SóProvas


ID
2501059
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2017
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Considerando o cenário das relações internacionais nos países do Oriente Médio contemporâneo, julgue (C ou E) o próximo item.


A questão palestina e a relação de forças entre os atores em conflito nessa região não foram significativamente afetadas pelas transformações decorrentes da Primavera Árabe.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

    A chamada Primavera Árabe, para o povo palestino, teve o efeito de desviar a atenção de sua luta e diminuir a possibilidade de apoio de outros países árabes.

  • Errado.

    https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/primavera-arabe-resumo/

  • Daniel, se "apenas" desviou a atenção e diminuiu apoio, não seria correto afirmar que as relações não foram alteradas significativamente?

  • A chamada Primavera Árabe, para o povo palestino, teve o efeito de desviar a atenção de sua luta e diminuir a possibilidade de apoio de outros países árabes os movimentos palestinianos Hamas e Fatah chegaram acordo para a reconciliação política. ''Um dos fatores mais importantes foi a revolução no Egito que derrubou o presidente Hosni Mubarak - seu governo temia a influência do Hamas na região, mas o novo governo egípcio adotou uma postura menos hostil em relação ao grupo islâmico. Após o anúncio da reconciliação entre Fatah e Hamas, o Egito pediu que os EUA reconheçam um Estado palestino, por exemplo.''

  • Para além da questão palestina, houve um monte de mudança significativa na relação de forças entre os Estados do Oriente Médio! Com o caos na Síria e a fragilização do Egito (sem contar a fraqueza política do Iraque ocupado há anos!), o Irã ganhou ainda mais protagonismo regional. Muitos analistas dizem que esse país foi o que saiu mais fortalecido da turbulência. Ao mesmo tempo, as potências ocidentais perderam influência sobre a região. A Arábia Saudita, grande antagonista do Irã no Oriente Médio (além de Israel), tem sido questionada pelo envolvimento na guerra no Iêmen, em que ela é incapaz de ganhar um grupo insurgente muito menos armado e estruturado do que ela. Isso sem entrar nos apoios aos grupos terroristas ou às milícias que se enfrentam nos diversos países (fazendo aliados em um lugar serem oponentes em outro). E ainda tem os Curdos, que ganharam força nos combates ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque, e que estão dando calafrios na Turquia... e por aí vai!  

  • Viagei nessa questão. o termo significativamente afetadas tem de ser visto comparativamente aos efeitos gerais da primavera arabe. Lugares onde o efeito foi significativo foram libia, egito e siria, por exemplo. Na questão palestina ao que parece os efeitos foram bem segundários. Alguem pode ajudar com mais esclarecimentos? TKS!

  • Na moral, li e reli os comentários da questão. Pra mim a geopolítica da Palestina continua a mesma merda, inclusive foi Trump que está mudando ainda mais a balança de poder para Israel, reconhecendo Jerusalem como capital de Israel. Pra mim questão Certa.  Por favor, contribuam

  • Eu acertei e o meu raciocínio foi um caráter macro, espero que os ajudem:

    1º Entender que o item fala sobre RELAÇÃO DE FORÇAS

    Antes da primavera árabe havia a presença de grupos armados- terroristas, separatistas e rebeldes- de uma forma mais dissipada, menos integrada.

    Após a primavera árabe, que perdura há 7 anos houve a coesão desses grupos, principalmente o fortalecimento das ideologias e, apesar das diferenças, todos lutam pelo islã. Na prática, Israel morre de medo sim dos Palestinos começarem a ter o suporte desses grupos. Já que Israel é o "braço ocidental".

    Arábia Saudita e Irá, por exemplo, se odeiam, mas a opinião deles- no aspecto religioso e político da Palestina é convergente. Ou seja, A RELAÇÃO DE FORÇAS, foram sim significativamente modificadas

     

  • A questão palestina costumava ser considerada a mãe de todas as crises no Oriente Médio. Mas agora, com a região fervendo, os palestinos parecem ter virado um problema secundário. Refugiados, amontoados, submetidos à ocupação militar e quase esquecidos, a morte do processo de paz com Israel coloca o povo palestino em uma situação difícil. Com todas as outras opções fechadas, a violência aparece como o único resultado possível.

    Leia mais: https://oglobo.globo.com/mundo/em-meio-primavera-arabe-palestinos-sao-esquecidos-4376628#ixzz57OZU4ysq 
    stest 

  • Questão compliada mesmo. Tipo de questão que aceita, na minha opinião, as duas respostas. 

