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ID
2501392
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Sabendo que o Segundo Reinado se caracterizou por uma política externa ativa, sujeita a vários desafios, como os referentes à definição de fronteiras e às relações com os países vizinhos republicanos e com as grandes potências, julgue (C ou E) o seguinte item.


O contexto da negociação da fronteira entre Brasil e Uruguai, em meados da década de 50 do século XIX, caracterizou-se pela presença em território uruguaio de tropas do Exército Imperial brasileiro, cujos objetivos incluíam, ainda, a contenção da política expansionista de Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

    A Guerra do Prata, também conhecida como Guerra contra Oribe e Rosas, foi um episódio numa longa disputa entre Argentina, Uruguai e Brasil pela influência do Paraguai e hegemonia na região do Rio da Prata. A guerra foi travada no Uruguai, Rio da Prata e nordeste argentino de agosto de 1851 a fevereiro de 1852, entre as forças da Confederação Argentina e as forças da aliança formada pelo Império do Brasil, Uruguai e províncias rebeldes argentinas de Entre Rios e Corrientes.

    A ascensão de Juan Manuel de Rosas como ditador argentino e a guerra civil no Uruguai após sua independência do Brasil geraram instabilidade na região do Prata, devido ao desejo argentino de ter Uruguai e Paraguai em sua esfera de influência, e posteriormente recriar o antigo Vice-reinado do Prata. Esses objetivos eram contrários à soberania brasileira, uma vez que o antigo vice-reinado era formado por terras pertencentes à província do Rio Grande do Sul, e aos interesses brasileiros de influência na região, que já haviam gerado a Guerra da Cisplatina e instigariam ainda outras duas guerras.

    A Guerra do Prata terminou com a vitória aliada na Batalha de Monte Caseros em 1852, estabelecendo a hegemonia brasileira na região do Prata e gerando estabilidade política e econômica no Império do Brasil. Porém, a instabilidade nos outros países da região permaneceria, com as disputas internas entre partidos no Uruguai e uma guerra civil na Argentina pós-Rosas. Este conflito faz parte das chamadas Questões Platinas na História das Relações Internacionais do Brasil e como parte integrante da Guerra Grande nos países hispanófonos.

  • O erro é afirmar que havia negociações fronteiriças entre Brasil e Uruguai na década de 1850. As fronteiras estavam decididas desde 1828, ao fim da Guerra da Cisplatina. O Brasil não tinha questões fronteiriças com os uruguaios durante a Guerra contra Oribe e Rosas, o interesse era derrubar o caudilho argentino e assegurar um Uruguai sob esfera de influência do Império brasileiro.

  • Quando o Brasil negociou limites com o Uruguai, o governo já estava nas mãos dos Colorados (Rivera), e Rosas havia sido derrotado. Não havia, pois, motivos para negociar um tratado sob ocupação militar. 
    Segundo Doratioto:
    "A derrota de Rosas permitiu à diplomacia imperial alcançar importantes objetivos no Rio da Prata. O governo do Uruguai, dependente financeira e politicamente do Império, assinou um tratado que definiu limites nos termos desejados pelo Rio de Janeiro, bem como assinou outros acordos que tornaram o Estado Oriental dependente do Brasil.
     " História das Relações Internacionais do Brasil

     

  • Errado.

     

    O único erro da afirmativa está em meados da década de 50. O tratado é de 12 de outubro de 1851, 4 dias depois do fim da guerra civil no Uruguai (Guerra Grande), ou seja, as tropas brasileiras ainda estavam em território uruguaio. Ainda era necessário derrotar Rosas, o que só ocorreu em 3 de fevereiro de 1852, ano seguinte, na batalha de Monte Caseros. 

     

    "El 12 de octubre se firman los cinco tratados entre el gobierno brasilero y el de "la Defensa", con motivo del apoyo brindado por el Brasil.

    Tratado de límites: se establecía como límite norte el río Cuareim, lo que significaba la renuncia definitiva a los territorios de las Misiones Orientales.

    Tratado de "perpetua alianza": del Brasil al gobierno legal (es decir, colorado). Consagrándole al Brasil derecho de intervención en los asuntos internos. Objetivo: resguardar a independência do Uruguai frente a Argentina. 

