SóProvas


ID
2520718
Banca
UERJ
Órgão
UERJ
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

No dia 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachov vivia suas últimas horas no Kremlin. Aquele foi um dia de esperança para milhões de pessoas na Rússia, que viam o futuro com otimismo. Também foi um momento de luto para outros milhões, agora ex-cidadãos soviéticos. O novo mapa significou para muitos ter de abandonar o lugar em que haviam nascido, deixar lá familiares e relíquias. “Quando foi arriada a bandeira vermelha fiquei em estado de choque”, lembra Serguei Kosarev, que tinha então 37 anos. “Eu, nascido em Sochi, tinha terminado o ensino médio no Cazaquistão. De repente, meus amigos, minha juventude, ficaram para trás em outros países. Pensei que tudo isso fosse para o mal, e no começo foi duro. Mas o pior não foi o primeiro ano da reforma econômica, e sim mais tarde, quando na Rússia deixaram de pagar em dia os salários, e havia atrasos de seis meses ou mais”, conta. “No final, no meu caso tudo foi para o bem, recuperei a religião dos meus antepassados, como outros milhões de ortodoxos, e vi meio mundo; nem uma coisa nem outra teriam sido possíveis na U.R.S.S.”, conclui.

Adaptado de brasil.elpais.com, 23/12/2016.


De acordo com a reportagem, o fim da U.R.S.S. trouxe as seguintes mudanças significativas para alguns de seus ex-cidadãos:

Alternativas
Comentários
  •  a)  recuperação da liberdade sindical e perda da ideologia comunista (forçado dizer que se perdeu a ideologia comunista)

     b) liberalização da iniciativa industrial e abandono da unidade comercial (não houve isso e o texto também não versa sobre)

     c) ampliação do direito trabalhista e enfraquecimento do poderio militar (pode-se dizer que isso de fato ocorreu, mas não está de acordo com o texto)

     d) fragmentação do território nacional e redimensionamento da identidade cultural (A URSS era composta por 15 unidades, que se fragmentaram em repúblicas autônomas, afetando fortemente a identidade cultural de antigos soviéticos, que agora eram russos, ucranianos, estonianos, etc)

  • No dia 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachov vivia suas últimas horas no Kremlin. Aquele foi um dia de esperança para milhões de pessoas na Rússia, que viam o futuro com otimismo. Também foi um momento de luto para outros milhões, agora ex-cidadãos soviéticos. O novo mapa significou para muitos ter de abandonar o lugar em que haviam nascido, deixar lá familiares e relíquias. “Quando foi arriada a bandeira vermelha fiquei em estado de choque”, lembra Serguei Kosarev, que tinha então 37 anos. “Eu, nascido em Sochi, tinha terminado o ensino médio no Cazaquistão. De repente, meus amigos, minha juventude, ficaram para trás em outros países. Pensei que tudo isso fosse para o mal, e no começo foi duro. Mas o pior não foi o primeiro ano da reforma econômica, e sim mais tarde, quando na Rússia deixaram de pagar em dia os salários, e havia atrasos de seis meses ou mais”, conta. “No final, no meu caso tudo foi para o bem, recuperei a religião dos meus antepassados, como outros milhões de ortodoxos, e vi meio mundo; nem uma coisa nem outra teriam sido possíveis na U.R.S.S.”, conclui.

  • No decorrer da década de 1980, a U.R.S.S. foi palco de um conjunto de mudanças significativas, em especial durante o governo de Mikhail Gorbachov, entre 1985 e 1991. O governante foi responsável por implementar um conjunto de reformas – a Perestroika e a Glasnost. Por meio da Perestroika foi promovida a reestruturação econômica e a reorganização dos gastos públicos, sendo estabelecida a revisão dos mecanismos da economia centralmente planificada e a diminuição de gastos com a defesa. Era então objetivada a recuperação da economia soviética. Por meio da Glasnost foram instauradas reformas políticas viabilizadoras, entre outros aspectos, da maior liberdade de expressão. Nos seus efeitos gerais, tais reformas abriram espaço para o aumento de pressões por maior autonomia política e por democratização em diversas regiões que compunham a U.R.S.S., e também em países situados na esfera de influência soviética, no contexto da Guerra Fria, como no caso da República Democrática Alemã. A queda do muro de Berlim, em 1989, tornou-se, nesse sentido, uma espécie de evento catalisador de mudanças no bloco socialista, além de símbolo maior do fim de uma era tipificada pela bipolaridade de tensões entre U.R.S.S. e E.U.A. No texto da reportagem, reproduzido no enunciado da questão, são elencadas algumas das repercussões do fim do governo de Gorbachov para as condições de vida dos que habitavam a U.R.S.S., entidade política que deixava de existir. O testemunho de um cidadão, no texto, aponta para a fragmentação do território nacional ao mencionar que cidades nas quais estudou passaram a ser localidades de outros países, até então repúblicas soviéticas. O mesmo testemunho também aponta para outra mudança significativa: maior liberdade religiosa, aspecto que contribuiu para o redimensionamento da identidade cultural.