SóProvas


ID
2525596
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I


                       “Tinha quatro escravas virgens”. O que fazer com presos assim?


            Militantes do Estado Islâmico são levados a julgamento no Iraque, mas a vitória

             também traz problemas, como a forma de tratar responsáveis por atrocidades


      Mohammed Ahmed tem tanto arrependimento “quanto fios de cabelo” na cabeça. Ele diz que foi doutrinado, induzido e até drogado para combater o mais nobre dos combates: lutar pelo Estado Islâmico. Seu depoimento, dado a um juiz da província iraquiana de Nínive, foi reproduzido pelo Telegraph.

      Por ser um bom combatente, Ahmed foi recompensado. Ganhou quatro jovens yazidis, a minoria religiosa considerada pelos fundamentalistas muçulmanos como indigna de qualquer consideração, abaixo até de cristãos e judeus. [...]

      Todos os profissionais do ramo sabem que não existem culpados nas cadeias: a esmagadora maioria dos presos, em qualquer lugar, se diz inocente. Mesmo quando culpados, sempre existe uma desculpa e Ahmed é um caso típico numa situação extremamente atípica.

      Ele foi preso em Mosul, depois dos combates e bombardeios que deixaram a cidade iraquiana com aparência de Hiroshima do deserto. Existem milhares de outros como Ahmed. Alguns foram fuzilados no ato da rendição, mas as autoridades iraquianas querem demonstrar disciplina e alguma aparência de operacionalidade do estado. [...]

      Algumas dessas meninas e mulheres suicidaram-se para escapar à violência sexual. Muitas arranhavam o rosto e o corpo ou cobriam-se de cinzas, tentando parecer feias e causar rejeição a seus torturadores. Outras foram compradas de volta por suas famílias. Em casos raros, mulheres de combatentes, compungidas ou enciumadas, soltaram as vítimas da escravidão.

      Poucas conseguiram escapar por seus próprios meios, como Lamiya Haji Bashar, que aparece com o rosto cheio de cicatrizes. São resultado dos ferimentos provocados por uma mina na qual pisou quando fugia pelo deserto, na quarta tentativa de escapar. Ficou cega de um olho.

      Lamiya e Nadia Murad são algumas das poucas vítimas do terror sexual que se apresentam em público, de rosto aberto, pois a violência sexual estigmatiza as vítimas e suas famílias. Lamiya contou que era submetida a estupros seguidos e diários, passada entre incontáveis militantes. Muitas vezes desmaiava.

      Apesar das várias derrotas sofridas pelo Estado Islâmico, ainda existe um número considerável de yazidis em seu poder. Muitas já morreram durante o cativeiro pois é impossível distinguir entre vítimas e algozes durante os combates. A batalha final, que já se configura apesar do intervalo atual, será em Raqqa.

      Quando se cansou das suas escravas, Mohamed Ahmed as vendeu a outros combatentes, pelo equivalente a 200 dólares cada uma. Amontoados em celas na região de Mosul, onde o calor agora no verão chega a 50 graus, existem cerca de 5 000 outros “Ahmeds”. Um número mais ou menos equivalente ao de yazidis escravizadas.

      O que fazer com eles?

Por Vilma Gryzinski access_time 2 ago 2017. Disponível em:<http://veja.abril.com.br/blog/mundialista/tinha-quatro-escravas-virgens-o-que-fazer-com-presos-assim/> (adaptado) 

No último parágrafo do texto apresenta-se a pergunta “O que fazer com eles? ”, promovendo

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: LETRA D

     

     

    a intensificação de um sentido e não a obtenção de uma informação.  

     

  • Analisando as alternativas

     

    a) a exposição da perplexidade do emissor. 

    Errada. Perplexidade é um estado , digamos, de alguém não ter nenhuma reação: ficar parado, chocado, etc. Assim, o emissor (o autor) não se apresenta perplexo conforme a afirmativa.

     

     

    b) a interrupção de uma dada unidade semântica. 

    Errada. Que semântica é essa? Que interrrupção é essa?

     

     

    c) uma retificação para que a expressão anterior seja compreendida.  

    Errada. A expressão anterior é completamente compreendida até mesmo na primeira visão da leitura. Logo, não é necessário uma retificação (correção).

     

     

  • Não vejo por que tal pergunta não possa expressar a perplexidade do emissor. Se estou espantado com o ocorrido, imóvel, sem reação, expressar meus sentimentos de incapacidade diante da situação através dessa pergunta é plenamente possível, denotando, assim, a minha perplexidade. Acredito que a situação apresentada no penúltimo parágrafo é suficiente para paralisar qualquer um, e o autor expressa sua inépcia através da pergunta.

  • Talvez essa seja aquele tipo de questão que você marca a "mais certa".

    Eu fiquei em dúvida entre a "A" e "D". Marquei a A, só que depois vi que não tenho como afirmar a perplexidade do autor, nem mesmo nenhum outro sentimento, mas eu posso afirmar que houve a tentativa de uma intensificação de algum sim na D. 

    O erro da A foi dele ter dito qual era o sentimento (perplexidade, mas poderia ter sido indignação, raiva, impotência...) e, isso, não tenho como confirmar.  

     

  • Seu argumento faz sentido, Alexandre. Não tinha visto por esse lado.

  • Típica questão de interpretação da Consulpan... Interpretação do que se passa na cabeça do elaborador.

  • Interpretação do que se passa na cabeça do elaborador.

     

    Assim como todas questoes subjetivas... por isso que são uma afronta aos estudantes e não deveriam fazer parte de prova alguma...