    Tratado de extradición: Uruguay debía devolver a los esclavos brasileros fugados.

    Tratado de socorro: Brasil daba un subsidio y tomaba como garantía las rentas uruguayas, especialmente las aduaneras.

    Tratado de comercio y navegación: daba la libre navegación a Brasil del río Uruguay. El Estado debía abolir los impuestos aduaneros para todas las exportaciones de ganado en pie.

    Finalizado el conflicto en el Uruguay, la coalición atacó directamente a Rosas. El 3 de febrero de 1852 se libró la Batalla de Caseros"

     

    https://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_Grande#La_ca%C3%ADda_de_Oribe_y_la_llegada_al_poder_de_Rivera

  • Gabarito: Errado

    ...cujos objetivos incluíam, ainda, a contenção da política expansionista de Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina.

    Segundo Doratioto:
    "A derrota de Rosas permitiu à diplomacia imperial alcançar importantes objetivos no Rio da Prata. O governo do Uruguai, dependente financeira e politicamente do Império, assinou um tratado que definiu limites nos termos desejados pelo Rio de Janeiro, bem como assinou outros acordos que tornaram o Estado Oriental dependente do Brasil.
     " História das Relações Internacionais do Brasil

  • Na verdade, o erro consta em afirmar que houve a presença de tropas no território uruguaio quando da negociação dos tratados de fronteiras. Em verdade, o Marquês do Paraná, não acompanhado de tropas brasileiras, foi até o Uruguai e assinou os respectivos tratados ensejando a hegemonia brasileira no Prata. A ocupação de tropas brasileiras em territótio uruguaio se dá em outro contexto. 

  • Gabarito: ERRADO

    "Em meados da década de 1850, Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina, já havia sido derrotado, especificamente, na Batalha de Monte Caseros (3 de fevereiro de 1852). A derrota de Rosas permitiu à diplomacia imperial alcançar importantes objetivos no Rio do Prata. O governo do Uruguai, notadamente, dependente financeira e politicamente do Império, assinou um tratado que definiu limites nos termos desejados pelo Rio de Janeiro, bem como assinou outros acordos que tornaram o Estado Oriental dependente do Brasil."

     

    Livro: 1.600 Questões Comentadas

  • Analisando o História das Relações Internacionais do Brasil, do Doratioto e do Vidigal, penso que o erro da questão é sugerir que um dos propósitos das tropas do Brasil que estavam no Uruguai era o de usar a força para conseguir a assinatura de um tratado de fronteiras.

    Os fatos sobre a questão são:

    História das Relações Internacionais do Brasil, do Doratioto e do Vidigal:

    FATO: O TRATADO DE LIMITES ENTRE BRASIL E URUGUAI DE 1828 ERA PROVISÓRIO: p. 24 "Em 1851, Brasil e Uruguai ainda não tinham, de fato, um tratado de limites, como mostram Doratioto e Vidigal: "A situação mais delicada que o chanceler Soares de Souza tinha de cuidar no Rio da Prata era a do Uruguai, dado o caráter provisório do Tratado de 1828, que ainda não fora substituído por um definitivo, o que ampliava as suspeitas sobre as intenções de Rosas quanto ao estado oriental, além de manter indefinidos os limites entre essa república e o Império".

    FATO: HAVIA TROPAS DO BRASIL NO URUGUAI, MAS O PROPÓSITO DELAS ERA O DE CONTER O ROSAS (E NÃO, penso eu, DE NEGOCIAR FRONTEIRAS) Em 21 de setembro de 1851, o Império, o governo uruguaio e as províncias de Entre Rios e Corrientes assinam o tratado de aliança contra Rosas. (...) O exército de Urquiza era composto de cerca de 20 000 homens, enquanto os uruguaios somavam 1800 e os brasileiros, 4020".

    A NEGOCIAÇÃO DE FRONTEIRAS OCORREU MAIS COMO RESULTADO DO BALANÇO DE PODER NA REGIÃO p. 26: "A derrota de rosas permitiu à diplomacia imperial alcançar importantes objetivos no Rio da Prata. O governo do Uruguai, dependente financeira e politicamente do Império, assinou um tratado que definiu limites nos termos desejados pelo Rio de Janeiro...".

