SóProvas


ID
2525593
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I


                       “Tinha quatro escravas virgens”. O que fazer com presos assim?


            Militantes do Estado Islâmico são levados a julgamento no Iraque, mas a vitória

             também traz problemas, como a forma de tratar responsáveis por atrocidades


      Mohammed Ahmed tem tanto arrependimento “quanto fios de cabelo” na cabeça. Ele diz que foi doutrinado, induzido e até drogado para combater o mais nobre dos combates: lutar pelo Estado Islâmico. Seu depoimento, dado a um juiz da província iraquiana de Nínive, foi reproduzido pelo Telegraph.

      Por ser um bom combatente, Ahmed foi recompensado. Ganhou quatro jovens yazidis, a minoria religiosa considerada pelos fundamentalistas muçulmanos como indigna de qualquer consideração, abaixo até de cristãos e judeus. [...]

      Todos os profissionais do ramo sabem que não existem culpados nas cadeias: a esmagadora maioria dos presos, em qualquer lugar, se diz inocente. Mesmo quando culpados, sempre existe uma desculpa e Ahmed é um caso típico numa situação extremamente atípica.

      Ele foi preso em Mosul, depois dos combates e bombardeios que deixaram a cidade iraquiana com aparência de Hiroshima do deserto. Existem milhares de outros como Ahmed. Alguns foram fuzilados no ato da rendição, mas as autoridades iraquianas querem demonstrar disciplina e alguma aparência de operacionalidade do estado. [...]

      Algumas dessas meninas e mulheres suicidaram-se para escapar à violência sexual. Muitas arranhavam o rosto e o corpo ou cobriam-se de cinzas, tentando parecer feias e causar rejeição a seus torturadores. Outras foram compradas de volta por suas famílias. Em casos raros, mulheres de combatentes, compungidas ou enciumadas, soltaram as vítimas da escravidão.

      Poucas conseguiram escapar por seus próprios meios, como Lamiya Haji Bashar, que aparece com o rosto cheio de cicatrizes. São resultado dos ferimentos provocados por uma mina na qual pisou quando fugia pelo deserto, na quarta tentativa de escapar. Ficou cega de um olho.

      Lamiya e Nadia Murad são algumas das poucas vítimas do terror sexual que se apresentam em público, de rosto aberto, pois a violência sexual estigmatiza as vítimas e suas famílias. Lamiya contou que era submetida a estupros seguidos e diários, passada entre incontáveis militantes. Muitas vezes desmaiava.

      Apesar das várias derrotas sofridas pelo Estado Islâmico, ainda existe um número considerável de yazidis em seu poder. Muitas já morreram durante o cativeiro pois é impossível distinguir entre vítimas e algozes durante os combates. A batalha final, que já se configura apesar do intervalo atual, será em Raqqa.

      Quando se cansou das suas escravas, Mohamed Ahmed as vendeu a outros combatentes, pelo equivalente a 200 dólares cada uma. Amontoados em celas na região de Mosul, onde o calor agora no verão chega a 50 graus, existem cerca de 5 000 outros “Ahmeds”. Um número mais ou menos equivalente ao de yazidis escravizadas.

      O que fazer com eles?

Por Vilma Gryzinski access_time 2 ago 2017. Disponível em:<http://veja.abril.com.br/blog/mundialista/tinha-quatro-escravas-virgens-o-que-fazer-com-presos-assim/> (adaptado) 

No 3º parágrafo

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra A 

     

    a)

    emprega-se uma assertiva com valor semântico implícito à qual acrescenta-se, a partir do sinal de dois pontos, uma ampliação que permite a compreensão da real intenção do enunciado anterior.

  • Não entendi, alguém consegue explicar?

  • até agora perdida na alternativa A...

  • Indiquei para comentário do professores do QC.

  • Acredito que de fato exista um valor semântico implicito na frase: "não existem culpados nas cadeias". Esse valor implícito estaria relacionado ao fato de nenhum detento (em regra) assumir a autoria do crime, julgando-se inocente. Esse raciocínio é explicado logo em seguida, na frase situada após o sinal de 2 pontos: "a esmagadora maioria dos presos, em qualquer lugar, se diz inocente", o que condiz perfeitamente com a informação proposta na opção (a).

