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Gabarito preliminar do Cespe: ERRADO.
Discordo do gabarito.
Durante o Primeiro Reinado a grande elite agrária (barões da cana) do Brasil era concentrada no Nordeste. Mas, nessa mesma época, o café começava a ser introduzido na Baixada Fluminense e no Vale do Paraíba, e começou a fazer um rápido sucesso, no séc XIX. Com o fim da era do ouro brasileiro, os pioneiros do café perceberam que era um investimento altamente rentável, pois as terras da região eram muito baratas (por vezes gratuitas), a mão de obra era escrava e, após ser plantada, o cafezal era produtivo por vinte anos. O mercado consumidor internacional também era próspero, e a venda de café era quase certa. Assim, em alguns anos uma nova elite começou a surgir no sudeste brasileiro. A elite cafeeira, em pouco tempo, se tornava mais poderosa e mais rica do que a elite nordestina. O desenvolvimento do comércio internacional baseado na exportação do café deveu-se a fatores externos e internos.
Internamente, o que mais favoreceu o crescimento econômico foi a solução do problema da mão-de-obra através da imigração europeia; a expansão do crédito, através de uma reforma bancária, a qual forneceu recursos para a formação de novas lavouras cafeeiras; e a expansão das redes ferroviárias em São Paulo, as quais reduziram o custo de transporte para os proprietários das novas lavouras, localizadas no interior paulista.
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A mão-de-obra imigrante vai passar a ser utilizada na produção do café no Oeste Paulista. Enquanto ela se concentrava na Baixada Fluminense e no Vale do Paraíba, a mão-de-obra escrava predominava.
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Daniel Gonaçlaves,
Acho que o erro está na causa e consequência, ou seja, quando a questão afirma que o rápido desenvolvimento da lavoura cafeeira no Vale do Paraíba tornou viável a utilização de mão de obra de imigrantes europeus nesse trabalho
Nos primórdios da cafeicultura (Vale do Paraíba), a mão-de-obra continuava sendo a escrava, já que as lavouras de café nesse momento ainda não haviam substituído a mão-de-obra escrava por trabalhadores livres e/ou assalariados. Isto só viria ocorrer de forma paulatina. Estruturada a princípio na grande propriedade agroexportadora e na mão-de-obra escrava, a economia cafeeira, a partir da segunda metade do século XIX, passou a adotar progressivamente o trabalho livre. O tráfico negreiro foi extinto em 1850, e a expansão da lavoura cafeeira no Oeste Paulista aumentava a necessidade de mão-de-obra. Com o objetivo de atrair imigrantes para o Brasil, o governo lançou campanhas na Europa.
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A lavoura cafeeira do Vale do Paraíba se desenvolveu acentuadadamente após a implementação das ferrovias na região, em meados dos anos 1880, e como o trafico negreiro já tina sido abolido desde 1850, tornava-se cada vez mais custosa a aquisição e manutenção da mão-de-obra escrava, dessa forma fazendo com que a demanda por mão-de-obra migrante e imigrante aumentasse.
Não entendi a razão do gabarito estar errado...
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O erro da questão está em dizer que a mão-de-obra europeia foi usada no Vale do Paraíba, quando na verdade ela foi utilizada de forma viável no Oeste Paulista, já em um segundo momento. As terras do Vale, até por estarem produzindo desde antes da proibição definitiva do tráfico negreiro (1850), foram trabalhadas por escravos, e dentro de poucas décadas tornaram-se relativamente decadentes.
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É bom lembrar que, independente de algumas poucas e, na maioria delas, fracassadas tentativas de introdução de imigrantes nos cafezais do Vale, o fazendeiro da região, em geral, era refratário a isso e tinha cristalizado a convicção, também altamente conservadora, de que café se plantava com escravos. Ao contrário, no “Oeste” paulista, em um primeiro momento concomitantemente a utilização de escravos, foi sendo introduzida na lavoura a mão-de-obra livre de imigrantes, em especial italianos.
