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ID
2492581
Banca
FUNDATEC
Órgão
IGP-RS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

De acordo com Furniss (1993), o dano secundário e a vitimização das crianças que sofreram abuso sexual acontecem em cinco níveis, quais sejam:

Alternativas
Comentários
  • Estigmatização social – Traumatização secundária no processo interdisciplinar – Traumatização secundária no processo família-profissional – Traumatização secundária no processo familiar – Traumatização secundária no processo individual.  

  • No abuso sexual da criança, qualquer intervenção profissional deve, consequentemente, ter como objetivo principal evitar o dano secundário pela intervenção, antes de se dedicar à tarefa terapêutica primária de tratar o trauma decorrente do próprio abuso sexual.

    O dano secundário e a vitimização das crianças que sofreram abuso sexual acontece em cinco níveis.

    1) Estigmatização social. As crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias podem se tornar socialmente estigmatizadas pela reação dos vizinhos, escolas e companheiros. A criança muitas vezes também é vitimizada pelas consequências da separação familiar. Dificuldades materiais e sociais trazidas pelos problemas adicionais quando as pessoas que cometeram o abuso deixam a família sem amparo financeiro.

    2) Traumatização secundária no processo interdisciplinar. As crianças que sofreram abuso sexual podem ficar perturbadas pela vitimização secundária quando são arrastadas para conflitos institucionais estruturais e conflitos-por-procuração nas redes profissionais. A traumatização secundária pelos conflitos institucionais estruturais acontece mais frequentemente nos conflitos entre o sistema legal e as necessidades psicológicas e de proteção da criança. Isso baseia-se no fato de que o sistema legal ainda não se adaptou completamente ao aspecto dos direitos humanos da criança como um sujeito perante a lei, que não obstante é estruturalmente dependente do cuidado adulto. Conflitos-por-procuração nas redes profissionais ocorrem em todos os níveis e conduzem a respostas de ação não-terapêuticas, resultando em terapia antiterapêutica, proteção da criança promotora-de-abuso e prevenção de crime promotora-de-crime, que podem todas resultar em grave trauma secundário na criança.

    3) Traumatização secundária no processo família-profissional. No processo família-profissional, a traumatização secundária acontece como um resultado da escolha da intervenção profissional básica e através de mudanças da forma básica da intervenção pelas famílias e membros da família. Os profissionais podem escolher uma Intervenção Punitiva Primária ou uma Intervenção Primária Protetora da Criança, em primeiro lugar, tanto quanto as famílias  e membros da família podem conseguir influenciar a rede profissional de uma maneira que transforma uma Intervenção Terapêutica Primária em uma Intervenção Punitiva Primária ou em uma Intervenção Primária protetora da Criança.

    continua...

  • continuação...

    Se, no processo interacional família-profissional, as famílias ou os profissionais impedem uma Intervenção Terapêutica primária, um dano secundário semelhante pode ser infligido à criança em uma intervenção punitiva primária ou em uma intervenção primária protetora da Criança.

    Traumatização secundária no processo familiar. A falta de crença na criança, negação por parte das pessoas que cometeram o abuso e dos membros da família, em casos não comprovados de abuso sexual da criança  podem levar ao dano secundário na criança, o que também pode acorrer de pais, irmãos e outros membros da família usarem a criança, castigando-a e acusando-a por todos os  problemas como um resultado da revelação.

    5) Traumatização secundária no processo individual. As crianças que sofreram abuso sexual podem finalmente induzir traumatização secundaria de seu próprio comportamento. Elas frequentemente provocam punição ou novo abuso através de comportamento sexualizado ou maliciosos que as torna mais vulneráveis e incapazes de se protegerem de novos abusos é consequência de sua própria comunicação sexualizada, desse processo pode facilmente conduzir à indução de ciclos de vitimização secundária e abuso.