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Letra C.
Treino em relaxamento muscular e exposição ao vivo a eventos ansiogênicos são algumas técnicas utilizadas pela TCC, além ainda da psicoterapia de apoio.
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O transtorno do pânico (TP) caracteriza-se pela presença de ataques repentinos de ansiedade, seguidos de sintomas físicos e afetivos, medo de sofrer um novo ataque e evitação de eventos ou situações em que os ataques de pânico ocorreram.1 O curso do TP tende a ser crônico na maioria dos pacientes e está associado a uma qualidade de vida reduzida e funcionamento psicossocial prejudicado
De acordo com os modelos cognitivo-comportamentais, os ataques de pânico aparecem a partir de interpretações distorcidas e catastróficas dos sintomas corporais.22 Tontura e palpitações cardíacas podem ser interpretadas, por exemplo, como um ataque cardíaco ou infarto iminentes. Tais interpretações aumentam a excitação e intensificam as sensações corporais, confirmando, desta forma, um senso de "perigo " iminente e gerando mais interpretações catastróficas e ansiedade em uma rápida espiral.
De acordo com a versão de Barlow desse modelo, um ataque de pânico inicial representa um "alarme falso " em que demasiada ansiedade é sinalizada, geralmente em resposta aos estresses da vida. Os estressores relatados por pacientes incluem eventos de vida negativos, tais como uma perda ameaçadora ou doença séria em si próprio ou em um ente querido, assim como separações ou dificuldades interpessoais.Considera-se a hipótese de que as "reações de alarme " são mais prováveis em indivíduos vulneráveis biologicamente (herança genética) ou psicologicamente (sensibilidade aos sintomas de ansiedade). Após o primeiro ataque, a pessoa fica apreensiva sobre novos ataques e desenvolve medos das sensações físicas associadas à excitação autonômica.
Trabalha-se com a hipótese de que a repetição de ataques torne os indivíduos progressivamente mais sensíveis aos estímulos internos e a situações em que o ataque ocorreu e que eleve a vigilância sobre qualquer sensação física. Combinado a isso, há ansiedade antecipatória, i.e., medo de sofrer outro ataque, e as interpretações catastróficas dos sintomas quando estes ocorrem. Tal comportamento condicionado pelo medo leva a que o indivíduo evite os sintomas somáticos (por exemplo: exercícios físicos) ou lugares associados a ataques prévios (agorafobia).23Em conseqüência, os pacientes começam a ter limitações em suas atividades cotidianas. Assim, a TCC é utilizada para eliminar a hiper-vigilância sobre os sintomas, corrigir interpretações e crenças distorcidas e eliminar a agorafobia.
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A TCC é tipicamente um tratamento breve, entre 10 e 20 sessões estruturadas, com objetivos claros a serem atingidos. Ela objetiva corrigir interpretações catastróficas e os medos condicionados das sensações corporais e evitações. É prática, baseada em tarefas, e os papéis do paciente e do terapeuta são ativos. A TCC pode ser ministrada individualmente ou em grupos. Apesar de os estudos sugerirem que a TCC deva ser breve, dados recentes sobre a "dose " de terapia sugeriram que um número maior de sessões, tanto de sessões presenciais como por meio de aconselhamento telefônico, está associado à melhor resposta à TCC.
A TCC pode ser introduzida em qualquer etapa do tratamento, variando da prevenção primária às intervenções em indivíduos refratários a outros tratamentos.17 Pode ser iniciada concomitantemente com tratamento medicamentoso e utiliza os seguintes recursos como técnicas: psicoeducação, técnicas para lidar com a ansiedade (relaxamento muscular e respiração abdominal ou diafragmática), reestruturação cognitiva, exposição interoceptiva e exposição in vivo gradual.
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Dessensibilização sistemática, sem mais.
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A dessensibilização sistemática, também conhecida como terapia de exposição gradual, é um tipo de terapia comportamental desenvolvida pelo psiquiatra sul-africano Joseph Wolpe
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Dessensibilização Sistemática
1- É uma das principais técnicas utilizadas no tratamento de fobias. Consiste em treinar o indivíduo para que permaneça relaxado ao se expor às situações que lhe causem ansiedade.
