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ID
2501650
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2017
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na década de 30, durante a Grande Depressão, a teoria econômica debatia, entre outros temas, as causas do persistente desemprego, que assolava grandes contingentes populacionais. Uma das publicações que ganhou maior destaque nesse debate foi a Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936), de John Maynard Keynes. Nessa obra, Keynes marcou os princípios teóricos que revolucionaram o pensamento econômico e até hoje é referência nas discussões sobre os determinantes do emprego, da renda e da produção agregados. Acerca das contribuições de Keynes à teoria macroeconômica e das deliberações produzidas durante a Conferência de Bretton Woods (1944), da qual Keynes participou ativamente, julgue (C ou E) o item seguinte.


A suposição feita por Keynes de que os salários nominais e outros elementos de custo permanecem constantes altera a natureza do raciocínio que ele desenvolveu para explicar os determinantes do volume de emprego agregado.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

    Keynes trabalha com o curto prazo, logo, parte do pressuposto de que os agentes, sem estímulo exógeno, são incapazes de alterarem consideravelmente suas condições de produção em período curto de tempo. Desse modo, os incrementos de custos (dentre eles o volume de salários) pesam muito para os agentes porque precisariam repassar muito para o preço e os consumidores não conseguiriam pagar. Tudo isso, bloquearia a produção. É por isso que Keynes parte do pressuposto de que os preços tendem à rigidez no curto prazo. Logo, como os salários nominais dependem dos preços tendem à rigidez também (para aumentar o salário no curto prazo é preciso que haja choque real com a entrada do governo no sistema). Desse modo, o ganho real do trabalhador pode aumentar no curto prazo? Certamente, basta uma política fiscal expansiva – a renda sobe, todos ficam mais ricos, mas os preços não se modificam no curto prazo. Em uma palavra, os salários reais se modificam no curto prazo.

    (Fonte: Prof. Marcello Bolzan, do IDEG)

  • Diferente do modelo de Say (pré 1929), que diz que os salários nominal (quanto se ganha) e real (quanto se pode comprar com o que se ganha, poder de compra) são flexíveis, Keynes diz que apenas o salário nominal é flexível (as pessoas estão dispostas a negociar o salário que se ganha, mas não o poder de compra deles) logo, temos que, em curto prazo, os preços tenderiam a rigidez para que os salários tendessem a rigidez e o poder de compra não se modificasse.

  • Keyne acreditava que é a demanda por produto que determina o nível de emprego, já os clássicos acreditavam que era o emprego que determina o produto. Logo nao podemos dizer podemos dizer que foi a rigidez dos salários que altera a visão de keynes sobre o emprego, a diferença é justamente considerar a demanda por produto determinante do nível de emprego.

  • (ERRADO)

    salários nominais (W) - crescentes

    salários reais (W/P) - constantes

  • para keynes o salário NOMINAL ERA FIXO e o real era flexível

    Salário Nominal (W1) é a remuneração medida em moeda corrente. É o valor que os trabalhadores recebem pelo seu trabalho, e é bastante útil quando comparamos os salários de diversos trabalhadores ou profissões em um mesmo momento, ou no momento corrente.

    Salário REAL (W/P) é a remuneração medida em moeda constante. É o valor do salário Nominal / pelo índice de Preços, sugerindo assim o poder REAL de compra. O uso do salário real ao invés do nominal é obrigatório quando comparamos os salários de um mesmo trabalhador ou profissão em uma série de tempo, de um ano para o outro, por exemplo. Caso contrário, não teríamos uma correta ideia acerca da real variação do poder REAL de compra.

  • Keynes- salário nominal é mais rígido que o salário nominal

  • Fala pessoal! Tudo beleza? Professor Jetro Coutinho na área, para comentar esta questão sobre salários nominais segundo Keynes!

    Uma das grandes mudanças que Keynes fez em relação à teoria clássica foi a de considerar que o salário nominal era rígido no curto prazo.

    Enquanto a teoria clássica argumentava que os salários nominais e reais seriam flexíveis, ajustados pela mão invisível do mercado, Keynes argumentou que existiriam algumas condições que impediriam os salários de serem alterados no curto prazo.

    Nesse sentido, Keynes argumentava que a legislação trabalhista, por exemplo, seria um impeditivo para redução dos salários nominais, já que ela evita redução de salário. Além da legislação trabalhista, Keynes cita os custos de menu (os custos que os comerciantes têm para alterar o cardápio), que também seriam impeditivos de ajustes nos preços de curto prazo. Por fim, Keynes utilizou o argumento da coordenação, debatendo que não há como implementar uma redução coordenada de salários para todas as pessoas em uma economia.

    Segundo Keynes, estes fatores impediriam o salário nominal de ser flexível, tornando-o constante (rígido).

    No entanto, apesar de Keynes considerar o salário nominal como fixo, ele desenvolveu uma teoria coerente com essa suposição. Para Keynes, o volume de emprego agregado depende da demanda agregada. A demanda agregada por sua vez tem impacto tanto no nível de produto quanto no nível de preços.

    Assim, para Keynes, apesar de o salário nominal ser constante, a Economia pode apresentar variações de preços, que fazem com que o salário real (salário nominal dividido pelo índice de preços) seja flexível.

    Portanto, para Keynes, mesmo o salário nominal sendo rígido, o ajuste econômico pode vir pelo salário real.

    Dessa forma, o pressuposto de Keynes (salário nominal fixo) não altera a natureza de sua explicação para o emprego agregado (Demanda Agregada afeta preços e, assim, o salário real).


    Gabarito do Professor: ERRADO.
  • Uma das grandes mudanças que Keynes fez em relação à teoria clássica foi a de considerar que o salário nominal era rígido no curto prazo. Enquanto a teoria clássica argumentava que os salários nominais e reais seriam flexíveis, ajustados pela mão invisível do mercado, Keynes argumentou que existiriam algumas condições que impediriam os salários de serem alterados no curto prazo. Nesse sentido, Keynes argumentava que a legislação trabalhista, por exemplo, seria um impeditivo para redução dos salários nominais, já que ela evita redução de salário. Além da legislação trabalhista, Keynes cita os custos de menu (os custos que os comerciantes têm para alterar o cardápio), que também seriam impeditivos de ajustes nos preços de curto prazo. Por fim, Keynes utilizou o argumento da coordenação, debatendo que não há como implementar uma redução coordenada de salários para todas as pessoas em uma economia. Segundo Keynes, estes fatores impediriam o salário nominal de ser flexível, tornando-o constante (rígido). No entanto, apesar de Keynes considerar o salário nominal como fixo, ele desenvolveu uma teoria coerente com essa suposição. Para Keynes, o volume de emprego agregado depende da demanda agregada. A demanda agregada por sua vez tem impacto tanto no nível de produto quanto no nível de preços. Assim, para Keynes, apesar de o salário nominal ser constante, a Economia pode apresentar variações de preços, que fazem com que o salário real (salário nominal dividido pelo índice de preços) seja flexível. Portanto, para Keynes, mesmo o salário nominal sendo rígido, o ajuste econômico pode vir pelo salário real. Dessa forma, o pressuposto de Keynes (salário nominal fixo) não altera a natureza de sua explicação para o emprego agregado (Demanda Agregada afeta preços e, assim, o salário real). (professor Jetro Coutinho) Gabarito do Professor: ERRADO.