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ID
2501038
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2017
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

A Argentina é, historicamente, uma prioridade para a política externa brasileira. Em seu estágio atual, as relações entre os dois países caracterizam-se pela busca da integração econômica e da cooperação política. A respeito da política externa Argentina, julgue (C ou E) o item que se segue.


As relações entre Brasil e Argentina, entre 1955 e 1964, caracterizaram-se pela crescente cordialidade, como o demonstram o apoio do presidente Arturo Frondizi à Operação Pan-Americana, proposta pelo presidente Juscelino Kubitschek, e o acordo de cooperação militar assinado entre os presidentes Frondizi e Jânio Quadros, no encontro de Uruguaiana, em 1961.


Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

    Não houve celebração de acordo de cooperação militar, na Declaração de Uruguaiana, em 1961, os Chefes de Estado assumiram os seguintes compromissos: a) orientação da política externa em função de sua condição sul-americana, da “essência ocidental e cristã” e das responsabilidades continentais; b) adesão aos princípios de democracia, liberdade e desenvolvimento; c) rejeição da interferência de potências alheias à América Latina, reafirmando os princípios de autodeterminação e soberania; d) ação coordenada e conjunta em defesa da estabilidade política e social do sistema interamericano, apoiando a Carta de Bogotá e a Aliança para o Progresso; e e) valorização dos produtos básicos no mercado mundial e o combate a práticas protecionistas.

  • Os argentinos eram fortes críticos à OPA e as relações entre os dois países no período mencionado pela assertiva eram péssimas... O Brasil por muito tempo foi percebido como um agente do subimperialismo estadunidense na América do Sul, sendo a Argentina o país mais vocal a esse respeito... As relações entre Brasil e Argentina só melhoram com os governos de Figuereido e Sarney, a partir da solução da crise Itaipu-Corpus, ponto fulcral de conflito geopolítico entre os dois países.

  • Gente, sempre que tiver algo sobre cooperação militar, duvide da questão. O Brasil não faz muito isso. Militarmente, nós estamos na frente de várias missões da ONU de paz. Mas, fora isso, nós não mexemos muito com isso não.

    (Se alguém quiser saber mais nas Missões de Paz da ONU, nada a ver com a questão, mas pro estudo:)

    Atualmente, participa com cerca de 1300 efetivos em oito operações de paz:

    MINURSO (Saara Ocidental)

    MINUSCA (República Centro-Africana)

    MINUSTAH (Haiti) - Site desatualizado, porque essa já acabou

    UNFICYP (Chipre)

    UNIFIL (Líbano)

    MONUSCO (República Democrática do Congo)

    UNISFA (Abyei)

    UNMISS (Sudão do Sul)

    http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/paz-e-seguranca-internacionais/4783-o-brasil-e-as-operacoes-de-paz

  • Obrigado, Isadora Mattos. Ótimo comentário.

    O comentário da Renata Lofrano está equivocado, pois Frondizi apoiou sim a OPA, sendo o erro da questão somente o acordo de cooperação militar com Jânio Quadros:

     

    "No Brasil, JK criou o Plano de Metas com o objetivo de acelerar a industrialização do país adotando o slogan “50 anos em 5”. Também lançou a OPA (Operação Pan-Americana) que visava angariar recursos norte-americanos para o desenvolvimento do país. Contudo, o argumento usado era o de que o atraso econômico era uma ameaça à segurança continental haja vista que o mundo vivia o contexto da Guerra Fria. Frondizi apoiou a iniciativa brasileira levando a uma maior cooperação entre os dois países o que possibilitou a criação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC). (BANDEIRA, 1987; BANDEIRA, 1995; VEGAS, 1995)."

     

    Fonte: http://www.eumed.net/libros-gratis/2008a/377/OPA%20e%20o%20Encontro%20da%20Uruguaiana.htm

  • Cuidado, Renata! É errado que "os argentinos eram fortes críticos à OPA". Pelo contrário, Frondizi foi simpático à proposta da OPA (isso, inclusive, já caiu em questões do IRBr de anos anteriores). Também é errado que as relações fossem "péssimas" nesse período (haja vista, por exemplo, os entendimentos do encontro de Uruguaiana). Não está correta a avaliação de que a Argentina visse o Brasil como "agente do subimperialismo estadunidense" nesse período, que é historicamente muito diverso, com diversos governos alinhados ou contrários ao alinhamento com os EUA tanto na Argentina quanto no Brasil. Por fim, é simplista atribuir apenas à questão do aproveitamento hidrelétrico o papel de "ponto fulcral de conflito geopolítico", que também envolvia as questões nuclear e econômico-comercial.

