SóProvas


ID
2525617
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 


Mulheres e poder contra o culto da ignorância machista  


      A representação das mulheres no parlamento brasileiro é uma questão fundamental em nossa cultura política. A desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos cargos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulheres.

      Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mulheres ocupando cargos nos espaços de poder em geral. No mundo da iniciativa privada os números não são diferentes. Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é reservado aos homens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também naturalizados.

      O ato de naturalizar corresponde a um procedimento moral e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, passamos a acreditar que as coisas são como são e não poderiam ser de outro modo. Nem poderiam ser questionadas.

      Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? Alguém terá coragem de dizer que isso é natural sem ferir princípios morais que sustentam a sociedade como um todo? Sabemos que a violência contra as mulheres é uma constante cultural. Ela é física e simbólica, psíquica e econômica e se aproveita da naturalização da suposta fragilidade das mulheres construída por séculos de discursos e práticas misóginas. Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque são mulheres. [...]

      Na ausência de questionamento, o machismo aparece como culto da ignorância útil na manutenção da dominação que depende do confinamento das mulheres na esfera da vida doméstica para que se mantenham longe do poder. O machismo se mostra como o que há de mais arcaico em termos de ética e política. O machismo é uma forma de autoritarismo que volta à cena em nossa época. Enquanto isso, a violência doméstica simplesmente cresce e as mulheres continuam afastadas do poder. Mas por quanto tempo?

      Ao longo da história, a consciência da condição das mulheres entre a violência e o poder teve um de seus momentos mais importantes na conquista do voto pelas sufragistas. Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o direito a ser votada, nos mostra um outro mundo possível. [...]

Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-poder-contra-o-culto-da-ignorancia-machista>  (adaptado) 

Em “Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? ” (4º§) é possível reconhecer duas ocorrências de crase que

Alternativas
Comentários
  • > Releitura do primeiro perído em que ocorre a crase:

    "ninguém pode se furtar (a) questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal".

     

    > Como no texto a oração foi tirada da ordem direta (SVC) : USANDO O PRONOME RELATIVO "QUE"

    "há questões básicas relativas (a) que ninguém pode se furtar".

     

    > O pronome realtivo QUAL exige artigo determinante para acompanhar suas variações: A qual, o qual, os quais, as quais.

    "há questões básicas relativas (a) +as quais ninguém pode se furtar".

    Portanto, "há questões básicas relativas às quais ninguém pode se furtar".

     

     

     

    No segundo caso em que ocorre a crase é até mais simples. 

    texto: não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência

    ordem direta: a violência foi reservada (a) + as  mulheres     

     

     

    gabarito:  d)apresentam termos regentes que exigem o emprego da preposição “a” associado à presença do artigo “a” em sua variação no plural.  

     

  • A CONSULPLAN está pegando umas aulas com a CESPE.

  • Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal ... ( esse ao que= a + aquilo, com para questões básicas a aquilo que não se pode furtar, ou seja, as quuestões basicas não se pode furtar)

    às quais = a + as quais   correto com D

    às mulheres= a +as mulheres correto D

    aos homens= a+ o homem

     

     

     

  • Qual seria o erro da alternativa "c"?

  • Ruan , acredito que o erro da letra seja afirmar que a crase seria eliminada caso o termo regente fosse substuído por outro termo qualquer . Na verdade só seria eliminada caso o termo REGENTE , no caso , fosse TRANSITIVO DIRETO ( sem preposição ) . 

    OU  caso o TERMO REGIDO fosse um caso proíbido de crase .

  • questão bônus ....

  • D) Furtar-se a (preposição) + as (artigo) quais = às quais
    A violência foi reservada a (preposição) + as (artigo) mulheres = às mulheres.

  • Aplica-se a regrea de que NÃO se utiliza a crase no "A" (que sozinho é apenas preposição) antes de palavra FEMININA no PLURAL, pois não há a presença do artigo flexionado (AS) para concordar com a PALAVRA FEMININA no plural. Nesse caso, se quisermos utilizar a crase  é necessário fazermos o uso do artigo "AS" que na crase ficara "ÀS" (JUNÇÃO DA PREPOSIÇÃO A COM O ARTIGO AS). Entendo que não se trata de USO FACULTATIVO, pois se não tiver o artigo flexionado NÃO PODE USAR A CRASE. Trata-se apenas de um caso particular que precisamos ficar atentos.

     

    Espero ter ajudado!!!

  • Fodão detected

    O cara tem a coragem de falar que essa é uma questão bônus...

    é cada um viu....

  • NÃO ACHEI DIFICIL A QUESTÃO, POREM A CONSULPLAN, EM SEUS ENUNCIADOS E NAS ASSERTIVAS, É BEM CONFUSA.

    DEMORO A ENTENDER O QUE ELA PEDE E O QUE QUER.

  • Alternativa correta: (d).

     

    "há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar".

    "não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência"

     

    1. "apresentam termos regentes que exigem o emprego da preposição 'a'":

    Na primeira ocorrência da crase ("à quais"), o termo regente é o verbo pronominal "furtar-se", que é um verbo transitivo indireto e, por conseguinte, exige o emprego da preposição "a" ("ninguém pode se furtar às questões relativas ao que chamamos...").

    Na segunda ocorrência da crase ("às mulheres"), o termo regente é o verbo "reservar", que é um verbo transitivo direto e indireto, nesse caso na voz passiva, e, portanto, exige o emprego da preposição "a" ("algo foi reservado à alguém").

     

    2. "associado à presença do artigo 'a' em sua variação no plural":  

    Na primeira ocorrência, tem-se a presença do artigo definido feminino plural, parte integrante do pronome relativo "as quais".

    Já na segunda, o artigos "as" acompanha o substantivo feminino plural "mulheres".

     

    Bons estudos!

     

    Para saber mais: http://revisandoseutexto.com.br/portugues-para-concurso/

  • Questão que envolve Regras de Crase e Regência. Em se tratando de Consulplan, se não compreender exatamente o que o enunciado da questão pede, vai se dar mal.

  • à  qual, às quais quando recebem crase é pq o verbo posterior  a elas pedem preposição. Furtar a... ( eu acho que é mais ou menos isso aí).

    Reservar algo a alguém. 

     

    Letra d

  • Enquanto o cara diz que é questão bônus, eu fico felizão da vida porque acertei e achei, sim, difícil kkkk