     

  • Não houve presença de tropas. Pelo Tratado de 1851, o Uruguai renunciava aos territórios ao Norte do rio Quaraí e ao direito de navegação da Lagoa Mirim, no rio Jaguarão, fronteira natural com o Império.

  • CUIDADO!!!! O único comentário certo é o de Matheus Luna. - Havia SIM tropas do Brasil no Uruguai. - Foi assinado SIM um tratado de limites em 1851 com o Uruguai (Rio Jaguarão e Lagoa Mirim sob domínio brasileiro, denotando a assimetria nas negociações, já que a prática internacional é a divisão pelo talvegue e condomínio da navegação). - O objetivo da intervenção era SIM conter Rosas. Isso só foi possível pelo fim do imobilismo da PEB (termo de Ricupero), em razão da Lei Euzebio de Queiroz (1850), que libera a Armada Brasileira - antes concentrada na Corte, a fim de conter a atuação britânica contra o tráfico (constantes incursões em águas territoriais). O ERRO ESTÁ NA PALAVRA “MEADOS”, PORQUE O TRATADO É DE 1851, ISTO É, INÍCIO DA DÉCADA DE 1850!!! É bizarro? Sim! Mas a questão é do Concurso do IRB, então é bizarro mesmo. Parem de comentar coisas aleatórias, vocês confundem os colegas e fazem a gente perder tempo.
  • Erro- não havia tropas com o objetivo de definir fronteiras

  • "O contexto da negociação da fronteira entre Brasil e Uruguai, em meados da década de 50 do século XIX, caracterizou-se pela presença em território uruguaio de tropas do Exército Imperial brasileiro, cujos objetivos incluíam, ainda, a contenção da política expansionista de Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina." ERRADO

  • O tratado é assinado em 1851, não em meados da década de 1850.

    "Em meados da década de 1850, Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina, já havia sido derrotado, especificamente, na Batalha de Monte Caseros (3 de fevereiro de 1852)." Logo, não há como a presença em território uruguaio nesse período ter como objetivo a contenção de Rosas.

    Fonte:1.6000 Questões Comentadas - Concursos de Diplomacia e Chancelaria

  • Atenção, só o comentário da Pam Concurseira e do Mateus estão corretos. Essa também é a explicação do professor Luigi Bonafé!

  • De fato, parece a questão da palavra "meados" ser o maior problema, por incrível que pareça.

    Sobre a contenção de Rosas - Doratioto/Vidigal, em "História das Relações Internacionais do Brasil", fala em "suspeitas sobre as intenções de Rosas quanto ao Estado Oriental". Isso demonstra um temor imperialista de Rosas em direção ao Uruguai (p.24). Cervo/Bueno, em "História da Política Exterior do Brasil" também mencionam que "na avaliação brasileira, Rosas saíra tão fortalecido do confronto com os europeus que não hesitaria em levar adiante seu expansionismo regional." Por fim, Synesio Sampaio, em "Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas" diz que "como se acreditava que Rosas pretendia invadir Montevidéu, e, depois, quem sabe, atacar o Rio Grande do Sul, o Brasil intensificou seu apoio ao Governo uruguaio(...).

    Sobre a presença de tropas imperiais brasileiras no Uruguai - De fato, tropas brasileiras e de Entre Ríos (Urquiza) uniram-se na guerra civil uruguaia entre colorados (Rivera) e blancos (Oribe, apoiado por Rosas). Ricupero, em "A Diplomacia na Construção do Brasil), diz que o Uruguai havia-se tornado um "semiprotetorado" brasileiro. Apesar de o tratado de fronteira de 1851 ter sido assinado no Rio de Janeiro, pelo simples fato de o Brasil continuar em guerra contra Rosas até 1852 me parece apontar para o fato de tropas brasileiras continuarem, ainda que residualmente, em território uruguaio. Se algum colega tiver alguma indicação na bibliografia mais explícita, agradeço.

  • Questão: Errada!

    O erro está em ´´meados da década 50´´ o correto é na década 51.

    PMAL 2021

  • então o comentário da professora está errado