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A base da economia do Período Regencial era o café e, para preservá-la, os regressistas, que defendiam o regime de produção latifundiário-escravista, criticavam a política do governo baseada nos princípios do liberalismo econômico. Opunham-se, dessa forma, aos tratados comerciais livre-cambistas, propondo sua substituição por tarifas alfandegárias mais elevadas, de acordo com os princípios protecionistas. Adotavam, assim, uma posição de enfrentamento à política inglesa de repressão ao tráfico negreiro intercontinental. Essa postura está ligada ao desenvolvimento da cultura cafeeira no país, uma vez que os cafezais estavam se espalhando rapidamente pelo Vale do Paraíba, fazendo a fortuna de fazendeiros e comissários de café e enriquecendo os cofres do Tesouro Imperial.
Esses fazendeiros eram aqueles novos colonos – e seus descendentes – que, com a vinda da família real para o Brasil, tinham se instalado nas proximidades da corte, onde ganharam sesmarias de D. João.
http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/brasil-monarquico/91-per%C3%ADodo-regencial/8941-a-%C3%A1frica-civiliza-,-a-pol%C3%ADtica-saquarema,-a-escravid%C3%A3o-e-a-expans%C3%A3o-cafeeira-no-vale-do-para%C3%ADba
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Gabarito: ERRADO.
"Muito paulatinamente, a partir de a Lei do Ventre Livre (1871), os proprietários do Oeste Paulista, e não do Vale do Paraíba, passaram a encorajar o adensamento da entrada de mão de obra livre europeia, embora se valeram do cativeiro até as vésperas da Proclamação da República.
Na bacia do Paraíba, os cafezais tinham frequentemente mais de trinta anos de idade, o que significava menores possibilidades de produção, fator agravado pela erosão do solo. O capital empatado no escravo era, sobretudo, uma garantia de empréstimos para renovar a já euxarida produção. Não restava, portanto, disponibilidade para arcar com os custos de entrada de mão de obra imigrante.
O cenário do Oeste Paulista era distinto. Caracterizava-se por maior disponibilidade e fertilidade de terras do que as regiões cafeicultoras mais antigas. Por ser região de fronteira agrícola, o preço da terra era mais baixo, o que, malgrado alguma especulação fundiária, incidia favoravelmente na inserção global do café paulista. Acumulavam-se lucros, empregados no financiamento de imigrantes."
Livro: 1.600 Questões Comentadas
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Errada. Bóris Fausto, História do Brasil, EDUSP, 2013, p. 173: "A área cafeeira do Vale do Paraíba nasceu mais cedo, tendo como horizonte o sistema escravista. Só quando ela chegou ao apogeu, veio a extinção do tráfico. Na medida em que a produtividade declinava, a dificuldade de encontrar uma alternativa para o problema da mão de obra tornou-se maior e não foi conseguida. Formaram-se assim duas classes regionais com destino diverso. Os fzendeiros do vale sustentaram a Monarquia e dela foram se separando quando se aprovaram medidas tendentes a abolir gradualmente a escravatura. Esse processo de afastamento completou-se com a Abolição, em 1888, mas já aí os barões do vale nã tinham grande peso social e político."
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ERRADO.
Enquanto no período da independência o número de escravos era aproximadamente o mesmo no Nordeste e na região cafeeira, o total de escravos nesta última já era 75% mais elevado em relação ao Nordeste em 1872, e cerca de 133% mais elevado em 1886-87.
O que tornou viável de fato a utilização de mão-de-obra imigrante estrangeira na lavoura cafeeira do vale do Paraíba foi a autorização, por parte da Assembleia provincial de São Paulo, no início de 1884, do pagamento do custo integral das passagens do imigrante, favorecendo definitivamente a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre europeu.
Alguns números; o governo da província despendeu, no início da década de 1880, algo em torno de 50 contos por ano com imigração. No final da década, o gasto anual já ultrapassava 1000 contos.
Costa (1966)
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O importante aqui é saber as diferenças entre a produção do Vale do Paraíba x Oeste Paulista.
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Vale do Paraíba: técnicas rudimentares, planteis de escravos e esgotamentos de terras.
Oeste Paulista: clima e solo favoráveis, novas técnicas, ferrovias e mão de obra livre.
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Vale do Paraíba: Mão de obra escrava.
Oeste Paulista: Mão de obra livre assalariada.
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Vale do Paraíba: Mão de obra escrava.
Oeste Paulista: Com a Lei Euzébio de Queiroz, passou a ter mão de obra livre e assalariada.