  • Segundo o diplomata Alessandro Warley Candeas, em seu artigo Relações Brasil-Argentina: uma análise dos avanços e recuos (Rev. Bras. Polít. Int. 48 (1): 178-213 - 2005), as relações entre Brasil e Argentina atravessaram várias fases. Elas indicam o caminho desde indo de uma instabilidade crônica até o estabelecimento de uma estabilidade estrutural, que possibilita a cooperação e, o momento de busca de integração.

    O espaço de tempo destacado na afirmativa (1955- 1964) enquadra-se em uma fase de instabilidade, na qual Candeas estabelece dois momentos: Um de instabilidade mas com busca de cooperação  e o  segundo, de instabilidade marcado pela rivalidade.

    Seguindo esta perspectiva de análise, a Operação Pan-Americana, estruturada durante o governo de Juscelino Kubitschek no Brasil e Arturo Frondizi na Argentina, pode ser entendida como uma “busca de cooperação" dentro de uma “fase de instabilidade".

    Em 8 de abril de 1958, Arturo Frondizi, , e Juscelino Kubitschek reuniram-se no Rio de Janeiro. Eles compartilhavam ideais de desenvolvimento e comuns propósitos de promovê-lo em clima político-democrático.
    A grande diferença entre outros acordos de cooperação da época era que a proposta OPA ( Operação Pan-Americana ) era de promoção do desenvolvimento . Não era um acordo militar-ideológico para o “combate ao comunismo" dentro da lógica da Guerra Fria.

    Partindo das ideias anteriormente expostas, há duas incorreções na afirmativa.
    Em primeiro lugar, o caminho para a cooperação e, quiçá, integração, entre Argentina e Brasil , não é linear. E, este momento de cooperação da OPA será seguido de um de rivalidade.

    Em segundo lugar, o acordo de Uruguaiana, assinado por Frondizi e Jânio Quadros em 1961 não visava estabelecer um acordo militar. Na verdade

    “Pelo documento, realçaram o desejo mútuo de ampliar os laços de amizade, sob o princípio da ação associada, voltada ao entendimento recíproco, com vista a objetivos concretos, assim como o firme desígnio de consolidarem os vínculos políticos, econômicos e culturais entre os dois Estados." (Paulo Sérgio da Silva,  As relações entre Brasil e Argentina: ensaio de coordenação política e cooperação estratégica, 1961-1964). Anais do II Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina) 
    Portanto, é possível concluir que a afirmativa está incorreta como um todo, apesar de apresentar partes corretas como a origem da OPA e a assinatura do acordo de Uruguaiana.

    RESPOSTA: ERRADO
  • Não houve celebração de acordo de cooperação militar, na Declaração de Uruguaiana, em 1961

    Errado

  • O ponto mais alto das relações bilaterais foi o encontro entre os presidentes Frondizi e Jânio Quadros na cidade fronteiriça de Uruguaiana, em abril de 1961, momento em que foram assinadas a Convenção de Amizade e Consulta e a Declaração de Uruguaiana, que previam estreitamento dos laços bilaterais nos campos econômico, financeiro, judiciário e cultural. Nos documentos mencionados, não houve referência à cooperação militar, lembrando que as Forças Armadas em ambos os países desempenhavam, à época, forte papel de tutela política.

    Como passar concursos diplomacia e chancelaria (p. 405). Editora Foco.

  • BRASIL E ARGENTINA CORDIAL??? KKKK, Nem aqui nem na China, Los Hermanos sempre foram nossos rivais.
  • O encontro de Uruguaiana, de 1961, não estabelece um acordo de cooperação militar. Na ocasião, Jânio Quadros e Frondizi assinam o Convênio de Amizade e Consulta, pelo qual se estabelece sistema de troca de informações.