  • OQUE FAZER COM ELES?

    Oque ela realmente quis dizer: NÃO SEI NEM OQUE FAZER COM ESSA GENTE!!!!! (Intensificação de sentido) hehehe

  • marquei a correta mas ainda continuo achando a prova mal escrita pra caramba. falta alguma coisa, qual o sentido?

  • várias pessoas dizem isso no cotidiano; qdo alguém fura a fila do bco, o que falamos? o faço com ele? - e sempre algém responde: mata!!!!

     

    vão ter mais visão de mudo aê galera....

  • Pensei que para haver perplexidade no lugar da interrogação deveria vir uma exclamação? alguém pensou igual?

  • Nossa! Que texto forte. :.(
  • Como o texto em questão é predominantemente INFORMATIVO, logo:

    a) INCORRETA porque não é comum o emissor demonstrar opiniões pessoais. O Texto destina a nos informar o que o Iraque enfrenta: o Estado deciciu demonstrar disciplina e operacionalidade, mas não tem o que fazer com os presos.

    .

    b) INCORRETA. Para haver interrupção de uma unidade semântica teria de haver uma expressão no meio de uma construção coesa. Ex. A infância, recordo-me dos dias de criança com saudade. O lógico seria dar continuidade, falando da infância e ainda a usando como sujeito. "A infância traz recordações dos dias de criança. O nome da figura de construção é ANACOLUTO (interrupção de ideia). Não ocorre isso no ponto do texto que ele questiona. Outros exemplos: Mulheres, quem as entende!; Deixe-me pensar.... hum... Será que... Não, não... Se.....

    .

    A frase ficou perdida, interrompida.

    c) INCORRETA. Talvez, se a opção citasse a palavra RATIFICAÇÃO, poderíamos considerá-la correta. Ratificar = reafirmar o dilema. RETIFICAR = CONSERTAR o que foi dito anteriomente.

    .

    d) CORRETA. O texto é predominantemente informativo e a pergunta ao final tem o efeito de intensificar o dilema: O que fazer com essa galera que gosta de matar em nome de Deus? A pergunta não traz qualquer tipo de informação útil.

  • Há um concurseiro, o Morais F, que logo abaixo fez uma raciocínio sobre a presença da pontuação colocada no fim da frase: O que fazer?

    Entendo que faz senrido a sua colocação, mas não tenha com uma regra. Textos informativos, em alguns casos, assumem um perfil de entrega da problemática ao leitor. Por isso a presença da interrogação e não da exclamação. Se ele colocasse exclamação, ficaria com caráter pessoal. Aí perderíamos o conceito de texto informativo.

  • Questões de interpretação de texto assim são parar testar a fé daquele que estuda! É muito nítido o carater subjetivo e pessoal da interpretação! 

    Queria ver a nota que o autor/autora do texto em questão tiraria nessa prova! Te garanto que essa ele/ela iriam errar essa aqui!!

    Shame on you Consulplan!!!!

    #vaiaprederafazerprova

  • Mas galêire, no enunciado ele traz o escrito "No último parágrafo do texto", o que indica ser uma questão de COMPREENSÃO de texto, mas não interpretação como muitos têm apresentado.

    Do ponto de vista da interpretação a resposta A seria inferível, mas não é o caso. Já a letra D traz informações que podem ser referenciadas diretamente do texto, tornando essa a resposta correta.

  •        Não há sentimento de perplexidade, nem retifica (corrige,conserta) nehuma informacão, nem interrompe uma cadeia lógica de idéias!!, na verdade podemos até depreender uma possível ironia uma vez que essa pergunta

    `` O que fazermos com eles?`` se correlaciona com “Tinha quatro escravas virgens”. O que fazer com presos assim?`` (acima do título).

     Ou seja, se os Islâmicos davam esse destino para essas mulheres cativas (estupro) , qual será o destino deles agora?  ``( `` O que fazermos com eles?) já que estao sob nosso poder?

    Basicamente esse o intuito da pergunta do último parágrafo: nos levar a uma reflexão.-Intensificar um sentido.

    Prova disso, O próprio texto estabelece a relacao numérica dos presos Islâmicos com as mulheres escravizadas por eles:

     ``Amontoados em celas na região de Mosul, onde o calor agora no verão chega a 50 graus, existem cerca de 5 000 outros “Ahmeds”. Um número mais ou menos equivalente ao de yazidis escravizadas.​``

    O que fazermos com eles?

     

  • parabéns CONSULPLAN!

    mais uma típica questão de EXCESSO/ESCASSEZ de interpretação

    típico seu

  • Que coisa horrorosa essa consulpan!!! O que será do concurso de BH?! :(

  • Dessa vez discordo da Rafaela Cardoso, o parágrafo em si já expõe a perplexidade da autora veja:"Quando se cansou das suas escravas, Mohamed Ahmed as vendeu a outros combatentes, pelo equivalente a 200 dólares cada uma (...)" O que fazer com eles? funciona como uma "espécie" de pergunta retórica.

  • típica da consulplan....

  • Questão horrivel em, contratem um novo elaborador

  • Essa foi para eliminar quem nunca foi sarcástico.... 

  • Gab. Letra D

    O que fazer com a rapaziada criminosa

  • Era só o examinador ser mais direto na alternativa D e dizer:

    "intensificação de uma incerteza e não a obtenção de uma informação".

    Dessa forma, seria menos confusa a questão.

    A incerteza se dá por não saber como tratar e o que fazer com os responsáveis por atrocidades.