Questão 2497366

• Banca: UTFPR
• Órgão: UTFPR
• Ano: 2017
• Provas: UTFPR - 2017 - UTFPR - Psicólogo
• Disciplina: Psicologia
• Assuntos: Psicologia do Desenvolvimento; Psicoterapias; Teorias e Técnicas Psicoterápicas

A adolescência é reconhecidamente um período de relações conturbadas, rebeldia e comportamentos considerados desviantes. Não obstante, a etiologia dessas características está relacionada não apenas ao desenvolvimento biológico do corpo, mas também a novas construções psíquicas e sociais na história do sujeito. Considerando a bibliografia indicada, em específico a obra de Aberastury e Knobel, é correto afirmar que o papel do psicólogo ao trabalhar com adolescentes deve ser, prioritariamente:

• A. zelar por sua proteção contra más influências sociais, unindo forças com a família do adolescente para que ele não se perca do caminho familiar.
• B. proporcionar ao adolescente condições de construir uma identidade adulta, podendo o jovem elaborar, na medida do possível, os lutos pelo corpo infantil, por sua identidade e por seus pais infantis.
• C. possibilitar que o adolescente possa encontrar um caminho ótimo dentro de um ambiente que favoreça a aceitação de uma força superior, a qual o auxilie em seu caminhar na vida adulta.
• D. comportar-se como um segundo pai/mãe, exercendo a função parental de cobrança de regras e normas adequadas ao bom convívio da sociedade.
• E. orientar o jovem a escolher um posicionamento dentro das questões da sexualidade e identidade de gênero.

Gabarito: B

Comentários

• b

  proporcionar ao adolescente condições de construir uma identidade adulta, podendo o jovem elaborar, na medida do possível, os lutos pelo corpo infantil, por sua identidade e por seus pais infantis.

• Para quem leu o livro, irá notar que a pergunta refere-se ao Capítulo 3: LUTO PELO CORPO, PELA IDENTIDADE

  E PELOS PAIS INFANTIS.

• Uma pequena parte do supracitado livro:

  SÍNDROME” NORMAL DA ADOLESCÊNCIA - A adolescência é um processo de desenvolvimento do ser humano no qual se deve admitir e compreender sua aparente patologia a fim de conhecer a realidade do adolescente, que passa por desequilíbrios e instabilidades extremas. Em nosso meio cultural, mostra-nos períodos de audácia, timidez, descoordenação, urgência, desinteresse ou apatia, que se sucedem ou são concomitantes com conflitos afetivos, crises religiosas nas quais pode oscilar do ateísmo anárquico ao misticismo fervoroso, intelectualizações e postulações filosóficas, ascetismo, condutas sexuais dirigidas para o heteroerotismo e até a homossexualidade ocasional. Tudo isto é o que chamamos de “síndrome normal da adolescência”.

  O adolescente tem que conviver com a superação de três lutos correspondentes às perdas do corpo infantil, da identidade da infância e da figura protetora dos pais e, a maior ou menor anormalidade desta síndrome normal dever-se-á, em grande parte, aos processos de identificação e de luto que tenha podido realizar o adolescente. Na medida em que tenha elaborado os lutos o adolescente verá seu mundo interno mais fortificado e, então, essa fase de “normal anormalidade” será menos conflitiva e, consequentemente, menos perturbadora.