    Espero ter ajudado.

  • Eu fui por eliminação

    B) Em nenhum momento o texto fala que superlotação de presídios.

    C) Ali fala em caso atípico, mas o texto fala expressamente caso TÍPICO e situação atípica.

    D) Completamente fora do contexto

     

    Sobrou a letra A...

  • Paragrafo 3º - Todos os profissionais do ramo sabem que não existem culpados nas cadeias:(INTRODUÇÃO DO QUE IRÁ DIZER) a esmagadora maioria dos presos, em qualquer lugar, se diz inocente.( AMPLIAÇÃO DO QUE FOI DITO ANTERIORMENTE AOS 2 PONTOS) Mesmo quando culpados, sempre existe uma desculpa e Ahmed é um caso típico (CASO  TIPICO DE QUEM ESTA NA CADEIA: EXISTIR CULPADOS DE ALGO PUNIVEL) numa situação extremamente atípica. (CASO ATÍPICO DE QUEM ESTÁ  NA CADEIA:  NÃO EXISTIREM CULPADOS)

     

    Gabarito A)  emprega-se uma assertiva com valor semântico implícito à qual acrescenta-se, a partir do sinal de dois pontos, uma ampliação que permite a compreensão da real intenção do enunciado anterior.

  • Assim como o colega Afonso, fiz por eliminação...

    C) O texto fala em caso típico e situação extremamente atípica/ na alternativa está caso atípico

    D) Fora do contexto

     

    Fiquei entre a alternativa "A" e "B"

    B) O desenvolvimento e o foco do texto não é sobre cadeias superlotadas

    ALTERNATIVA CORRETA "A"

  • a) CORRETO. A colocação de "dois pontos" têm a intenção de trazer uma explicação/ampliação. Ex. Michel Temer foi tocado em sua sensibilidade: o exame de avaliação da prostata submeteu o presidente nesta última quinta-feira a uma situação corriqueira da saúde. Isso é apenas um estilo de construção da sintaxe, apenas para escrever com emoção. Perceba que há um sentido implícito na primeira frase que escrevi. Se nós formos entregar o ouro logo de cara, ninguém lerá nosso texto até o fim.

    .

     

    b) INCORRETO. A prisão de Ahmed não é um caso típico. Ao contrário. O Iraque está prendendo essa galera e está sem saber o que fazer com eles. Tipo: o cachorrinho corre atrás do caminhão e quando o caminhão pára! Puts! O que fazer? Eles prendem para mostrar discplina e operacionalidade, mas não tem nem um plano para melhorar o comportamento do Ahmed. Presídios e cadeias superlotadas é normal para nós aqui no Brasil. Lá, o pessoal é fuzilado!

    .

     

    c) INCORRETO. Não é típico prender gente como o Ahmed. Portanto não existe esse universo apresentado anteriormente. Na verdade há mais 5 mil Ahmed para serem presos. Imagina que problemão. Não sabem nem o que fazer com um, imagina com 5 mil? O Ahmed é um referencial de fato conforme a questão afirma. Ele serve para exemplificar o Título.

    .

    Caso atípico: prender gente do estado islâmico. Caso típico: muçulmano fundamentalista matar meio mundo em nome do Estado Islâmico.

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    d) INCORRETA. Não entendi nada dessa opção. Falou, falou e nada entendi. Igual mãe.

  •  "Todos os profissionais do ramo sabem que não existem culpados nas cadeias: a esmagadora maioria dos presos, em qualquer lugar, se diz inocente."

    Existe uma ironia aí. O valor semântico implícito é justamente de oposição. É claro que existem culpados nas cadeias.  

    A frase seguinte ( "Mesmo quando culpados, sempre existe uma desculpa e Ahmed é um caso típico numa situação extremamente atípica") explica a real intenção do autor: informar que os presos sempre arrumam uma desculpa para justificar suas prisões.

  • Que Deus venha logo!! 

  • Essa prova de protugues foi PUNK!!