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ID
2521672
Banca
FCC
Órgão
DPE-RS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Modos de disputa


      Dois indivíduos têm uma contenda e estão enraivecidos. Um deles diz ao outro, furioso: − Vou te quebrar a cara! Ao que o outro, igualmente indignado, responde com energia: − Pois eu vou te processar!

      São, não há dúvida, dois modos de disputar a razão de quem viu ofendido um suposto direito seu. O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a jurisprudência das cavernas: a pancada corretiva, o direito da força, o recurso dos instintos primários; o segundo preferiu confiar numa instituição, numa instância social, na mediação das leis, na força do direito. O que não significa que, em outra situação, os mesmos indivíduos não pudessem reagir de modo oposto: somos criaturas difíceis, sujeitas ao temperamento, ao sentimento de ocasião.

      “Vou te processar” é o modo civilizado, que confia no equilíbrio de um rito jurídico, devidamente conduzido e arbitrado por profissionais do ramo: advogados, juízes, promotores. O processo tem sua mecânica balizada por prazos, recursos, ações de embargo etc. O propósito está em que, ao fim e ao cabo do processo, todos os componentes de uma disputa tenham sido devidamente apreciados e julgados, a partir do que se exare a sentença final. Como todo rito complexo e minucioso, pode demorar muito até o bater do martelo.

      A instituição justa do processo conta com o fato de que ambas as partes sigam exatamente os mesmos passos garantidos pela lei. Mas não há como evitar certas condicionantes, que fazem diferença: a habilidade maior de um advogado, os recursos para custear um processo longo, a intimidação que pode representar o fato de uma das partes ser um litigante de grande poder político ou notoriedade social. As diferenças sociais e econômicas entre os homens podem marcar o destino de um processo. Nesse caso, voltamos um pouquinho no tempo e, de um modo aparentemente mais civilizado, reproduzimos algo parecido com o direito da força.

                                                                                          (Júlio Castro de Ribeiro, inédito)

Um dos recursos expressivos de redação explorados pelo autor está no emprego

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra A 

  • A expressão “jurisprudência das cavernas” de fato tem carga humorística, pois brinca com o fato de que no “tempo das cavernas” não havia jurisprudência alguma, não havia direito, as diferenças eram resolvidas na força. Então, a jurisprudência na verdade era a “pancada”.

    (B) Não há ironia, pois ele defende exatamente a ideia de que o processo seria o meio “civilizado” de resolver contendas.

    (C) Não há contradição, porque o indivíduo indignado pode perfeitamente optar pelo processo judicial, em vez de resolver a contenda com a força.

    (D) Não há “reiteração”, pois as expressões não reiteram o mesmo sentido, mas possuem sentidos distintos.

    (E) Não podemos considerar esses termos como linguagem “técnica”.

    Gabarito letra A.

    Fonte: Estratégia

  • Não achei nada engraçado a A. kkk

  • que recorreu ao humor foi o examinador da prova ao elaborar a afirmativa E

    da linguagem técnica, como em pancada corretiva e o bater do martelo. 

  • Gabarito A

    anacronismo

    substantivo masculino

    1.

    erro de cronologia que ger. consiste em atribuir a uma época ou a um personagem ideias e sentimentos que são de outra época, ou em representar, nas obras de arte, costumes e objetos de uma época a que não pertencem.

    2.

    atitude ou fato que não está de acordo com sua época.

    "o uso de espartilhos é um a."

  • Nossa, não consigo parar de rir depois que li “jurisprudência das cavernas”. Selo "casalbé" de humor para o examinador. Só que não kk

  • Como comediante ele é um ótimo escritor.

  • Estou morrendo de rir. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

     

     

     

    ''Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.''

  • Reiterar: refazer, repetir, redizer.

  • Se não fosse gabarito AAAAAA, desistiria dessa vida concurseira.

  • É aquele humor nerd, digamos. Mas dá pra responder excluindo-se as outras alternativas, que estão flagrantemente erradas.

  • Péssima questão! 

  • Que questão ridícula !! Humor ????

    Alguns comentários dos colegas estão mais engraçados do que o texto. Kkkkkkk

  • Enfim, vamos lá, que questão maluca 

  • Questão sem razão de ser.

  • Que questão boba. Realmente, não tem graça nenhuma. Mas bom, já que só nos resta aprender, o comentário da colega Juliana Pereira dá o "macete" de como gabaritar a questão. Obrigado colega Juliana.

  • “jurisprudência das cavernas”  nao o vejo como humor e sim como ironia

  • Também não vejo humor na questão da jurisprudência das cavernas, apesar de não existir na época da forma como hoje, jurisprudencia são decisões reiteradas sobre determinado assunto, naquele período, as decisões reiterados eram a “pancada”. Na minha opinião a B seria melhor resposta, porque eu vejo ironia ao dizer que “processar” é o meio civilizado de resolver as coisas, meio civilizado é a conversa amigável, o processo seria um “briga civilizada”.
  • Cadê o humor nesse texto....aff!

     

  • Concordo Karine....nenhum humor

  • Complementando:

     

     

    Forçando um pouco a barra..

     

     

    Acredito que o autor tentou imitir o humor em 'Jurisprudência das cavernas'. Tendo em vista que 'jurisprudência' é um termo típico do direito

     

    (são decisões repetidas de um tribunal)  ao passo que em 'das cavernas' remete a uma época em que não existia a concepção de direito

     

    para regular as relações sociais, ou seja, tudo era resolvido pela força bruta. Fazendo uma analogia bem forçada, é como se uma pessoa te 

     

    falasse: 'olha a trança de cabelo do rei careca'

     

     

     

     

    GABARITO LETRA A

  • O pessoal não está entendendo a questão por que não deram gagalhadas de uma piada? Humor é, tecnicamente, uma quebra de expeativa. Quando o autor fala em jurisprudência parece que vai se remeter a solução de conflitos pelos tribunais, quando usa a expressão "das cavernas" ele se refere a outro tipo de solução de conflitos oposto ao anterior, gerando mencionada quebra de expectativa.

  • como sei que senso de humor desses caras é zero.. fui logo na A kkk