SóProvas


ID
2525599
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 


Mulheres e poder contra o culto da ignorância machista  


      A representação das mulheres no parlamento brasileiro é uma questão fundamental em nossa cultura política. A desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos cargos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulheres.

      Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mulheres ocupando cargos nos espaços de poder em geral. No mundo da iniciativa privada os números não são diferentes. Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é reservado aos homens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também naturalizados.

      O ato de naturalizar corresponde a um procedimento moral e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, passamos a acreditar que as coisas são como são e não poderiam ser de outro modo. Nem poderiam ser questionadas.

      Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? Alguém terá coragem de dizer que isso é natural sem ferir princípios morais que sustentam a sociedade como um todo? Sabemos que a violência contra as mulheres é uma constante cultural. Ela é física e simbólica, psíquica e econômica e se aproveita da naturalização da suposta fragilidade das mulheres construída por séculos de discursos e práticas misóginas. Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque são mulheres. [...]

      Na ausência de questionamento, o machismo aparece como culto da ignorância útil na manutenção da dominação que depende do confinamento das mulheres na esfera da vida doméstica para que se mantenham longe do poder. O machismo se mostra como o que há de mais arcaico em termos de ética e política. O machismo é uma forma de autoritarismo que volta à cena em nossa época. Enquanto isso, a violência doméstica simplesmente cresce e as mulheres continuam afastadas do poder. Mas por quanto tempo?

      Ao longo da história, a consciência da condição das mulheres entre a violência e o poder teve um de seus momentos mais importantes na conquista do voto pelas sufragistas. Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o direito a ser votada, nos mostra um outro mundo possível. [...]

Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-poder-contra-o-culto-da-ignorancia-machista>  (adaptado) 

De acordo com as informações e ideias contidas no primeiro e segundo parágrafos, a autora

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra D

     

     

    d)

    apresenta o assunto por meio de fatos baseados na realidade observável com o objetivo de ganhar a concordância do leitor, além de expressões que norteiam o ponto de vista que será desenvolvido no texto. 

  • a)não narra sobre o tema nos parágrafos.

    b)não fala de poder ocupado por homem "e" mulher.

    c)não conclui chamando ninguém para ir pra porrada. 

    Gab.D

     

  • Não concordo com o gabarito, pois ao meu ver há um "abismo" enorme entre a realidade observável e a mera colocação opinativa da autora a partir de "...o poder é reservado aos homens...".

    Certamente caberia recurso.

    Gabarito considerado pela banca: Letra D

     

  • achei que fosse a B pois fala em poder

    "Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é reservado aos homens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também naturalizados."

  • Baseados na realidade observável???? Mas ali tem dados científicos! 90% dos cargos são ocupados por homens no parlamento brasileiro! Não entendi! Afffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff consulplannnnnnnnnnnnnnn!!!!!!

  • BASEADOS EM DADOS OBSERVAVEIS?? TB NAO ENTENDI??!! CONSULPLAN SENDO CONSULPLAN.....MAIS CHATA QUE A CESPE!

     

  • consuloka é consuloka.

     

    Lá atrás, ela vem dizer que não dá pra afirmar que há ironia no texto. Aqui, ela vem afirmar que a autora quer a concordância do leitor. Na mesma medida, não dá pra deduzir que a autora quer a concordância do leitor, então! Sinto muito.  Considerando que não há narração, resta a alternativa D, mas não se justifica com tanta tranquilidade, não. 

  • Fui na letra d) equiparando com as outras alternativas, sei que houve alguns deslizes na questão, porém foi a mais lógica que eu achei.

  • d) apresenta o assunto por meio de fatos baseados na realidade observável com o objetivo de ganhar a concordância do leitor, além de expressões que norteiam o ponto de vista que será desenvolvido no texto.

    Discordo do gabarito, pois não há "fatos baseados na realidade observável". Ela basea seu ponto de vista na provocação cognitiva, ética e cultural da sociedade. O que pode-se dizer é que há um fato baseado na realidade observável, sendo o percentual mostrado no início do texto.

  • Fatos baseados na realidade observável: cerca de 90% dos cargos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulheres.

    Expressões que norteiam o ponto de vista que será desenvolvido no texto: A desproporção é espantosa (espantosa é um ponto de vista, uma vez que o argumento pode variar de pessoa para pessoa). Mulheres trabalham demais - ponto de vista. Como se fosse um direito natural - ponto de vista. 

     

  • Gente, estudem mais e reclamem menos. Dados científicos fazem parte de uma realidade observável, ou seja, mensurável. Portanto, quando ela afirma que 90% dos cargos parlamentares são ocupados por homens, trata-se de um dado da realidade osbervável, e o objetivo não poderia ser outro senão convencer o leitor de um determinado ponto de vista. Já as expressões de que a referida alternativa fala estão espalhadas pelo texto, apenas interpretem. A Consulplan comete muitos deslizes sim, mas esta questão está impecável. Há erros inegáveis contigentes às outras alternativas. E os que erram culpam a banca pela dificuldade interpretativa própria da questão. Ao invés de chorar, estudem.

  • Tem gente ai pagando coaching podendo ler esse comentario do Gustavo Andrade ...

    só não é 0800 pq tem que pagar o QC para ter acesso rs 

  • ESSA MÁRCIA TIBURI NÃO É A MULHER A FAVOR DO ASSALTO, KKKKK .

  • CORREÇÃO DAS ALTERNATIVAS:

    A) por meio da narração do tema, apresenta o assunto, indicando a ideia que quer defender; é a chamada tese de adesão.

    Não é um texto narrativo, a autora não está narrando nenhuma história. É um texto dissertativo argumentativo.

    B) estabelece parâmetros comparativos acerca da ocupação do poder por homens e mulheres, demonstrando a necessidade de que haja equiparação entre eles de direitos e deveres.

    A autora em nenhum momento demonstra a necessidade de que haja equiparação entre homens e mulheres de direitos e deveres, mas sim que a mulher ASSUMA o espaço no parlamento que lhe é negado.

    C) conclui que é necessário que as mulheres lutem por seus direitos estabelecendo-se em todos os segmentos da sociedade em igualdade com os homens, como convém a um país democrático.

    1° e 2° parágrafos a autora concluiu alguma coisa? Muito pelo contrário, ela está apresentando a sua tese de defesa.

    GABARITO: LETRA D.