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ERRADO.
O tesouro real indicou um gasto de 614 mil contos de réis na Guerra do Paraguai, provindos das seguintes fontes:
Empréstimo Estrangeiro: 49 (em milhares de contos de Réis)
Empréstimo Interno: 27
Emissão de dinheiro: 102
Emissão de títulos: 171
Imposto: 265
O conflito custou, pois, ao Brasil, quase onze anos do orçamento público anual, em valores de pré-guerra, o que permite compreender melhor o persistente "déficit" público nas décadas de 1870 e 1880. Também chama a atenção, nos números sobre as fontes dos recursos gastos na luta, a participação proporcionalmente pequena de empréstimos externos.
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Obrigado, Daniel, ótimo comentário!
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O Brasil saiu da Guerra do Paraguai em péssima situação financeira, cumprindo‑se infelizmente o terrível vaticínio de Mauá, ainda em 1860: como ele bem profetizara ao ministro plenipotenciário do Uruguai no Rio de Janeiro, a “maldita guerra” seria a “ruína do vencedor e a destruição do vencido”. As principais fontes de financiamento do governo para o excesso de despesas eram a emissão de moeda, os empréstimos internos e os empréstimos externos de mais longo prazo. A maior parte dos déficits foram cobertos dentro do próprio país, seja pela emissão de papel‑moeda, seja, prioritariamente, pela emissão de títulos públicos (geralmente obrigações a 6% ao ano).
Paulo Roberto de Almeida
Formação da diplomacia econômica no Brasil, p. 304
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ERRADO
É verdade que o banco Rothschilds, agente exclusivos junto ao governo brasileiro, emitiu para o Brasil, na década de 1850, cinco empréstimos que iam de meio milhão a dois milhões de libras; dois empréstimos em 1863, que totalizavam 3,8 milhões de libras; e um de sete milhões de libras em 1865 – este último muito provavelmente para financiar a guerra com o Paraguai. Porém, segundo o historiador econômico argentino Carlos Marichal, os empréstimos estrangeiros, principalmente britânicos, representaram apenas 15% e 20% do total dos gastos incorridos pelo Brasil e pela Argentina, respectivamente, na Guerra do Paraguai. Ou seja, houve empréstimo e alto por parte da instituição financeira inglesa, porém os gastos do império brasileiro foram muito maiores, não sendo aquela a principal responsável por suportar financeiramente a guerra.
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Gabarito: ERRADO
"A maior parte dos recursos para financiar a participação brasileira na Guerra do Paraguai adveio do orçamento imperial, que, tão somente após o término conflito, teve de recorrer a empréstimos internacionais, especialmente dos bancos britânicos."
Livro: 1.600 Questões Comentadas
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Os gastos foram do Império Português, que após a guerra prejudicou bastante sua economia.
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Esse empréstimo foi feito pelo ESTODOS ÚNIDOS DA AMRERICA, NA ERA VARGAS.
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A Guerra do Paraguai, entre os aliados Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai, trouxe consequências desastrosas não apenas para o Paraguai - por ter sido o perdedor – mas também para os Aliados, entre eles o Brasil.
Por um lado foram incorporados ao Mato Grosso territórios que antes pertenciam ao Paraguai e, pela assinatura do Tratado de Loizaga - Cotegipe, a 9 de janeiro de 1872, o Brasil obteve liberdade de navegação no rio Paraguai. No entanto, a guerra custou caro.
Registros apresentados por Francisco Doratioto, na obra Maldita Guerra, de 2002, demonstram que os gastos alcançaram milhares de réis – moeda da época .
A questão que se coloca é: quem financiou a guerra?
Normalmente, por conta dos benefícios indiretos obtidos pela Inglaterra com o comércio de insumos para a guerra , tanto para os aliados quanto para o Paraguai, entendia-se que ela teria, na verdade, financiado a guerra. Aliás, durante bastante tempo a historiografia entendeu que a guerra teria acontecido, acima de tudo, por conta de interesses da grande potência do século XIX – a Grã-Bretanha. Não eram devidamente levados tomados em consideração os interesses dos países envolvidos. A potência europeia teria forçado os aliados à guerra, o que na verdade não tem evidência documental.
O financiamento da guerra , no caso do Brasil , teve fontes variadas apresentadas de acordo com a ordem de importância: impostos, emissão de títulos públicos, emissão de papel moeda, empréstimos domésticos e , em último lugar, empréstimos estrangeiros. Fato é que empréstimos externos não eram, à época, grandes fontes de recursos para os Estados.
Por conta dos gastos o déficit nas contas do Estado brasileiro, entre 1870 e 1880 foi significativo.
A crise econômica se estabelece após a guerra por conta não só dos gastos com a guerra em si mas, também, pela necessidade de indenização de proprietários que haviam enviado escravos para a frente de batalha . Ademais, há falta de mão de obra escrava em muitas fazendas por conta da alforria pós guerra, mortes e fugas estimuladas pelo crescente movimento abolicionista.
Pelo acima exposto percebe-se que a afirmativa apresentada é incorreta. É importante , para uma análise mais acurada da Guerra do Paraguai o trabalho de Francisco Doratioto, acima destacado.
Gabarito do Professor: ERRADO.