamentais nesse conceito de família, visto ser grande maioria das famílias chefiadas por elas na atualidade ou mesmo devido a perpetuação, ainda, do patriarcalismo. Para a proteção social embasada no familismo, as mulheres serão as responsáveis pelos cuidados e bem estar da sua família, sendo as protagonistas do "sucesso" ou não de determinada família.
III- A assertiva está incorreta. O conceito de familismo não reconhece as mudanças no mundo do trabalho e na produção que vão acarretar transformações nas famílias e em seus arranjos. Pelo contrário, é uma visão conservadora e interligada ao pensamento neoliberal de responsabilização dos indivíduos e individualização das expressões da questão social. Nesse cenário, o que se almeja é a extinção de políticas de proteção social, encarando as refrações da questão social que rebatem nas famílias como "casos de família", "questões de família", "conflitos familiares" e não como fundados pela relação contraditória entre capital e trabalho.
https://ideiacriativa.eadplataforma.com/page/familismo-e-servico-social/.
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Cara, que questão linda. Não é uma questão fácil, tenho que admitir, mas é boa. Só de sair daquele velho decoreba de letra de lei já valeu.
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A Política Nacional de Assistência Social instituída em 2004 apresenta o conceito de matricialidade familiar, o qual propõe a centralidade da família no âmbito da assistência social. Contudo, deve-se estar atento para qual conceito você reafirma, o de assistência social como ajuda pública, em que ancora-se o conceito de familismo ou como direito de cidadania, como nos destaca Regina Célia Tamaso Mioto (In: Família e família: práticas sociais e conversações contemporâneas. Orgs: Duarte, M.J.O e Alencar, M.M.T. Editora Lumen Juris, 2010).
I- A assertiva está correta. Na perspectiva familista ou do familismo, a família é vista com a instância que deve proporcionar a proteção a seus membros. Assim, os serviços sociais, públicos e estatais serão prestados na medida em que elas não conseguirem suprir suas necessidades. Isto é, a família não é protegida pelo poder estatal, ela é primeiramente responsabilizada e os serviços ofertados serão paliativos.
II- A assertiva está correta. O familismo ou a perspectiva familista compreende a família como espaço natural de proteção social e que devem cuidar de seus membros. Nesse caso, o Estado atua com base no princípio da subsidiariedade, intervindo secundariamente quando aquela família não conseguiu isoladamente proteger seus membros. As mulheres são caracterizadas como membros importantes e fundamentais nesse conceito de família, visto ser grande maioria das famílias chefiadas por elas na atualidade ou mesmo devido a perpetuação, ainda, do patriarcalismo. Para a proteção social embasada no familismo, as mulheres serão as responsáveis pelos cuidados e bem estar da sua família, sendo as protagonistas do "sucesso" ou não de determinada família.
III- A assertiva está incorreta. O conceito de familismo não reconhece as mudanças no mundo do trabalho e na produção que vão acarretar transformações nas famílias e em seus arranjos. Pelo contrário, é uma visão conservadora e interligada ao pensamento neoliberal de responsabilização dos indivíduos e individualização das expressões da questão social. Nesse cenário, o que se almeja é a extinção de políticas de proteção social, encarando as refrações da questão social que rebatem nas famílias como "casos de família", "questões de família", "conflitos familiares" e não como fundados pela relação contraditória entre capital e trabalho.