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ID
2501542
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

      No século XIX existiu na Europa um dinamismo que excedia tudo o que se conhecia até então. O poder da Europa vibrava como nunca: poder técnico, poder econômico, poder cultural, poder intercontinental. De fato, os europeus foram levados a se sentir não só poderosos, mas também superiores. Impressionaram-se infinitamente com as invulgares ‘forças’ que os circundavam. Viam novas forças físicas, desde a corrente elétrica à dinamite; novas forças demográficas que acompanhavam um aumento populacional sem precedentes; novas forças sociais que trouxeram ‘as massas’ para o centro do interesse público; novas forças comerciais e industriais que resultaram de uma expansão sem paralelo dos mercados e da tecnologia.

Norman Davies. Europe – a history. London: Pimlico, 1997, p. 759 (traduzido e adaptado).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, julgue (C ou E) o item a seguir.


Uma especificidade da colonização do Congo pela Bélgica foi o fato de o território africano ser considerado propriedade do rei Leopoldo II, e não do Estado belga.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: CORRETO

    O regime da colônia africana de Leopoldo II, o Estado Livre do Congo, tornou-se um dos escândalos internacionais mais infames da virada do século XIX para o século XX. O relatório de 1904, escrito pelo cônsul britânico Roger Casement, levou à prisão e à punição de oficiais brancos que tinham sido responsáveis por matanças a sangue frio durante uma expedição de coleta de borracha em 1903 (incluindo um indivíduo belga que matou a tiros pelo menos 122 congoleses).

    O Estado Livre do Congo incluiu uma área inteira hoje conhecida por República Democrática do Congo. Amigo de Henry Morton Stanley, o rei pediu a ele que o ajudasse a dar entrada à petição do território. Leopoldo administrou-o como sua possessão privada, considerando-se um empresário astuto e tendo passado uma semana em Sevilha para estudar os registros espanhóis de seu comércio com suas colônias da América Latina.

     

  • Correto. No entanto, no auge do imperialismo do Velho Continente na África, um monarca belga tocou o terror em suas colônias, especialmente no Congo. O nome desse cara do mal era Leopoldo II. Na verdade, mais do que uma colônia belga, o Congo se transformou em propriedade pessoal do rei, e toda a riqueza e os lucros obtidos com a exploração e comercialização dos recursos locais iam para os cofres de Leopoldo.

  • A Alemanha, França, Portugal e Grã Bretanha foram as potências europeias que mais ocuparam regiões do continente africano. Os alemães possuíam cerca de seis territórios; os portugueses dois. Já os franceses dominaram áreas tão extensas que agruparam os territórios em África Ocidental Francesa e África Equatorial Francesa, além dos territórios de Madagascar e Comores. As colônias inglesas atravessavam todo o continente e ocupavam terras do norte do Egito até a África do Sul.

     A explicação para esta ocupação se deu na grande motivação das potências econômicas do século XIX da Europa para a Partilha da África que estava diretamente relacionada com a Segunda Revolução Industrial. A tecnologia se desenvolveu e assim ampliou-se a necessidade de mais matérias primas, mais transportes para o escoamento da produção e mais mercado consumidor. Ou seja, para a manutenção do status econômico e tecnológico alcançado era preciso expandir as fronteiras do território e ampliar as relações comerciais e produtivas.

    As nações europeias voltaram, em virtude dessa necessidade, o olhar imperialista para o território do continente africano. Para que não ocorressem desacordos diplomáticos, em razão da ocupação desordenada, foi convocada, pelo chanceler alemão Otto Von Bismarck, a Conferência de Berlim. Neste evento foram decididas as regras da partilha da África e como esta deveria ser ocupada pelos imperialistas europeus. Os colonialistas europeus, em Berlim, justificavam sua presença como benéfica, pois levaram os aspectos positivos da civilização ocidental para a África. Isso mascarava a sua real intenção que era decidir as bases do colonialismo e oficializar a exploração econômica da África.

    Esta afirmativa está correta, pois a região do Congo ficou a cargo do Império Belga e foi registrado na Conferência de Berlim como propriedade do Rei Leopoldo II.

    Gabarito do Professor:  CERTO.