     

    Muito subjetivo saber o que é significativo nesse contexto político.

  • A questão palestina e a relação de forças entre os atores em conflito nessa região não foram significativamente afetadas pelas transformações decorrentes da Primavera Árabe.

    Essa questão está claramente errada.

    A relação de forças no Oriente Médio se alterou e muito!

    Você não pode limitar seu pensamento apenas à Israel e Palestina, uma vez que a questão Palestina envolve VÁRIOS atores ao redor.

    Por exemplo, a Primavera Árabe foi uma das causas da Guerra da Síria. A guerra da Síria fez com que milhares de sírios fugissem para o Líbano. O Líbano é um dos maiores receptores de palestinos do mundo. Além disso, apesar de a Primavera Árabe não ter atingido diretamente o Líbano (graças à Revolução dos Cedros, de 2005), ela desmoralizou a região, fazendo cair a expectativa econômica. Isso fez com que o Líbano não fosse mais o melhor destino para os palestinos. .

  • Parabéns à colega Isadora Felix pela brilhante explicação sobre a questão envolvendo a Primavera Árabe

  • Relações internacionais no Oriente Médio é tema complexo desde o início do século XX e que vai tornando-se cada vez mais enredado com o decorrer de décadas não reduzindo sua interminável capacidade de produzir novos atores, conflitos e cenários no século XXI. A questão palestina possivelmente é o tema mais recorrente dentre os que ocorrem na região e deve ser compreendida desde seu viés histórico até suas inter-relações como no caso aqui.

    Análise do item:

    O conjunto de revoltas conhecido como Primavera Árabe promoveu profundas modificações numa extensa zona que se vai do Magrebe no Norte da África até o Oriente Médio de fato. Com a questão palestina a influência relaciona-se com um aumento do aparato militar israelense prevenindo-se de possíveis atos violentos por parte de manifestantes, no cenário doméstico ocorreu profundo descontentamento da população ao perceber que a grande onda de protestos não produziu os efeitos desejados em diversos países e que dificilmente modificaria sua realidade com ações semelhantes e no cenário internacional ocorreu uma mudança de foco da mídia internacional que passou a abordar mais outras áreas afetadas como o vizinho Egito ou áreas em guerra como a Síria e Líbia. ITEM ERRADO.  


    Considerações finais:

    A primavera Árabe é processo passado mas seus efeitos ainda podem ser observados como a continuação das hostilidades na Síria, Líbia e Iêmen enquanto que a questão palestina está longe de ser resolvida com a rejeição de mais um recente acordo proposto por norte americanos para a partilha dos territórios com Israel e a pacificação da região. 
     
    Gabarito: Errado.
  • Errado

    Não é possível ignorarmos os efeitos diretos e indiretos dos ocorridos no mundo árabe (notadamente no Egito e na Síria) sobre os palestinos.

    Em primeiro lugar, houve protestos na Cisjordânia e em Gaza em 2011-2012 diretamente ligados à onda de manifestações no entorno. Eles reduziram a legitimidade tanto do Hamas quanto do Fatah e levaram à adoção de estratégias de sobrevivência política: no primeiro caso, o aumento de atentados terroristas com mísseis (que levou à Operação Pillar of Defense, em 2012, e à Operação Protective Edge, em 2014); no segundo caso, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, intensificou a campanha pelo reconhecimento do país nas Nações Unidas.

    Em segundo lugar, com o aprofundamento da guerra civil na Síria, o Hamas perdeu apoio do regime de Assad, com quem rompeu completamente. Embora o governo egípcio tenha ensaiado uma aproximação do Hamas sob Mohammed Morsi, entre 2012 e 2013, a situação de Gaza é de crescente isolamento político.

    Em terceiro lugar, o crescente sectarismo no Oriente Médio tem reorganizado a dinâmica política do conflito israelo-palestino, no qual lealdades nacionais (palestinas e israelenses) têm perdido espaço para lealdades religiosas, sobretudo no contexto do recrudescimento do extremismo religioso islâmico e judaico na região.

    Por fim, a crescente influência geopolítica do Irã sobre o Oriente Médio, notadamente por meio das alianças sectárias com grupos armados, dentre os quais o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza, também afetou a correlação de forças do conflito israelo-palestino.

    Como passar concursos diplomacia e chancelaria (p. 498). Editora Foco.