2- O paciente é submetido ao ensino e treino de técnicas de relaxamento. Depois uma escala crescente de ansiedade é construída, junto com o terapeuta, onde todas as situações temidas são listadas e organizadas hierarquicamente de acordo com o grau de medo que provoca no indivíduo.
3- Após a construção da hierarquia, o paciente é exposto a cada uma dessas situações, começando pela que dispare menor nível de ansiedade. Ao perceber que está ficando ansioso, é estimulado a utilizar a técnica de relaxamento até que se acalme e possa prosseguir com outra situação temida. Assim é feito progressivamente, até alcançar a de grau mais forte.
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Vamos analisar alternativa por alternativa.
A: Ignorar lembranças não fará com que algo seja superado. A pessoa vai ignorar a lembrança e depois virá outra situação que gera ansiedade e... irá se tornar um ciclo vicioso. Ignorar uma lembrança é uma medida ineficaz.
B: Quando surge a ansiedade o ideal não é interromper algo pura e simplesmente, mas realizar técnicas de relaxamento;
D: observar o aumento de batimento cardíaco acredito que seja pertinente, mas não a mera saída da situação desencadeadora. É claro que se a pessoa está exposta a um evento que gera ansiedade intensa e tem um mal-estar intenso, pode ser perigoso continuar, mas não é disso que a alternativa está falando, certo? Conforma pontuado acima, talvez seja aconselhável inserir uma técnica de relaxamento.
E: Evitar lugares fechados não é uma técnica da TCC para tratar transtorno de pânico.
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A questão solicita conhecimentos sobre o manejo no tratamento do transtorno do pânico a partir da teoria cognitivo-comportamental.
O transtorno do pânico se constitui como um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizado por medo ou ansiedade intensos de forma súbita, acompanhado de sintomas somáticos como, por exemplo, taquicardia, sudorese e tensão muscular. De acordo com o DSM-V, essas características devem ser recorrentes para que possa haver o enquadramento nesse transtorno.
A TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental é um conjunto de técnicas baseado na junção das Psicologias Cognitiva e Comportamental que tem como objetivo trabalhar o pensamento, a emoção e a cognição de forma conjunta, para modificar o comportamento disfuncional que o sujeito esteja apresentando e que constitui como sofrimento e prejuízo em sua vida.
A TCC, além de outros transtornos, é recomendada para o tratamento dos sintomas recorrentes do transtorno do pânico.
Vamos às alternativas:
- ERRADA
Dentre os preceitos da TCC, afastar uma lembrança da memória não é uma técnica eficaz para mudança comportamental. Até porque se o pensamento ansioso é recorrente, é muito difícil “fazer esquecer" uma lembrança; o mais correto é estabelecer um manejo adequado para lidar com ela.
- ERRADA
A TCC realiza o manejo de forma oposta: a técnica constitui como identificar as imagens que possam estar relacionadas com o gatilho para o ataque de pânico para que possa realizar a intervenção adequada
- CERTA
Trata-se da técnica denominada dessensibilização sistemática, muito utilizada em tratamentos de ansiedade. Constitui como sucessivas exposições a situações específicas - inicialmente na imaginação e depois ao vivo - associada com um estímulo inibidor da ansiedade (o relaxamento muscular e a respiração controlada) procurando enfraquecer determinados comportamentos aprendidos que não são benéficos ao indivíduo.
- ERRADA
Apenas a observação do batimento cardíaco não é eficaz para o tratamento e controle do comportamento ansioso.
- ERRADA
A evitação de lugares fechados não está relacionada a técnica da TCC, mesmo que esse seja um fator desencadeante para o pânico no sujeito. A TCC possibilita o enfrentamento gradual do fenômeno ansiogênico para que possa trabalhar na aprendizagem de comportamentos mais funcionais para o sujeito.
Gabarito da Professora: Letra C.